Inês não sabia nem por onde começar. Tomou coragem começando a falar de onde conhecia Vicente. A cada palavra Cassandra ficava horrorizada, jamais imaginava que sua irmã poderia se deitar com homens por dinheiro.
Sua expressão era nítida em seu rosto. Não teve coragem para deixá-la terminar de falar, se levantou, mas Inês a segurou antes que saísse.
_ Por favor Cass.. _ tinha o rosto banhado em lágrimas _ tudo que fiz foi por você, por nós duas.
_ Eu preciso pensar, Inês! _ se soltou dela _ não sei nem o que pensar. Quanto a você e Loreto. _ pensou um pouco _ não tenho nada a dizer.
Abriu a porta e saiu quase que correndo. Não queria vê-lo nem pintado de ouro. Muito menos iria ficar ali e acabar ferindo Inês com suas palavras.
Passados alguns dias Inês se sentia péssima, não saia e nem comia nada perdeu um pouco de peso deixando Lucy cada vez mais preocupada.
_ Tem que comer Inês! _ tinha uma sacolinha em mãos _ trouxe algo pra você.
_ Me deixa Lucy, que saco hein! _ pegou a sacolinha olhando o que havia dentro _ tá de brincadeira né?
_ Não estou e conheço uma mulher grávida de longe, agora se levante daí e vá fazer esse teste agora!
Disse com autoridade, Inês se levantou bufando, mas foi. Ficou no banheiro por quase quinze minutos e quando saiu seu rosto estava vermelho pelo choro.
_ Isso deve estar errado! _ chorou inconformada com o resultado _ tá errado Lucy.
_ Minha menina!! _ puxou Inês para seus braços _ um filho não é o fim do mundo.
Afagou seus cabelos com carinho. Tinha um amor por Inês e Cassandra, como se fosse filhas, naquele momento nada precisava ser dito, apenas consolou ela até que se acalmasse.
O restante do dia foi em completo silêncio naquele apartamento. Já era bem tarde quando Vicente estava parado na porta do quarto encarando Inês incrédulo. Mas tinha um sorriso de canto.
_ Pensa pelo lado bom, vai ter um herdeiro!! _ pensava ser de Rodolfo _ o velho está com a virilidade em dia.
_ Não e do Rodolfo! _ passou as mãos nos cabelos bagunçados.
_ Não?! _ franziu a testa _ de quem Inês? Não pode estar com mais de duas semanas _ foi até ela.
_ Estou com mais, eu acho... _ olhou ele _ na sua festa de aniversário, eu bebi um pouco além da conta. Fiquei com aquele segurança.
Sentia o estômago doer um pouco, não comeu nada o dia todo. Deitou-se agarrada aos travesseiros.
_ Grávida de um pobre? Melhor abortar!!
_ Vicente!
_ Então finja que esse filho e de Rodolfo, se eu fosse você fingia ser até mesmo de Loreto. O homem é louco por você, vai te dar uma vida de luxo.
_ Jamais que faria tal coisa, ainda mais depois dele ficar com a minha irmã.
_ Sabe que um filho e um peso, ainda mais de um pobretão_ sentou-se na poltrona cruzando as pernas _ depois da gravidez vai ter os peitos caídos, flacidez, estrias. No máximo que vai conseguir e ficar na beira da esquina pegando os assalariados.
Não tinha pena em suas palavras, Inês chorou se sentindo um lixo. Lucy entrou no quarto com uma bandeja, olhou Vicente e não gostava nem um pouco dele. Fazia questão de demonstrar isso.
_ Sente-se Inês, trouxe uma canjica com frango pra você, precisa se cuidar minha menina _ disse com amor, apensar de querer jogar Vicente pela janela.
_ O que eu faria sem você? _ deu um sorriso triste e se sentou.
Lucy acariciou os cabelos dela e saiu após lhe dar um beijo e sussurrar para mandar aquele homem embora. Inês riu porque sabia da implicância dela com ele. Mas nem foi preciso, Vicente recebeu uma ligação e apenas se despediu rapidamente indo embora.
[••••••]
De malas prontas e decidido, Victoriano entrou no carro. O que não agradou nada sua mãe. Helena achava que o filho estava louco em ir atrás de uma mulher que viu uma vez na vida.
_ Pelo amor de Deus, Victoriano! Filho pare com essa loucura, essa mulher não e pra você.
_ Mãe ela e a única que fez meu coração disparar, preciso tentar encontrá-la.
Tinha um brilho nos olhos ao falar de Inês. Seus pensamentos, sonhos, planos, eram todos voltados a ela e na única vez que ficaram juntos.
_ Ainda acho isso uma loucura, não quero te vê machucado. Tem tantas moças lindas aqui onde moramos, qualquer uma delas adoraria ser sua esposa.
_ Mas não e elas que eu quero, mãe entenda isso.
Não quis prolongar mais aquela conversa. Mandou um beijo e saiu com o carro mesmo ela pedindo para ele ficar. Helena passou as mãos no cabelo preocupada, ele apesar de ser um homem feito, ainda era seu menino e queria protegê-lo de tudo e todos.
_ Seu Victoriano e um homem sábio, ele sabe se cuidar. Logo estará de volta, quem sabe com a mulher que tanto deseja.
A voz potente soou atrás dela. Sebastián pós as mãos nos ombros dela a vendo chorar baixinho. Helena sentiu seu corpo gelar com aquele contato, o homem era alto e tinha as mãos grandes, se sentia pequena perto dele.
Limpou as lágrimas e apenas saiu entrando em casa sem nem falar nada com ele ou olhar em seu rosto. Sebastián não entendeu, só queria confortar ela, mas sempre que se aproximava, Helena dava um jeito de sair, parecendo que estava fugindo de algo.
[•••••]
Alguns dias depois, Inês estava no quarto de um dos hotéis mais chiques da cidade. Tinha um sorriso ao olhar a bela vista que tinha de frente pro mar. Se levantou apenas de calcinha caminhando até o homem que servia uma dose de uísque.
_ Adorei ter me ligado, pensei que havia se esquecido de mim _ fez charme pra ele.
_ Quando vi as fotos que me mandou, confesso que não resisti. Olha que agora parece que está mais quente, seus peitos mais turbinados, pós silicone?
Bebeu a dose de uma vez, agarrou ela a beijando com desejo. Raul era do tipo quieto, mas em quatro paredes adorava uma mulher safada e submissa, pagando sempre tinha seus desejos realizados.
_ Está mais safado, adorei os brinquedinhos! _ passou as mãos nos seios com um sorriso sexy _ são naturais meu caro e adorável, Raul.
Mentiu, pois, sempre odiava algumas atitudes dele, mas o cachê era bom e ela não podia aceitar cair tanto ao ponto de não ser chamadas para as melhores festas e eventos da alta sociedade, onde está a acostumada a transitar com Vicente.
_ Podemos nós ver essa semana de novo? _ perguntou indo vestir sua roupa, tinha uma reunião em pouco menos se uma hora.
_ Só me pegar em casa, sabe onde eu moro_ iria ficar ali e aproveitar mais dos serviços cinco estrelas que o hotel oferecia _ se importa que eu fique aqui por mais umas horas?
_ Fique e aproveite minha doce Inês _ disse tranquilo com um sorriso meigo _ tenho que ir, o dever me chama. Mas foi uma delícia.
Foi até ela lhe dando um beijo rápido e saiu fechando a porta. Aquele momento Inês foi ao banheiro e encheu a banheira. Entrou depois de acrescentar sais de banho e vê que a água estava bem quentinha.
Não se notava nada em sua barriga ainda. Mas ela sabia que daqui uns meses não daria para esconder. Alisou seu ventre fechando os olhos e relaxando para que pudesse tomar uma decisão.
Seus pensamentos foram exatamente no dia em que conheceu Victoriano. Não negava que foi um dos melhores sexos que já fez. Sorriu ao lembrar de como ele a olhava abobado e depois do ato, ainda sim a olhava como quem admira uma obra de arte.
_ Aí virgenzinha, o que eu faço? _ imaginou como seria sua vida sendo mãe _ não vou conseguir, sou um péssimo exemplo. Pior que esse homem nem sei por onde anda.
Deixou que as lágrimas se misturassem a água. Era sempre assim seus dias depois de descobri que gerava um filho. Tantas coisas que se passa em sua mente, que acabou adormecendo ali mesmo.
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A Acompanhante de luxo
AcakEle a viu tão linda é seus olhos imediatamente se encontraram com os dele. Uma noite que deixou marcado a vida dos dois. Ela uma acompanhante de luxo , e ele um simples fazendeiro.