''Chloe!'', gritava Noah de longe. Chegando mais perto, ele diz, ''Chloe, quanto tempo, estava morrendo de saudades!'', eu disse a ele, ''Larga de ser bobo, nos vimos ontem!'' Noah começa a rir e dar pequenos tapinhas na minha cabeça. ''Ei, vai bagunçar meu cabelo'', falo um pouco nervosa. Após entrarmos na escola, vejo que algo está diferente. ''É só coisa da minha cabeça?'', por que estou vendo as coisas mais coloridas? Será que estou ficando doida? ''Acho melhor eu parar de pensar nisso'', sussurro. ''Disse algo?'', perguntou Noah, ''Não, nada!''
Assim que bate o sinal, eu e Noah vamos em direção à sala de aula. Ele passa na minha frente e entra na sala primeiro. ''Como ele cresceu'', falo em meus pensamentos. Noah, depois das férias, mudou muito. O que andou fazendo esse menino?
Desde pequenos, eu e Noah fomos amigos e, apesar de muitas brigas, sempre voltávamos a brincar. Era como irmãos, nossas famílias também eram unidas, e minha avó sempre o tratava como seu neto. Quando comecei a frequentar a escola, sua mãe o colocou na mesma sala que eu, e depois disso, ele não parou de me atormentar. Todos os dias ele ficava me implicando, rabiscando meus cadernos ou me cutucando durante as aulas. Não posso dizer que também eu não implicava, até porque eu "sem querer" já o fiz chorar. Sempre estávamos juntos durante o recreio, e por isso, todas as meninas da nossa sala me odiavam. Noah era como o príncipe da escola. Eu já cheguei a pensar que Noah só ficava comigo no recreio porque eu não tinha outros amigos além dele. Nesse dia, eu o perguntei, ''Noah, por que você não vai brincar com seus amigos?'' Ele disse, ''Eles são chatos, é mais divertido brincar com você.'' Essas palavras me aliviaram, se não fosse o Noah, eu passaria meus recreios sozinha.
Todos os anos, eu e Noah sempre caíamos na mesma sala. Parecia uma espécie de tradição para nós. Se eu não estava na sala dele, ele estava na minha, ou vice-versa. Com o passar do tempo, comecei a fazer algumas amigas. De forma curiosa, nunca consegui fazer um amigo além do Noah. Ele era bastante popular e tinha facilidade para se enturmar, não apenas por ser amigável, mas também por sua aparência que despertava o interesse de todos. Após o sétimo ano, eu e ele deixamos de ficar sempre tão próximos durante o recreio, principalmente porque era cansativo lidar com os amigos dele que implicavam comigo ou com as garotas da nossa sala que faziam fofocas a meu respeito.
Ele percebia que eu ficava chateada com essa situação e concordou comigo. Noah tomou a decisão de se sentar do outro lado da sala de aula, onde estavam os amigos dele, mas isso não o impediu de continuar conversando comigo. Com o tempo, consegui fazer amizade com duas meninas que começaram a se sentar ao meu lado. Elas eram simpáticas e sempre me acompanhavam durante o recreio, mas frequentemente me perguntavam se o Noah estava interessado em alguém, o que me deixava desconfortável, pois suspeitava que elas só estivessem se aproximando de mim por causa dele. Depois de esclarecer que o Noah não estava interessado em nenhuma garota, elas pararam de fazer essas perguntas, e isso me deixou aliviada por não terem deixado de conversar comigo.
Eu entendia o fato delas serem loucamente apaixonadas pelo Noah. Ele era o típico garoto de revista que qualquer uma se apaixonaria fácil. Com sua pele branca, olhos verdes claros e cabelos lisos em um tom loiro-castanho, Noah era o crush de todas as garotas. Perto dele, eu me sentia apenas uma garota comum. Não conseguia entender por que algumas meninas ficavam com ciúmes. Para mim, ele sempre foi meu melhor amigo, um irmão que estava sempre ao meu lado.
Estamos agora no terceiro ano do ensino médio, como o tempo voa. "Hoje novamente estamos na mesma sala", mencionei enquanto me sentava na frente dele. "Como sempre!", ele respondeu com um sorriso no rosto. Esse ano preferi sentar perto dele, já que é nosso último ano na escola. Enfim, a aula começa. Enfim, a aula começou. Enquanto o professor apresentava o conteúdo no quadro, coloquei meus fones e comecei a copiar as anotações. Alguns minutos depois, o garoto que estava na carteira à minha frente me chamou: "Ei, você teria uma borracha para me emprestar?". A música que estava tocando não estava muito alta, então pude ouvi-lo perfeitamente. Respondi prontamente, "Claro!", entregando-lhe a borracha que estava em minha bolsa. Ele logo me devolveu, agradecendo: "Muito obrigado!". Nesse momento, Noah cutucou minhas costas e sussurrou: "No primeiro dia de aula, e o garoto não tem uma borracha. Acho que ele está querendo puxar papo com você." Eu respondi sussurrando de volta para Noah: "Noah, aí vem você com essas paranoias de novo. Talvez ele tenha esquecido a dele." Em seguida, recoloquei meus fones e retomei as anotações.
Finalmente, as aulas terminam. Começo a organizar meus materiais, mas Noah ainda estava terminando de copiar o que o professor havia escrito no quadro, já que ele passou toda a aula conversando. "Isso é o que acontece quando você passa a aula inteira conversando", comento, enquanto coloco meu fichário na mochila. "Bobona, você vai me esperar!", ele diz, copiando ainda mais rápido. "Hmm, e o que vou ganhar?", questiono, olhando nos olhos dele. "Minha eterna gratidão", ele responde rindo. "Mas eu já tenho isso. Deveria ser grato por eu continuar a te suportar todos esses anos", retruco, colocando minha mochila nas costas. "Está bem, amiga mais linda e perfeita do mundo, te pago um sorvete de flocos, mas só dessa vez. Você gosta de ficar me extorquindo", ele diz, ainda escrevendo em seu caderno. ''Essa é uma boa troca'', respondo. "Essa é uma boa troca", concordo. "Boa troca? Nada disso! Quando eu tiver que te esperar, vou querer meu sorvete também", ele afirma, terminando de copiar. "Isso é muito injusto!", exclamo, apoiando minha cabeça na parede. Ele começa a rir e guarda seus materiais. "Vamos, madame!", ele se levanta, colocando sua mochila nas costas. "Ir tomar sorvete?", pergunto. "Sim! Gastar meu precioso dinheirinho, sua malvada!", ele responde, fazendo drama. "Ebaa! Melhor amigo de todos!", dou um grande sorriso. "Eu sei!", Noah responde, rindo.
Então fomos à sorveteria, e lá Noah comprou um sorvete de flocos para mim. Depois, caminhamos de volta para casa. Como Noah morava perto, ele costumava passar um tempo na minha casa antes de ir para a dele. Era sempre divertido passar o tempo com ele. Ficávamos jogando ou fazendo tarefas juntos. A melhor parte era que nunca ficava entediante estar na sua companhia. Sempre tínhamos algo para conversar, e quando ficávamos entediados, simplesmente íamos para a casa dele. Como sua família era financeiramente bem-sucedida, ele tinha uma grande variedade de coisas, desde jogos caros até jogos de tabuleiro, uma piscina enorme onde brincávamos por horas para ver quem conseguia ficar mais tempo debaixo d'água e, o melhor de tudo, um piano branco na sala. Eu adorava tocar piano com ele.
Estava ficando tarde, e Noah precisava ir embora. "Eu sei que você vai sentir saudades", ele comenta. "Até parece", respondo. Depois que ele parte, entro no banheiro e tomo um banho. Após terminar, minha mãe me chama para o jantar. "Como foi o primeiro dia de aula?", ela pergunta. "Até que foi legal. O Noah está na mesma sala que a minha", eu respondo. "Sério? Que bom que vocês estão na mesma sala. Só não fique a aula toda conversando com ele, mocinha", ela começa a sorrir. "Eu sei, mãe!" Continuamos a comer, e quando termino, vou em direção ao meu quarto.
Continua..
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Last dreamer.
AdventureEm um mundo onde sonhadores são como lendas contadas de geração em geração, existe eu! Uma garota qualquer que se tornou uma sonhadora do dia para o outro, ''Mas por que eu?'' ''Por que me tornei uma sonhadora se nem para sonhar eu sirvo?'' disse fu...