"We are not friends"

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O Cervero andou até a sala de informações, decidido a ter uma resposta, essa que esperava ser positiva. Podia não parecer nervoso, mas estava tão nervoso que nem percebeu quando chegou até a porta da tal sala. Ele sorriu nervoso, respirando fundo e abrindo a porta, olhou em volta rapidamente, ninguém mais além de Kaiser ali. Ótimo.

O de cabelos compridos tirou os fones, os deixando no pescoço e ainda olhando para a tela, já sabia que era Arthur.

—Art..

Foi interrompido.

—Kaiser, a gente precisa conversar.

Não desviou os olhos da tela.

—Ah, eu sei, eu sei, esqueci de comprar o arroz de novo, hoje eu compro.

—O que? Não.—Arthur deu uma risada, confuso.—Não é sobre isso. A mãe já comprou o arroz.

—Droga!—Disse ao morrer no jogo e olhou rapidamente para Arthur.—É sobre o que?

Voltou o olhar para a tela.

—Você pode deixar o lol e olhar pra mim?

—Não é lol, é CS.

Ele disse e deu de ombros, saindo do jogo e voltando a atenção para Arthur, ele era possivelmente a única pessoa que conseguia fazer Kaiser largar qualquer coisa de mão.

—O que foi?—Perguntou agora, apreensivo.

Arthur sentou na cadeira ao lado da de Kaiser, se aproximando do mesmo. Suspirou nervoso, Kaiser o olhava confuso, esperando uma resposta.

—César...—O de cabelos compridos acalmou sua expressão, quando Arthur o chamava assim estava tudo bem.—Você sabe que você é meu melhor amigo, não é?

—Sim, Tutu. Porque isso agora?

—César, amigos não dormem na mesma cama. Amigos não se tratam como a gente se trata. E... Eu sei que tudo tem um limite. Mas nós passamos todos eles. E eu não quero ser seu amigo.

—Que porra você 'tá falando?—Ele perguntou baixo, totalmente confuso.—Tutu...

Foi interrompido novamente.

—Você sabe, eu não amo o Dante como eu amo você, eu não amo a Erin como eu amo você...

—O que você...

—César, me deixa terminar.—Falou, com os olhos fixos nos do acastanhado, esse que o olhava de volta, ainda um pouco confuso.—Eu só acho que eu amo você mais do que como amigo.

Silêncio. Olhares desviados. Tensão.

—Me desculpa, eu só... Esquece.

Arthur levantou da cadeira, mas sentiu sua roupa sendo puxada.

Kaiser levantou, puxando Arthur para perto e deixando um selinho tímido e estalado nos lábios do menor. Arthur sorriu, depois de tantos beijos indiretos, cigarros roubados, sanduíches roubados... Um beijo de verdade.

Kaiser sentou na cadeira novamente, fixando os olhos na tela que não tinha nada de interessante.

—Eu também não quero ser seu amigo.

Ele disse baixo, totalmente envergonhado.

—Então quer dizer que...

A porta se abriu.

—Opa, Kaiser sua nova edição da Força G chegou.

Samuel disse, largando na mesa do moreno e indo para sua mesa.

Arthur segurou a mão de Kaiser.

—A gente conversa melhor depois.—Olhou para Samuel distraído atrás de si, beijou a mão de Kaiser e em seguida deu outro selinho nele.—Até depois, Kaiser!

Kaiser acenou, totalmente bobo. E Arthur saiu, deixando um Kaiser sorridente para trás.

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