𝙷𝚒𝚖 & 𝙸 - ᴿⁱⁿⁿᵉʸ

Capítulo nueve

Preparem o lenço e boa leitura🤕.

╰►❝They don't wanna see us make it, they just wanna divide❞

Finney encarou o outro cômodo sem vontade alguma de se levantar e ir atender aquele telefone, sentia as lágrimas ainda escorrendo por suas bochechas e ainda soluçava baixinho, uma tristeza enorme preenchia seu peito, o sentimento de que havia aceitado a morte era terrível, mas aquela era a verdade.

Ele não podia mais fugir daquilo, agora ele precisava encarar o fato de que amanhã provavelmente estaria morto. Ele nunca imaginou que morreria tão jovem, ele gostava de fantasiar uma vida longa, sendo feliz ao lado das pessoas que ele amava, mas aquilo não passava de um futuro inalcançável, um sonho que jamais se realizaria. Ele sabia que iria chegar sua vez, a morte sempre viria, não importava o freguês, ele até poderia se esconder e rezar, mas do funeral jamais iria escapar.

Finney não queria morrer, mas ele não podia fazer nada, não era forte como Robin ou Vance, e nem eles haviam conseguido, ele morreria naquele porão e viraria apenas pó, exatamente como todos os outros que vieram antes dele. Ele não iria fugir, não iria escapar, não teria a vida que sempre sonhou.

Desde que nasceu, sua vida estava traçada a ir de mal a pior até aquele momento, era agora que a sua vida acabava, ele puxou o ar, tentando fazer ele chegar aos seus pulmões, mas nada vinha, era como se algo não deixasse o oxigênio chegar até lá. Ele tentou respirar desesperadamente, sentindo as mãos tremerem e o suor voltar a escorrer.

"Acalme-se, Finney. Respira, você sabe como fazer isso, apenas respire."

Ele mesmo tentou se acalmar, tentando normalizar a respiração enquanto sentia o coração batendo como um louco em seu peito, não podia ter uma crise agora, não era uma boa hora para ter uma crise. Ele respirou fundo, sentindo a respiração quase se estabilizar.

Finn fechou os olhos com força, o ruído do telefone tocando não parava de jeito algum e ele já estava se sentindo tonto. Ele se apoiou na parede, caminhando lentamente até o telefone preto na parede, segurando as lágrimas que queriam descer pelo seu rosto.

Finney verdadeiramente apenas queria enterrar o rosto naquele colchão que cheirava a mofo, sangue, suor e lágrimas e chorar até Grabber chegar ali e o matar, era isso que ele queria, mas ao mesmo tempo, seu corpo se moveu sozinho. Seu braço involuntariamente se ergueu na direção do telefone e pegou o gancho, Finney apoiou a testa no telefone, fungando antes de falar:

- O que é?

A voz soava completamente quebrada, era patético, mas ele sequer se importava com aquilo, Finney não sabia mais quanto tempo tinha de vida, não sabia quando e se encontrariam seu corpo depois, não sabia se sua morte seria dolorosa, não sabia de mais nada. Ele era patético por si só.

Finney havia desistido, e aquilo era triste, ele tinha chegado ao fundo do poço e não conseguia mais subir. Muitas pessoas dizem que desistiram todos os dias, mas nunca sentiram o que Finn estava sentindo, ele não queria desistir, ele foi obrigado a desistir. Não queria mais alimentar a si mesmo com esperanças falsas, não importava mais ter esperanças ali, aquilo não o ajudaria mais. Era tão deprimente a forma que Blake estava acabado.

Não era apenas ele que estava quebrado, não era apenas seu coração, era a sua alma. A sua alma estava quebrada em mil pedaços, e ele já não se sentia mais vivo. Finney Blake apenas existia, ele podia respirar, seu coração ainda batia. Mas ele não estava vivendo, ele só estava sobrevivendo.

E só sobreviver não é viver.

- Oi, Finn, o que está acontecendo? -Uma voz já bem conhecida de Finney perguntou através do telefone, deixando o garoto em êxtase por alguns segundos, mais lágrimas inundando seus olhos.