023

321 28 11
                                    

s/n hoover

Revirei os olhos enquanto Christopher falava sobre os seus jogos de videogame favoritos. Era no mínimo estranho estar naquela situação, enquanto a chuva ficava cada vez mais forte.

— Por que você fica com essa cara de boba enquanto eu falo?

— E que para mim é novidade ver você falando uma frase que não envolva sexo e sua beleza extraordinária — ele gargalhou, que fofo, pena que era um babaca.

— Minha beleza é mesmo extraordinária e quanto ao sexo, deveríamos...

— Não ouse insinuar isso.

Conviver com ele estava se tornando insuportável. Eu ainda estava magoada pelo fato de ele ter contado para todos sobre nós e se dependesse de mim, eu nunca mais diria uma única palavra para ele.

Observei as gotas de chuva escorrerem pela janela do quarto dele. Estavamos no chão, despojados enquanto ele xingava por ter perdido uma partida, parecíamos até amigos ou quem sabe, um casal.

— No que você esta pensando?

— Só estou fantasiando um romance que nunca vai existir — revirei os olhos, dizendo tudo que estava em minha mente.

— Um romance comigo? — ele sorriu fofo, me encarando com aqueles olhinhos brilhantes.

— E isso importa?

Eu nunca vivi um romance — ele deu de ombros, voltando o seu olhar para a tela da televisão — As vezes eu fico me perguntando, se isso vai acontecer comigo algum dia e o mais importante, será que eu saberia como amar alguém?

Por um momento eu me peguei pensando longe. Ele seria um bom namorado? Talvez ele fosse aquele clichê, o cara babaca que se tornava o namorado perfeito.

Ele havia sido o primeiro cara com quem eu havia transado então seria legal, se eu fosse a primeira namorada dele.

Esquece s/n, só esquece.

— S/n? Para de viajar! — ele reclamou, me deixando triste.

Por que eu estava imaginando um romance com ele? Que idiotice repentina era aquela?

— Eu preciso ir para casa, agora.

— Mas está chovendo.

— Eu só não quero ficar perto de você, eu preciso do meu espaço! Eu queria não ter conhecido você, Christopher.

Ele continuou com aquela expressão confusa e até mesmo pausou o jogo. Christopher continuava sendo fofo, sem precisar fazer absolutamente nada e aquilo me irritava.

— Você é maluca, s/n.

Revirei os olhos e peguei a minha bolsa, enquanto saía do quarto dele de forma apressada. Eu não era maluca mas ficaria, se continuasse me iludindo com aquele garoto.

𝙑𝙄𝙍𝙂𝙄𝙉 𝙂𝙄𝙍𝙇; ᶜʰʳⁱˢᵗᵒᵖʰᵉʳ ᵛᵉˡᵉᶻOnde histórias criam vida. Descubra agora