A Room - Hate Or Love | Beauany

000 | prólogo

POV ANY GABRIELLY 

Flashback on

 24 de junho

Mais um dia de aula estava se encerrando e eu estava animada para voltar pra casa, além de ser sexta feira, eu também contaria para mamãe como foi meu dia, assim como fazia toda vez que voltava da escola.

O sinal ecoa pela sala indicando que já estávamos liberados, junto meus materiais e os guardo na mochila, levanto meu olhar para a porta vendo que a Meg me esperava. 

Coloco minha mochila nas costas e vou até ela, saímos juntas e vamos andando até sua casa, assim que deixo ela lá vou para a minha que era um pouco mais a frente, não muito longe. Durante meu caminho vou organizando os acontecimentos de hoje na minha cabeça para que ao chegar, possa contar tudo organizado pra minha mãe.

Avisto minha casa e não vejo o carro do meu pai em frente, estranho mas logo ignoro, deve ter ido levar a mamãe ao hospital  novamente. Mas sem mim? Poxa queria ir também.
Vocês não devem estar entendendo né, enfim, mamãe tem câncer e as vezes precisa ir ao médico para exames e todas as baboseiras lá, eu sempre gosto de ir junto pois enquanto ela espera, eu fico entretendo ela com minhas longas histórias.

Tiro minha mochila das costas para pegar a chave, mas quando vou colocá-la na fechadura percebo que a porta já está aberta.

Entro em casa vendo Sabina com a cabeça abaixada e Pepe, seu namorado, ao seu lado abraçada com a mesma. Assim que a mesma me vê, levanta o olhar para mim. Ela estava chorando.

— O que está acontecendo bina? Por que está chorando? — Caminho até ela me sentando em um puff que havia ali.

— Pequena.. a mamãe.. — Ela não consegue terminar pois a porta é aberta. Olho para a pessoa entrando em casa e vejo que era meu pai. Seu semblante era triste. O que havia acontecido com minha mãe?

— Eai pai? — Sabina se pronuncia após um longo silêncio. Só vejo meu pai negando com a cabeça e seus olhos voltando a lacrimejar.

— Alguém pode me explicar? — Olho a Sabina de novo e a mesma estende os braços para que eu me aconchegue ali.

— A mamãe piorou e papai levou ela pro hospital só que a piora foi mais grave, ela não aguentou princesa. — Sua voz soava triste.

Ao ouvir aquilo meu mundo parou, minha mãe havia me deixado… para quem eu ia contar minhas histórias agora?
Saio do abraço com a Saby e vou até o quintal onde havia um balanço, eu sempre sentava ali com mamãe para conversar com ela.

Fico ali por um tempo que nem sei quanto, ouço passos vindo até mim e levanto meu olhar, era a Saby.

— O que acha de entrarmos hum? Você pode pegar uma gripe. — Ela se senta ao meu lado e me abraça.

— Tudo bem.. hum, você pode dormir comigo hoje? Eu posso pedir o pepe se quiser. — Olho ela e dou um sorriso leve de canto.

— Claro que sim pequena, não precisa pedir, ele não se importa. — Ela sai do abraço e se levanta estendendo a mão pra mim. Pego na mão da mesma e entro em casa junto com ela. 

Meu pai estava sentado no sofá, caminho até ele e dou um beijo em sua bochecha.

— Vai ficar tudo bem, papai! Ela ainda vai cuidar da gente.

— Eu sei que vai pequena! — Sorrio fraco.

— Boa noite papai, durma bem! — Ele me dá um beijo na testa.

Sabina me manda subir para o quarto dizendo que subiria jaja, então faço o que ela pede e sigo para o banheiro. 

Tomo um banho não muito demorado logo saindo do banheiro já vestida, me deito na cama olhando para o teto enquanto espero minha irmã. Ela não demora muito e assim que entra deita ao meu lado, percebo que ela está de banho tomado pois seu cabelo estava um pouco úmido e já não usava a mesma roupa de antes.

Ficamos conversando por alguns minutos até que decidimos dormir. Abraço ela e ali, com pensamentos diversos, pego no sono.

26 de junho

Acabei de chegar em casa, estávamos no cemitério pois hoje foi o enterro da minha mãe. Era estranho entrar em casa e não ver ela ali, fazendo alguma coisa gostosa pra gente ou assistindo tv. Mas acho que consigo me acostumar com isso, não tem mais volta.

Minha melhor amiga da escola não havia me mandado nem uma mensagem sequer, eu comentei com ela o acontecido mas depois disso ela parou de me responder. Não que seja importante mas pensei que receberia algum apoio dela.

7 de julho

Finalmente iria voltar a escola, estava preparada para ver meus amigos mas não sei se estava preparada para receber olhares de pena toda hora. Já estava acordada faz um tempo, então me levanto e vou me arrumar. Tomo café junto com meu pai, minha irmã e o namorado dela. Logo saio de casa andando mesmo indo em direção a escola, não demorou muito para que eu chegue, respiro fundo e entro. Percebo olhares em mim e alguns burburinhos também, ignoro e sigo pra minha sala. 
Vai ser difícil, mas eu consigo.