Rumo ao Infinito

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Fiz essa minizinha baseada no fragman e atendendo a alguns pedidos e sugestões das queridas  Gessica Jesus  Isabel Delfino  Fernanda Barros  Dilma Aguiar  e o título que a Ana Roberto  me doou.

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Quando Seher abriu a porta vestindo ainda o casaco dele, Yaman sentiu dentro de si a chama da esperança mais viva do que nunca.
O olhar que ele lhe lançou foi semelhante ao do dia do casamento quando foi buscá-la na casa da Tia Sultana. Naquele dia Yaman sabia que sairia dali com a mulher amada ao seu lado e que ela seria dele para sempre. A mesma emoção de hoje, ao vê-la como se revivesse o momento em que Seher abriu a porta para que ele entrasse com seu amor, seus defeitos, sua alma ou o que restava dela.

Seher sabia que era questão de tempo até que suas resistências ruissem uma a uma. Mesmo a memória faltando, o corpo lembrava. Para ela é um desafio ficar a sós com ele, estar em sua presença avassaladora e resistir. Como pode sua pele arrepiar com o calor que emana dos olhos dele? Todo seu ser vibra em direção ao corpo dele, porque? É como se ela fosse um metal e ele o ímã, mesmo sem saber, sem entender, sem ter como explicar, o seu corpo deseja o dele em uma proporção surreal.
Ela sente sua intimidade pulsar e ficar úmida ao observar seu corpo, suas mãos...
Para Seher é como quando se tem vontade de comer algo que não se sabe o que é. Ela sente falta dele, do corpo e do toque dele, mas não sabe ao certo como...

Yaman enquanto esteve na casa, arrumou tudo que era preciso, e o que não era também.
Como Seher não entendia muito bem sobre os reparos necessários, ele inventou vários problemas, deu a tudo nomes complexos e que demandavam muito tempo de conserto.

Ela por sua vez, quando ele não estava por perto, soltava parafusos e desregulava o que podia para fazê-lo ficar mais por ali.
Os dois chegaram a arrumar e estragar duas vezes a mesma fechadura, mas nenhum deles notou, pois ficar admirando um ao outro é muito mais interessante.

Ao mesmo tempo que as horas estavam voando, elas também passavam devagar, em uma combinação maluca mas que fez um bem danado para o casal.
Eles já haviam experimentando essa vidinha, na casa alugada aquela vez... Isso, a simplicidade, o aconchego, o significado verdadeiro de lar, sempre foi só disso que essa família precisou.
Eles nunca puderam ser simplesmente um casal, simplesmente uma família, com dias bons, leves, dias de arrumar a casa, de ir à feira, de andar na rua carregando sacolas... Dias normais.

Quando finalmente os dois desistiram dos jogos de conserta e estraga já era tarde da noite.
Seher sempre teve medo do escuro, disso seu subconsciente não esqueceu. Ao menor gesto de Yaman sinalizando que iria embora, ela deixando a vergonha de lado, pediu a ele que ficasse ali com ela.

-  Fique. Já está tarde... E... É perigoso dirigir a essa hora. Me preocupo que aconteça algo com você...

- Sim! Realmente é um perigo muito grande. Eu não sou um bom motorista a noite... Talvez seja melhor ficar...

- Muito melhor! Quer dizer, nós dois vamos dormir mais felizes se você ficar. Porque... Porque não teremos essa preocupação.

- Com certeza. Está certo então, eu fico. Mas, esse sofá será pequeno para mim.

- Eu posso ficar com ele e você deita na cama.

- Nem pensar. Você fica na cama.

- Não, você fica, é mais confortável.

- Só deito lá se for ao seu lado.

-Estamos separados... Isso não é certo.

- É verdade. Isso não é certo, não posso passar a noite aqui, estamos separados. Irei dirigindo então por ruas perigosas e mal iluminadas.

- Eu... Eu...

- Boa noite... Se algo me acontecer, cuide de Yusuf...

- Espere! Fique... Fique comigo na cama.

O corpo grande e quente dele tão próximo ao seu fazia a cama parecer ainda menor.
Seher estava inquieta.
Ela se remexia sem parar enquanto com medo, não olhava para o lado dele mas ouvia sua respiração.
Yaman estava imóvel por fora mas fervia por dentro. Ao contrário dela que não lembrava nada, ele não esqueceu nenhum detalhe, e ter o corpo da esposa, sim esposa, porque em sua mente e seu coração esse divórcio nunca aconteceu, ter ela por uma noite inteira, nervosa como estava, mexendo seu corpo a todo instante, seria uma tortura, maravilhosa, mas uma tortura para um pobre coração doente de amor reprimido.

Seher aos poucos foi acalmando e deitada de lado, com o rosto virado para o lado oposto do marido, relaxou, suavizou e quase adormeceu.
Yaman ao reparar que ela havia caído em sono profundo, se aconchegou mais perto dela e repousou a mão sobre sua cintura levemente.
Ela estremeceu e ele viu que seu sono era puro fingimento, mas não retirou a mão, esperou.
Depois de um momento, ainda pensando que estava fingindo bem e que o homem ao seu lado acreditava que ela dormia, Seher colocou sua própria mão sobre a dele fazendo a distância entre os dois ficar inexistente.

Sua amada sempre foi competitiva, ela gosta de jogos mas Yaman também, então resolveu seguir o ritmo ditado por ela. Se fazer de conta que estava dormindo era importante para ela se soltar ao redor dele, então seria assim.

- Seu cheiro é o perfume mais inebriante que existe. O único que me enlouquece e me acalma... O único que quero sentir pelo resto da vida.

Yaman com o nariz entre os cabelos de Seher susurrava essas palavras no ouvido dela que já não pode mais manter seu disfarce. O corpo lhe traiu e ela virou- se de frente para ele.

- Eu não lembro de nada é verdade, mas daria o que for para ter de volta as memórias do que vivi ao seu lado. Minha mente está confusa, ela me trai mas meu corpo sabe seu destino, seu porto seguro e é você. Eu não posso prometer como será o dia de amanhã, porque realmente eu não sei... Mas hoje fui muito feliz com você ao meu lado. Hoje, o homem que eu me apaixonei novamente me mostrou que quero ficar sempre ao lado dele. E... Agora, essa noite, vou atender a um desejo que grita dentro do meu ser a muito tempo... Quero ser sua... Novamente e pela primeira vez... Quero saber como é sentir na pele tudo o que sinto por dentro... Faça amor comigo Yaman.

As mãos de Yaman deslizaram por aquela pele que havia decorado centímetro por centímetro. Tudo era ao mesmo tempo reconhecimento e novidade.
Seher se deixou levar, corpo e alma para um prazer que ela pensava ser desconhecido mas que acabou se revelando de forma tão intensa e ao mesmo tempo natural que não havia como ainda manter dúvidas de que ela tinha se entregado a esse homem.

Eles se amaram com loucura, com delicadeza, com paixão e fogo. Os corpos conduziram ambos ao prazer, as mãos ditaram o ritmo das carícias. Ali não haviam incertezas ou medos, só amor.

Ainda nus, os dois ficaram abraçados fazendo carinho um no outro. Seher já estava de olhos fechados, o sono finalmente a venceu quando de seus lábios saíram algumas palavras:

- Acho que fiquei viciada em você... Vou querer todos os dias uma dose de manhã e outra a noite.

Yaman sorriu com a revelação dela, mas, em seguida sentou na cama rapidamente.

- Seher? Essa frase... Eu falei ela! Você lembrou? Seher?

Mas ela já adormecia em sono profundo.

- Você é minha vida Seher. Eu nunca irei te deixar... Te amo daqui até o infinito ida e volta para sempre.

FIM

SehYam Forever ❤️

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