53

28 3 0
                                    

Narrador pov.

Camila acabara de acordar mas um leve susto tomara conta da mesma. Não havia ninguém no quarto com ela, nem a Lauren. Infelizmente não tinha como a latina levantar para poder sair dali, mesmo que quisesse muito.

- Que saco! - murmura contrariada.

- Olha só quem acordou...- Camila revira os olhos ao ver Lauren adentrar o quarto.

Lauren solta uma risadinha para com a reação da outra. Sabia que Camila estava odiando estar ali, deitada, sem poder fazer nada.

- Como se sente? - pergunta a morena.

A latina suspira dando de ombros, não tinha muito o que dizer já que dava para ver o seu estado.

Lauren se aproxima devagar deixando um beijo no topo da cabeça da outra. Entendia o lado dela e não iria entrar em assuntos que a fizessem se incomodar. Não estava ali para isso.

- Quando podemos ir para casa?

- Amanhã. - responde Lauren.
- 24 horas é suficiente.

Camila assente.

- Olá! - as mulheres olham para a porta.

Uma enfermeira adentra com um sorriso terno, logo atrás dela uma outra. Ambas seguravam os bebês.

Camila respira fundo, sabia que se emocionaria ao vê-los. Lauren vira para pegar a mão da namorada, em um ato de presença.

- Trouxe umas pessoinhas para vê-la.

Elas se posicionam ao lado da cama de Camila, logo abaixando para que a latina pudesse vê-los.
Camila abre um sorriso terno, estavam dormindo mas mesmo assim dava para ver as características, eram lindos.

Aquele momento foi o bastante para Camila perceber mais ainda que aquilo era real.

[...]

Lauren pov.

A noite dormindo em uma poltrona não é nada confortável, mas valeu a pena estar. Hoje, Camila e os bebês teriam alta e então os preparos estavam a todo vapor para recebê-los.

Dinah e as outras estavam na casa da Camila arrumando tudo, enquanto Sinuh estava aqui comigo para me ajudar.

Camila estava inquieta e eu sabia o motivo, ela queria saber sobre as questões da empresa. Aquilo me incomodava um tanto, ela tinha pessoas capacitadas para aquilo, talvez... só talvez...

- Faltam quantas horas? - escuto a mesma perguntar.

Solto o ar e me viro pra sair dali, deixando-a com Sinuh.

- Já vai? Mas tão cedo? - uma voz grossa ecoa chamando minha atenção.

Ao erguer a cabeça, vejo aquele homem de terno, agora de cavanhaque grisalho assim como o cabelo. Ele estava diferente de quando eu o vi da última vez, e sequer sei quando foi a última vez.

Alejandro me olhava sustentando um sorrisinho nojento, sorriso este de pessoas que não sabem o que é um "problema" da classe mais baixa, o sorriso que me dá nojo.

- O que você está fazendo aqui? - escuto Sinuh falar atrás de mim.

Alejandro tira seu olhar de mim, direcionando para ela.

- Vim ver minha filha e meus netos, não está claro? - diz abrindo os braços.

- Não é bem vindo, Alejandro! - rosna baixo para que Camila não escutasse.

Trinco a mandíbula tentando não me meter e muito menos me exaltar naquele momento.

- Ora Sinuh, não é momento para isso, sim? - sorri.
- Eu sou avô!

HIPOCRISIA Onde histórias criam vida. Descubra agora