Capítulo 1

1.7K 109 7
                                    

Isso não estava em nenhum dos livros.

Com as panturrilhas queimando pelo esforço, Hermione sobe outra colina atrás de Snape. Ela leu tudo o que pôde sobre como encontrar a indescritível flor Sponsa. Eles estão na floresta certa; ela sabe disso. Ela traduziu as runas, identificou a localização exata em um mapa e encontrou todos os pontos de referência corretos. O que os livros deixaram de mencionar é que a floresta é muito montanhosa.

— Poderíamos ter trazido vassouras — diz Snape, olhando para ela por cima do ombro. Ele nem está sem fôlego. Desgraçado.

Hermione estremece.

— Absolutamente não.

— Hum. Suponho que você esteja certa. Não preciso de vassoura para voar.

— Você não vai voar e me deixar aqui.

— Quem disse alguma coisa sobre deixar você?

A sugestão sombria de promessa em sua voz faz os passos de Hermione vacilarem. Por um momento, ela se imagina enrolada nele enquanto ele voa acima das copas das árvores. Ela se dá uma sacudida mental.

— O exercício nos fará bem — diz ela, encorajadora. — E de qualquer forma, acho que estamos quase lá.

Eles não estão quase lá. Leva mais uma hora subindo e descendo e abrindo caminho através da vegetação rasteira antes de chegarem a uma clareira cheia de delicadas flores brancas que parecem véus de noiva em miniatura.

Eles começam a trabalhar na colheita de seu prêmio, usando as tesouras de poda especiais feitas por goblins que Snape conseguiu emprestar. A maioria das flores está dentro de um anel de fadas de cogumelos brilhantes, entrelaçados ao redor do arco de pedra mencionado nos livros de Hermione. Entrando no anel, ela recolhe um buquê de flores.

Nada parece fora do comum. No início. No instante em que Snape cruza o perímetro do anel, um arrepio de magia desconhecida percorre Hermione. Ela estava usando equipamento de caminhada quando saíram: botas cobertas de lama, calças de secagem rápida e uma jaqueta impermeável. Não um vestido branco diáfano com bordados intrincados. As roupas trouxas de Snape foram substituídas por vestes formais e uma ampla capa preta.

Em uníssono, eles pegam suas varinhas. Desapareceram.

— Erm — diz ela.

— Sim — diz Snape. — Bastante.

Os livros também não mencionavam isso.

Agradecendo ao seu passado por gastar tanto tempo dominando a magia sem varinha, Hermione fica de costas para Snape. À medida que a mão dela roça a dele, centenas de manchas de luz dourada rodopiam pela floresta ao redor deles. Uma fita fantasmagórica e insubstancial envolve seus pulsos e os une.

Snape se afasta dela, mas é tarde demais. Estrelas caem sobre eles do topo do arco de pedra. Hermione já viu aquelas estrelas antes, caindo sobre Bill e Fleur.

— Snape — ela diz. — Isso significa o que eu acho que significa?

Ela não precisa perguntar. Claro que sim.

— Acredito que sim, sim.

Eles estão casados.

.

O vestido continua atrapalhando. Hermione quer deixar seus pés voarem pelo caminho irregular da floresta, movidos pela adrenalina. Em vez disso, ela tropeça em seda branca cheia de teias de aranha. E os sapatos delicados que substituíram as resistentes botas de caminhada têm solas escorregadias. Ótimo para dançar em um salão de baile, mas ao caminhar pela floresta? Inútil.

Pressing Flowers | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora