CAPITULO UM - O Assassinato de Geórgia Izy

7 1 0
                                    

alguns capítulos terão 2 partes, para mostrar alguns detalhes dos assassinatos.
•••

Kalayavan Serafim Munir olhava pela janela, observava as pessoas que passavam a rua Mary 214 estava menos movimentada do que de costume, tinha uma família com vestes escuras e rasgadas, os buracos significavam que as roupas eram antigas demais para serem usadas.
Kalayavan tomava um café, enquanto olhava especificamente para aquela família pobre que mal tinha dinheiro para sustentar os 7 filhos da família, a matriarca chorava e aos berros enquanto se lamentava, em suas mãos havia um jornal, a única que conseguia ler em sua família medíocre.

Kalayavan desviou os olhos da família infeliz e focou no jornal na sua mão, a matéria da página 9 tinha como título:

"MENINA DE 19 ANOS FORA ENCONTRADA MORTA NO TERCEIRO BECO DA RUA MARY 214"

'''Nessa manhã, 7 de Junho, Geórgia Izy, filha da antiga duquesa falida Jenny Izy, foi encontrada morta no terceiro beco da rua Mary 214.
Geórgia estava com o corpo totalmente mutilado, seu rim esquerdo e olhos foram arrancados.
Policiais também encontraram do lado de seu corpo, "Sorria" escrita com sangue.'''

Kalayavan terminou de ler e olhou de novo para a família .
Ah, se eles soubessem que o rim de algum animal aleatório que ele deu para alimentar os filhos de Jenny Izy com o Benny, aquele que já estava cozinhado pronto para ser comido, na verdade era o rim de Geórgia, como eles reagiram?

Chorariam em culpa ou ficariam felizes por terem alguma coisa para alimentar suas crianças mais novas?

Kalayavan não sabia, mas gostaria.
Enquanto, continuava observando, a dor do luto. Era pior dor.

E ele sabia disso, mas quando se entra num estado de desespero e loucura nada mais importa. Mesmo que você já tenha passado por algo parecido, nada vai importar.

Kalayavan Serafim-Munir se levantou assim que terminou seu café, arrancou a página 9 do jornal e amassou as outras páginas, pendurou em sua parede com alguma coisa afiada.

17 páginas.

17 moças.

17 que nem mesmo no seu último momento de vida, o permitiu ver o tão esperado sorriso.

Serafim-Munir sentiu um aperto no coração, as memórias voltando, aquelas memórias que ele nunca ia se permitir esquecer.

> 15 anos atrás.

- Yavaaa

_- Yavaaaan!

_- Não me chame assim._

_- Deixa de ser chato, vamos o show já vai começar._

_- Ninguém quer ouvir você cantando, sua voz de leopardo engasgado com besouro deixa qualquer um surdo - Kalayavan disse provocando a menina 3 anos mais nova que si._

_- Escuta aqui, seu arromb-_

_Kalayavan sentiu uma presença assustadora atrás de si, era a mãe da menina._

_- Ei, sua pirralha! Não foi essa educação que eu te dei, peça desculpas agora ao Munir._

_- Mas, mamãe! - a menina fez um bico com manha._

_- Mas nada. Faça agora, antes que eu te mande limpar a bagunça que Octavia fez no chiqueiro._

_Ah, Octavia a porquinha que a mãe da mais nova criava, era como uma filha para si._

_- Desculpa, cabeça de ovo._

_- Você não tem jeito mesmo, sua pirralha!_
_Agora venha, seu pai já está chegando, ele disse que tem um presente para você._

_E assim se foi a menina e a sua mãe, Serafim-Munir se sentiu sozinho de novo, a mãe da menina se chamava Clarice Liza-Agostiny. Ela era uma boa pessoa, também era doce quando não estava brava._

_Quando as duas desapareceram de seu campo de visão, virou de costas e voltou para sua casa, aonde seu pai já o esperava no quarto._
<

Serafim-Munir olhou para cima, seus olhos agora lacrimejaram as doces memórias da menina, porque ela o deixou para trás?
Aonde ele havia errado?

Sentiu o ar ir embora de seus pulmões, sua visão estava turva, suas mãos começavam a tremer. A Ansiedade. A Ansiedade de saber que nunca mais iria vê-la. A Ansiedade de saber que ele não conseguiu impedir.

Então, sua mente parou e seus olhos se fecharam.

Ah, o sono era o pior, tinha pesadelos com a sua amada.

As marcas de sangue ainda estava lá, era o sangue dela.
A lembrança de como era se transformou em corvos ainda era vívida.

Se afundando no sono, ele deixou ir. Que os pesadelos comecem de novo.

"Ela não estava mais aqui,
os corvos só estavam voando por aí."

Sorria.Onde histórias criam vida. Descubra agora