Piloto: Athenna, prazer.

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Mais um dia acordando em casa, meu pai nunca está presente mesmo, assim eu faço o que quero, quando eu quero, com quem eu quiser.
Minha cabeça está girando, tenho poucas lembranças de ontem à noite, apenas flashes em minha mente.

—Harls? Você está aí? - eu escuto alguém batendo na porta, enquanto procuro meu celular.

— Quem é?

— Sua amiga né, quem mais poderia ser, vou entrar.

— Halyna, pensei que você estava em um quarto de algum garoto qualquer a essa hora

— Bom, eu estava, mas você sabe das regras... saia antes deles acordarem

— Não consigo me lembrar de nada ontem, o que aconteceu? - eu pergunto bocejando e virando para o lado para da mais um cochilo

— Sério que você não lembra? Você estava dando uns amassos em um garoto desconhecido, ou não desconhecido, era estagiário de uma das empresas do seu pai.

— Ugh, nem me fale dele, tivemos uma briga feia ontem por causa da faculdade, alguém contou para ele que eu larguei a faculdade de medicina faltando alguns meses para a formatura.

— Garota, eu avisei a você, você precisa voltar, adoro as festinhas da fraternidade que íamos juntas - mas enfim, eu tenho que ir agora, marquei um jantar com um Suggar Daddy delicioso enquanto a mulher dele está fora da cidade.

— Uau, não sei por que ainda me choco com isso, mas okey, também preciso resolver umas coisas - eu digo me espantando quando percebi que já era hora do jantar.

— Tô indo nessa gata, até mais, eu mando notícias - disse Halyna saindo do quarto.

Eu me levanto e vou tomar um banho, porém não paro de pensar na briga que tive com meu pai, em partes eu não o odeio, eu odeio a ausência dele, desde que minha mãe morreu ele se afastou em partes de mim, de certa forma as coisas que faço as vezes são para chamar a atenção.

— Athenna, venha aqui embaixo agora! - eu escuto uma voz grossa e rígida , falando no meu pai ele apareceu cortando assim meus pensamentos.

Eu desço as escadas sem saber o que me espera, qual será a bronca de hoje.

— Eu posso saber o que você tinha na cabeça quando PEGOU O MEU CARRO E BATEU NO POSTE E ABANDONOU ELE LÁ? QUAL SEU PROBLEMA?! - disse meu pai me entregando uma folha de multa e despesas.

— Bom, se serve de consolo, eu não me lembro de nada disso... - disse eu tentando esconder o riso.

— Ahhh, não lembra jura??! Primeiro você chega aqui e me joga a bomba que você magicamente desistiu da faculdade de medicina faltando apenas alguns meses para se formar, não sei nem se você aprendeu algo ou apenas jogou o meu dinheiro fora!

— EU NÃO QUERO ISSO! EU NÃO PEDI ISSO! - eu começo a gritar com ele enquanto algumas lágrimas pensam em sair do meu olho e escorrer pelo meu rosto.

— A minha paciência já está se esgotando com você Athenna, eu não sei mais o que eu faço com você, sério, sua mãe não ia querer isso de você, você não era assim..

— Não fala da minha mãe... você não faz ideia.... Enfim.... - eu disse virando as costas para ele e deixando-o sozinho

— ATHENNA, NÃO VIRA AS COSTAS PRA MIM, NÃO ACABEI DE FALAR...!

Eu corro para o meu quarto, isso ainda é demais para mim, minha mãe morreu de uma causa desconhecida, eu não pude me despedir, não deixaram abrir o caixão dela, eu confesso que não era assim, eu era uma pessoa boa, acho que em algum lugar dentro de mim, talvez eu ainda seja boa, ou apenas estou contando os dias passarem diante de mim.

Eu começo a chorar e sinto as lágrimas finalmente sairem pelos meus olhos, mas estou disposta a enfrentar meu pai mais uma vez, porém não hoje, não agora, agora só preciso dormir... ou ... ir sorrateiramente para mais um dia de balada.

— Droga Halyna, não acredito que ainda está nesse encontro - disse eu jogando o celular na cama.

Eu decido sair mesmo assim, a noite está linda para cometer algumas travessuras conscientes.
Penso em pegar outro carro do meu pai, porém essa já está batida, decidi ir de Táxi mesmo.
Chegando no clube encontro algumas pessoas conhecidas da noite.

— Hey, olha só quem vem lá, troublegirl! - disse Cyrus, um amigo de noitada - me conte como foi todo o drama em casa!

— Falei que não ia da em nada, não me lembro de quase nada ontem à noite, apenas a bronca por causa do carro, mas sai antes que meu pai terminasse ela haha.

— E como foi com o boy que você conheceu ontem à noite? Ethan não é ? - disse ele com uma risada maléfica.

— Ah, er, o Ethan, foi bom, foi divertido. - disse eu tentando mudar de assunto.

— Muito vago! Quero mais detalhes sórdidos.

— Enfim, vamos entrar né, vamos começar os trabalhos!

Bom, por motivos óbvios, eu cortei o assunto pois... eu sou virgem, apesar de toda essa rebeldia e loucura... esses são meus limites, sei que festejo muito e bebo loucamente, mas esse é um segredo meu. Tenho 22 anos, sei disso, mas uma parte de mim ainda acredita naquela história de um cara muito especial e bla bla bla.

— Casa lotada hoje ein Cyrus - disse eu dançando enquanto rodo ao redor dele quase perdendo o equilíbrio.

— Nem me fale, difícil controlar as vezes, mas são negócios, então tudo bem.

Cyrus é o dono de uma boate no centro da cidade, muito renomada, apesar dos seus 18 anos, já está bem encaminhado na vida.

— Continua dançando ai Harley, eu preciso resolver umas coisas, já volto - disse ele se afastando e sumindo na multidão

Eu estava no começo da noite, no começo dos meus drinks, e quando começou a tocar Wannabe by Why Mona, eu só sentia o álcool correr pelo meu sangue e os pensamentos esvaziarem pela minha mente. Porém, a bexiga começou já estava pedindo para ser esvaziada, fui para a fila do banheiro em meio a tropeços e a risadas cheias de álcool.
Enquanto eu esperava na fila, vi uma movimentação estranha no escritório de Cyrus, fiquei observando de longe mas com muito confusa, álcool alterando minhas percepções e sentidos.

— Tá tudo bem com você? Ou tudo normal na medida da bebida? - escuto uma voz atrás de mim querendo saber do meu estado

— T-tá tudo be-e-leza sim *soluço* - eu disse enquanto quase gorfava.

Eu entrei no banheiro, e sentia tudo girar ao meu redor, aquelas luzes vermelhas de neon e o abafado do suor humano embaçando os vidros. Fiz o que tinha que fazer e sai, lavei um pouco o rosto, (maquiagem a prova d água é vida), quando voltei para a pista a movimentação estranha tinha cessado. Sinto uma vibração na minha bolsa, várias chamadas perdidas de meu pai

— Oops, agora não - disse eu enquanto desligava o celular.

— Esperando sua resposta - escuto alguém atrás de mim, mais uma vez e a voz não era estranha , era a mesma da fila do banheiro.

— Eu estou bem, mas quem é você? - disse eu enquanto me virava em direção a pessoa.

— Me chamo Evan, você me chamou muito a atenção.

— Athenna, Prazer. - eu estiquei a mão para cumprimentá-lo

Evan era um cara que a primeira impressão era de um cara muito estiloso e bem vestido.

— Bebe comigo - disse ele esticando um copo

— Ah, não obrigada, estou esperando meu amigo, próxima rodada com ele - eu disse começando a ficar desconfiada.

—  Qual é Athenna, não seja careta, bebe comigo.

— Eu preciso ir agora, outro dia nos falamos - eu saí dando um perdido enquanto corria na direção do escritório do Cyrus.

Dei de cara com a porta trancada, mas como seria possível isso? Tinha movimento minutos antes, a menos que não queiram ser perturbados em atividades tão íntimas.
Eu vou para o bar na área de cima para não encontrar com Evan e recomeço a beber.

— Athenna? É você ? - uma voz calma chama meu nome em meio ao caos e me viro para ver quem é.

As Origens da B.S.A.AOnde histórias criam vida. Descubra agora