Capítulo 9

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Bryan

— Seu Toyota RAV4, senhor.

Ao sentir as chaves do meu carro em minhas mãos, quase dou um sorriso.

Quase.

Depois de ver que ele estava em perfeito estado, eu entro nele, sentindo o gostinho de estar ali.

Melhor coisa era ter meu carro de volta. Depois daquela bagunça toda de bomba, que felizmente era falsa, meu carro foi transportado.

Não estou podendo dirigir, mas já fico contente de tê-lo novamente.

— Primeira vez que vou entrar em um carro como esse, olha o tamanho desse monstro! – Albert comenta, ao se aproximar de mim. — Você usava esse carro pra trabalhar também? – pergunta , claramente entusiasmado.

— Infelizmente não, não consegui convencer o chefe, como outros fizeram. – Falo me referindo a um colega, que usa seu Mustang.

Deus tem seus preferidos, não?

— Chega, já dirigiu muito.

Dou um basta em Albert, que não parava de dar voltas nessa minúscula cidade.

— Mania de estragar as coisas, meu Deus!

Não ouço suas reclamações, só o faço estacionar o carro na frente da minha casa, e sair de dentro.

Depois de deixar Albert, eu entro em casa, aclamando meu sossego. Feliz por estar em algum lugar que eu possa chamar de casa.

— Cara, tá um caos essa merda aqui. Não tô aguentando mais não. Estou quase fazendo igual você. Vou me atirar na frente de uma bala e me mudar pra qualquer lugar por aí. – Arthur aparece gritando na tela do meu notebook.

— Vai tomar no cu, cara.

Arthur era um bom homem, muito fresco as vezes, mas um bom homem.

— Faça isso, pelo amor de Deus. Ninguém aqui aguenta mais você! Insuportável.

Um de nossos colegas, William, aparece, dando um tapa na nuca de Arthur.

—  Como vai, lobo solitário? – William pergunta, usando o apelido ridículo que só ele usa.

Passei um curto tempo conversando com eles, relembrando algumas coisas boas que raramente aconteciam com a gente.

Já próximo ao anoitecer, eu decido dar uma volta por aí.

Mas, assim que piso na calçada, Gabriela passa por mim, sem me olhar, quase se esbarrando em mim.

Estranho a garota, de lábios rosados, ter a boca pálida no lugar.

— O que aconteceu? – A seguro, perguntando assustado.

— Mi abuela, mi vocecita murió. ella me dejo, se fue sin despedirse

Quase não entendo o que ela estava falando de tão embolado.

— Quem está com você? De onde você está vindo?

Não obtenho respostas.

Ela tinha um olhar vazio. Me senti estranho nesse momento em que nossos olhos se encontraram e os seus estão sem vida

Seu corpo cai para frente, quase caindo no chão, se não fosse minhas mãos na mulher.

Droga! Ela desmaiou.

Ela estava apagada.

A pego em meus braços, seu corpo leve me permite andar mais rápido. A levo ela para dentro da minha casa, que estava mais próxima.

— Merda!

A coloco deitada no sofá.

— Acorda, Gabriela! Acorda.

Sua pressão tinha caído, e antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ela volta.

— Graças a Deus! – Fico menos tenso. — Fique aí.

Pego um copo de água, enquanto ouvia ela murmurando coisas sem nexo.

— Eu preciso ir para casa. – Fala, tentando levantar.

— Você vai ficar deitada aí, e eu vou chamar ajuda. – Falo, tocando em seu ombro.

Gabriela dá um tapa sem força em minha mão, tentando me afastar.

— Olha, você não está nada bem.

Me agacho ao seu lado

— Me leve para casa, por favor. Eu preciso ver minha avó.

A única coisa que eu havia entendido, era que sua avó tinha falecido.

— Se acalme. Vou trazer algo para você comer. E quando você voltar ao normal, eu te levo pra lá.

Compulsivamente, a mulher em minha frente começa a chorar como uma criança, e eu fico sem reação.

Chorar parece que doía para ela, seus soluços eram pesados.

Em uma reação repentina, a abraço. Aperto meus braços em volta de seu corpo, na intenção passar algum tipo de conforto.

Mas, seus choro só se intensificou.

— Me ajuda, por favor...

Não entendo o que ela quis dizer, mal sei como reagir, como vou ajudá-la?

Ela chora em meus braços, me usando como um ponto de apoio e eu somente fico quieto, passando as mãos em seus lisos cabelos.

Não sei o que está acontecendo, nem com ela e nem comigo.

Convivi com isso por anos, e hoje não soube como lidar com essa situação. Que grande bosta eu sou.

Tenho que ligar para Albert. Ele é mais indicado para isso.

*Minha avó, minha vozinha morreu

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*Minha avó, minha vozinha morreu. ela me deixou, ela saiu sem dizer adeus.

🥺

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