Um ano sem minha vovó Vilma.
Às vezes eu não me conformo com isso, tento repetir pra mim mesma que ela já não tava bem, precisava descansar, que ela foi encontrar minha bisa e meu biso, pra tentar amenizar a minha revolta.Mas dói tanto. Foram 15 anos da minha vida de só 19 indo pra casa dela todos os dias, passando mais tempo acordada com ela do que na minha própria casa. Ela me criou, sempre foi minha segunda mãe.
Quanto mais tempo passa sem ela percebo quantas coisinhas fazem tanta falta, ligar pra ela quando chegava de algum lugar, sentar do lado dela na sala toda encolhida pra ganhar um carinho, chegar na casa dela e ver ela fazendo palavra cruzada ou cozinhando alguma coisa, assistir algum programa de vestido de noiva ou de bolo... Cada coisinha que ela fazia faz falta.
E cada dia que passa parece que eu sou mais parecida com ela, sempre fui, mas agora que parece mais nítido. Nunca tinham me chamado de "Vilminha" tanto quanto nesses ultimos tempos.
É uma barra de calça dobrada, não gostar de roupa apertada, fazer careta com suco de laranja, largar porta de armário aberta, lavar o cabelo depois do cabeleireiro fazer até escova, não gostar de lugar cheio... e por aí vai.Ela sempre me entendia, me acolhia e tinha paciência quando eu não queria comer, quando eu chorava, quando tava triste. Sempre dava um jeito de tudo melhorar.
Já faz um ano que sonho com ela pelo menos uma vez no mês, poucos dias antes de ela ir, sonhei que minha Bisa estava esperando ela na sala da casa dela e dizia que veio buscar ela. Sonhei que ela voltava inúmeras vezes e sonhei também que ela vinha passar uns dias, cuidar de todo mundo e me pedir pra, mês passado, não deixar de comemorar meu aniversário, já que eu tava triste e não queria fazer nada, mas ela nunca deixou passar em branco.
A saudade aperta porque ela foi uma pessoa maravilhosa e muito especial pra todo mundo que teve a sorte de conhecer.
E sempre vou ter ela comigo, na memória, nos registros, nos sonhos e na saudade.Eu vou sempre amar minha vovó Vilma, sempre.
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Desabafos
Non-FictionEsse livro vai carregar meus devaneios, assuntos mal resolvidos, tristezas, tormentos e assombrações. Não garanto nenhuma revisão de concordância e já aviso sobre as possíveis repetições. Meio que copiando a ideia de um amigo muito querido, enfim, a...