CAP 9

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Acordei um pouco mais cedo, com um barulho de algo quebrando. Dei um pulo da cama, será que alguém havia invadido a casa?
Olhei a hora no celular e ainda era 06:15.
Se levantei da cama e vesti meu roupão de pressa... Não tinha como alguém invadir a mansão, havia seguranças.

O Bruno tava em um quarto no mesmo corredor que eu, nada ia acontecer... Era o que eu esperava. Fui até a porta e abri, não havia barulho algum, podia ter sido só algum empregado que havia derrubado algo no chão.
Assim que fui fechar a porta novamente, escutei outro barulho... O som vinha na direção do quarto do meu pai, será que estava acontecendo algo?

Saí do meu quarto e fui até o dele, pensei em chamar o Bruno pra me acompanhar, mais certamente ele estava dormindo. Apressei o passo, e assim que cheguei, a porta estava aberta.

- Pai? - Falei enquanto empurrava a porta pra entrar.

Havia cacos de vidros no chão, e cheiro de bebida no ar.
Meu pai estava sentado ao lado da cama, com uma garrafa de uisque na mão, e com a mesma roupa da noite anterior.

- Filha... - Falou ele sorrindo enquanto olhava pra mim. Sua cara estava péssima, ele tinha passado a noite bebendo.

- O que está fazendo pai? Você não é de ficar nessa situação. Por favor, levanta... - Falei me aproximando dele.

- Não filha. Eu sou um péssimo pai...

- Não, você é um ótimo pai. - Falei tentando ajudá-lo a se levantar, mais ele não cooperava.

- Sua mãe não merecia isso, mais eu a amava.

- Agora não é uma boa hora de falar sobre isso. Você tem que se levantar, tomar um banho e descansar um pouco.

- Você... - Falou ele colocando a mão no meu rosto. - É... Uma boa menina.

Ele estava muito bêbado, eu nunca havia visto meu pai assim.

- Eu fui um péssimo marido... Um... Um péssimo pai também.

Abaixei a cabeça tentando respirar fundo, eu precisava de ajuda com ele ali. Eu nunca tinha cuidado de um bêbado antes.

- Pai... Nós conversamos sobre isso depois, tá bom? - Falei segurando a mão dele. Eu estava abaixada a sua frente.

O quarto estava uma bagunça, ele havia quebrado algumas coisas no chão. E a cama estava uma zona também... O que tinha deixado meu pai tão aflito?!

- Filha.. Olha pra mim. - Falou ele puxando minha mão. - Eu não te mereço.

Seus olhos estavam cheios de lágrimas, eu estava começando a me preocupar.

- Para pai... Por favor. - Segurei seu braço e tentei levantá-lo, mais sem sucesso.

- Sua mãe nunca me quis. - Falou ele sério me olhando. - Ela sempre quis ir embora, mais nunca a deixei ir.

- Olhei pra ele confuso.

- Ela sempre amou o Steven, era sempre ele e não eu.

- Não... - Falei negando com a cabeça. - Isso não é verdade. Ela escolheu você e não ele.

- Ela nunca me escolheu, eu nunca fiz parte da vida dela... Desde o início eu sabia que o bebê que ela estava esperando não era meu...

- Para, por favor... - Falei enquanto tentava segurar minhas lágrimas.

- Depois da nossa briga, ela conseguiu fugir e ir até ele. Mais eu não deixei ela voltar pra ele, quando ela veio buscar as coisas, eu a segurei...

- Você está mentindo. - Falei soltando a mão dele. Eu sentia meu coração sair pela boca, eu estava tremendo de tão agoniada que estava.

Livre ( Sequência do Livro "FUGA") Onde histórias criam vida. Descubra agora