Porque eu te amo

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Poderia imaginar ou até acostumar
O meu querer noutro lugar
Tanta coisa em que aqui cabe um sim, mas não
Porque eu te amo
E não consigo me ver
Sem ser o teu amor por anos
Não é acaso, é só amor
Não existe engano
Que me carregue pra longe
Que te faça outros planos, meu bem


Rio de Janeiro

Finalmente haviam chegado na capital, Clara mal podia conter a ansiedade em ir à praia, mas foi convencida pelos pais a se acomodarem no hotel, comerem algo na famosa confeitaria e depois visitarem o mar

- Que lugar mais lindo - Heloísa comentou enquanto ela e Clara observaram cada detalhe com brilho nos olhos - Bem que você disse, meu amor

- Sempre tive curiosidade de conhecer esse lugar - a mais nova comentou e Leônidas sorria largamente conduzindo as mulheres de sua vida pelo salão

- Pois se preparem para experimentar o chá colonial que eles preparam aqui - puxou a cadeira para Heloísa se sentar e depois fez o mesmo com Clara

- Obrigada pai

- Obrigada meu amor - Heloísa não conseguia deixar de sorrir, mesmo com alguns anos de atraso finalmente estava realizando o sonho de conhecer o mundo, e melhor ainda, com a filha ao lado - Pode pedir tudo, sua filha e eu estamos famintas 

- Mãe! - Clara corou de vergonha

- Eu te conheço, filhote - Heloísa apertou seu nariz levemente e riram

- Eu estou tão feliz, eu tenho até medo que algo possa atrapalhar - Clara comentou um pouco receosa e Leônidas rapidamente pegou sua mão negando com a cabeça, mas como se esperassem a deixa um casal se aproximou

-Filho? - o homem mais velho se pronunciou enquanto Clara e Heloísa eram examinadas com o olhar pela mulher

- Pai - Leônidas apertou a mão de Clara de maneira inconsciente e a menina olhava para a mãe tentando entender o clima ruim enquanto Heloísa olhava entre Leônidas para o casal em pé - Como vai, Anastácia?

- Vamos indo como Deus quer, meu filho. Nós já nos conhecemos? - olhou para as Camargo em busca de respostas

- São minha noiva e minha filha - Leônidas os apresentou rapidamente - Heloísa e Clara

- Como vai? - as duas o cumprimentaram brevemente, mas Clara ainda não havia falado nada, analisava o ambiente

- Filha? Desse tamanho? E vai se casar? - o mais velho buscava respostas

- Clara completou quatorze anos dois meses atrás - Heloísa comentou e viu as contas breves serem feitas antes do rosto de Anastácia empalidecer e Bartolomeu confirmar com a cabeça

- Parabéns! - a mulher forçou um sorriso e estendeu a mão para a menina que a pegou sorrindo levemente

- Obrigada

- Vocês não querem se juntar a nós? - foi Bartolomeu quem ofereceu, ansioso em saber mais da neta e da nora - Seria em prazer

- Na verdade nós já estávamos de saída, não é meninas? - o médico se levantou sendo acompanhado por elas - Licença

Os três se levantaram e quando estavam de costas foi Anastácia quem o chamou

- Leônidas, precisamos conversar - pelo tom de voz Heloísa e Leônidas já imaginavam o que seria, não era difícil de imaginar o motivo da carta sobre Clara não ter chegando em Londres

- Minha rosa, me espera com Clara lá fora? 

- Pai... - Clara tentou argumentar, mas Heloísa pegou sua mão acariciando

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