Os dois irmãos Targaryen

Deus

A queda de Valiria causou muito pânico e medo em todo o mundo.

Do dia pra noite um enorme Império pereceu.
Sua destruição ficou gravada na história como um dos maiores mistérios do mundo. Ninguém sabia ao certo o que havia causado essa tragédia.

As famílias valirianas sobreviventes se espalharam pelos continentes, mas elas ainda mantinham contato umas com as outras, preservando suas tradições e linhagem.

Em uma noite Aegon Targaryen, aquele que viria a ser o grande Rei e fundador de Westeros teve um sonho que lhe mostrou o passado. Como um aviso, aquele sonho lhe revelou o grande mal que estava nas terras destruídas do que um dia foi Valiria.

Assim que despertou daquele pesadelo, Aegon imediatamente enviou cartas as outras famílias valirianas e contou o que viu em seu sonho. No início muitos não acreditaram, mas em dois meses um membro de cada uma dessas famílias tiveram o mesmo sonho que Aegon teve.

Logo após isso, todos montaram grupos de expedições e se encontraram nas ruínas da cidade antiga.

Cada família varilirana levou consigo três soldados, assim como seus dragões e foram explorar as terras amaldiçoadas.

Durante essa viagem eles encontraram um ser obscuro nas ruínas do grande templo valiriano.

Temendo que aquele ser um dia se voltasse contra eles e invadisse suas terras, os líderes decidiram sela-lo usando antigas ferramentas mágicas que levaram consigo antes de Valiria ruir.

Muitos homens foram sacrificados, assim como muitos dragões, que estranhamente, se recusavam a atacar o ser e pareciam teme-lo. Mas quando as coisas pareciam perdidas, eles finalmente conseguiram prender essa escuridão em correntes feitas de ferro divino, um ferro lendário que se perdeu muito antes de Valiria cair.

As famílias antigas então, junto dos Targaryen procuraram um lugar para prender esse ser e logo chegaram ao sul das terras que no futuro seria Westeros.

Centenas de anos se passaram, muitas dessas antigas famílias desapareceram ou se juntaram para continuarem existindo. Os Targaryen governavam Westeros como senhores absolutos, mesmo após perder seus dragões.

E a escuridão encontrada nas ruínas de Valiria continuou selada, até o presente, quando Rhaella Targaryen o libertou.

Ele perdeu a noção de quantos anos, décadas ou séculos haviam se passado. Tudo que ele podia fazer depois de perder tudo era esperar.

Aquele que um dia fora venerado como um Deus, aquele que guiava os seres por quem tinha carinho e lhes dava fertilidade e proteção, mas que foi traído por eles.

O ser que criou e destruiu Valiria.

Ele passou anos na escuridão e quando aquela mulher que tinha o sangue de suas crianças veio até ele, ele pensou que ela poria fim a sua exaustiva vida. Deus estava cansado. Ele queria poder em fim deixar de existir e acabar com esse tormento.

Mas ela o libertou e pediu para que ele protegesse seus filhos.

Era estranho, depois de centenas de anos se ver livre novamente, mas só era uma liberdade física e fútil, sua mente ainda estava aprisionada aos tormentos do passado que só lhe causavam dor e agonia, vivendo em meio ao desespero e angústia.

Ele se levantou lentamente do altar e deu passos lentos e demorados até a saída. Subindo as escadas suavemente e tranquilamente, não havia por que ter pressa, ele sempre teve tempo e sempre teria muito tempo. Isso era uma coisa que nunca lhe faltou.

Quando chegou em fim a superfície se viu em um corredor desconhecido, enquanto ele decidia para onde ir, sentiu algo esbarrar em sua perna.

Quando olhou para baixo ele viu algo pequeno, duas coisas pequenas. Um ser pequeno carregando outro menor ainda.

Uma criança que tinha o sangue de suas crianças que já haviam desaparecido, carregando outra que era como ela.

Os dois estavam sozinhos e pareciam que estavam sendo perseguidos. Então ele ouviu zumbidos estranhos e quando olhou em volta percebeu que eram dois humanos. Perdendo o interesse logo em seguida, ele voltou a olhar pras duas coisinhas interessantes que havia encontrado.

Mas quando os dois humanos avançaram contra eles, ele viu a pequena se encolher com medo no chão. Franzindo as sombrancelhas ele olhou para os humanos que se aproximavam e abanou delicadamente com a mão, logo os dois ficaram petrificados e caíram pesadamente no chão, com o interior de seus corpos carbonizados.

Depois de carregar a criança menor e segurar a mão da maior, ele saiu daquele lugar e os levou para o norte.

Deus tinha tempo, muito tempo, então ele daria um pouco desse tempo pra essas duas crianças que entraram em seu caminho.