Capítulo cinco

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╰►❝We got that love, the crazy kind

Finn conversava com Billy Showalter no telefone, o que obviamente era considerado algo totalmente doido para a maioria das pessoas, mas Finney sentia um tipo de confiança estranha naquelas supostas alucinações, sentia que seria isso que o salvaria e o permitiria sair com vida daquele inferno.

Ele também sentia que conversar com Billy naquele momento era algo que ele precisava, mesmo quando a conversa estava sendo baseada em respostas irônicas, perguntas debochadas e Billy, quando encontrava oportunidade, não a desperdiçava e jogava na cara de Finney que ele quase subiu toda a escada mesmo quando ele havia deixado claro que o garoto não deveria fazer aquilo.

Durante o diálogo, Finney notou que Billy tinha uma personalidade parecida com a sua, imaginou que se ambos tivessem se conhecido antes, ou seriam amigos próximos ou inimigos mortais. E Finn sinceramente não sabia responder qual deles dois era mais venenoso, porque Billy realmente parecia ser uma cobra igual a si, suspeitava que tivessem o mesmo veneno.

-Oh, é claro, e você certamente teria subido as escadas se eu não tivesse te tocado-Billy falou pela terceira vez, e Finney revirou os olhos.

-Vai ficar remoendo isso o dia todo mesmo, Billy?-Questionou bufando-Já entendi que eu não deveria ter subido essa porra, você quer o que? Um troféu por ter me salvado?

Billy não respondeu imediatamente, Finney podia ouvir ele murmurando um "humm" prolongado, como se estivesse pensativo.

-Talvez. Mas eu acho que um "obrigado, senhor incrível, maravilhoso, lindo, perfeito, gostoso por ter salgado a minha vida" seria bom.

Finn ergueu uma das sobrancelhas, a expressão se contorcendo em deboche encarando qualquer ponto do local como se Billy estivesse ali.

-Claro, agora só falta eu achar o senhor incrível, maravilhoso, lindo, perfeito e gostoso para agradecer-Retrucou, escutando o Showalter resmungar com desgosto do outro lado da linha.

Conforme iam avançando aquela conversa, descobriram que ambos eram atrevidos o suficiente para responderem um ao outro daquela forma, mas efetivamente divertido, e Finn queria dar um soco nele próprio por sentir que estava a fazer um tipo de amizade com uma alucinação de alguém que ele sequer sabia se estava vivo naquele momento.

Sim, ele imaginava que os garotos que haviam sido sequestrados antes dele estavam mortos, inclusive seu mexicano encrenqueiro, e aquilo fazia seu coração se despedaçar, os pedaços caindo toda vez que se lembrava, não havia chance alguma de concertar, ninguém mais poderia concertar seu coração, apenas Robin. E Finn infelizmente acreditava que seu coração nunca seria consertado, mesmo com algo berrando dentro de si de que aquilo estava errado. Aquela sensação…

-Tudo bem?-A voz de Billy ecoou no telefone, acordando o Blake de seu devaneio-Estava pensando no garoto mexicano, não é?

Sentiu as bochechas queimarem quando notou que havia passado tempo demais em silêncio e havia se denunciado que estava pensando em Robin, completamente envergonhado.

-Não estava pensando nele-Finney resmungou, as bochechas se tornando ainda mais vermelhas.

Ele pôde escutar um riso baixo vindo do Showalter, indicando que o garoto não havia acreditado em sua mentira.

-Vou fingir que acredito-Billy murmurou cínico.

Um silêncio estranho se instalou, e Finney estranhou quando escutou a respiração de Billy mais pesada, se tornando ruidosa. Antes que pudesse questionar, Billy falou:

-Finney, eu preciso ir logo. Ouça, na parede à sua frente, consegue ver um vão entre a parede e o chão?

Finn encarou a parede, descendo seus olhos até o final da mesma, cerrando um pouco seus olhos, viu o vão. Era um espaço bem pequeno e difícil de ser visto.

𝙷𝚒𝚖 & 𝙸 - ᴿⁱⁿⁿᵉʸ Onde histórias criam vida. Descubra agora