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Narrador.

Desespero.

Esse é o sentimento que senti quando escutei aquelas palavras vindo do Afonso. Nada mais entrava em minha mente, a não ser o fato de que agora eu não tinha mais um emprego, podia ficar pior?

Naquele dia, voltei pra casa péssima, minha mãe percebendo meu comportamento tentou fazer com que eu falasse, mas eu não consegui dizer um "a". Cris pela mesma forma, a cada momento que me encontrava, tentava saber o que tinha acontecido e nada. Nada saia.

Diante do meu computador, a única coisa que não foi vendida por que dona Clara não havia deixado, eu suspiro tentando me distrair com o jogo on-line, no fone, as pessoas me pediam informações, tentavam se comunicar, mas eu não estava ali.

- Você está sendo massacrada. - saio do devaneio, com Cris entrando no quarto apenas de toalha.

olho para a tela, e meu personagem havia sido morto. bufo, levantando da cadeira.

- Esperando você me contar o que aconteceu, e não sabia que estava de férias...- fala enxugando os cabelos com a toalha.

- Não estou. Afonso não é mais proprietário da lanchonete. - me jogo na cama.
- Foi comprada.

- Isso justifica a sua tristeza, mas deve contar isso a mãe, ela assim como eu, acha que você está de licença.

[...]

Lauren aparece na cozinha de cabeça baixa, obviamente não tinha culpa do acontecido, mas mesmo assim a tristeza é inevitável.
Segurando o dinheiro em mãos, ela coloca em cima da mesa.

- Tirou a sua parte? - pergunta Clara, sorrindo.

- Não. - suspira.

a mulher bate a palma da mão na cadeira ao seu lado, chamando a filha para que se sentasse ali, Lauren sentou.

- A vida de um adulto não é fácil, trabalho também. Essas coisas vem e vão, é normal. - começa falando calma.
- Eu vejo uma menina esforçada, focada, você nos ajuda como pode, Lauren e eu sou muito grata por isso...

entendo o assunto, Lauren se surpreende ao perceber que talvez sua mãe já saiba do acontecido.

-....não vamos abaixar a cabeça por isso, há milhares de trabalhos em Dallas.

com um pouquinho de dificuldade, a mulher se levanta da cadeira, logo, deixando um beijo no topo da cabeça de Lauren, era o início de mais uma luta.

um ano depois....

- Não é como se fosse tão ruim assim. - morde a maçã.
- Eles vão nos ajudar bastante, por sinal.

fala a negra, enquanto olhava aquele prédio enorme, onde era a pequena lanchonete do Afonso.
Lauren rola os olhos para aquelas palavras, para a garota, era notório que aquela família queria visar lucro, óbvio, são donos de uma empresa, mas tiraram o pão de cada dia de várias pessoas apenas visando o próprio umbigo.

- É óbvio que vão, me fala Normani, eles estão ajudando você e a sua família com quanto? - pergunta irônica, parando e fazendo a outra menina parar de andar.

nao houve resposta.

- Foi o que eu pensei.

Passaram-se um ano e alguns meses depois da chegada dos Cabellos em Dallas, uma família importante, milionária, dona da Intimmus, uma das marcas de roupas e lingeries mais famosas dos Estados Unidos.
Vencedora da categoria melhores peças, três vezes seguidas, isso depois que a filha do Sr Cabello passou a "comandar" os negócios.
A então poderosa, Srta Camila Cabello.

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