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O tempo passou, mas pra Camila pareceu que se arrastou. No decorrer desse tempo, Camila e Lauren ficara encarregadas dos móveis e decoração dos bebês, já que Sinuh e Dinah tentaram mas a latina foi contra todas as decisões.

Por não saberem o sexo do segundo bebê, as mulheres foram atrás de cores neutras para o quarto.  Lauren tentou algumas decorações de futebol e game, mas totalmente proibida por Camila, para ela, são apenas bebês e poderiam escolher a decoração de cada um quando estivessem maiores. 

Contando os dias, o quinto mês havia chegado depressa, e junto um mar de sintomas que fazia Camila enlouquecer. As aulas da Lauren voltaram, então a morena não ficava mais lá todos os dias, infelizmente. Mas isso não significava que a latina estivesse sozinha, sua mãe e Dinah estavam dispostas e ajudavam sempre, a loira sempre que podia.

A coleção combo casal foi um sucesso, mas como era esperado, não seguiu. As vendas foram ótimas, não faltara peças e muito menos houveram críticas a elas. Agora era foco no desfile, que também estava bem encaminhado, tudo no tempo certo e nada de dores de cabeça, pelo menos não no momento.

Lorran continuava rondando, óbvio. Camila era seu ganha pão, e agora, estava com uma equipe. Sim. Antes ele rondava e seguia as pessoas, agora, ele tem uma equipe.
Resultado: Informações de todos os lados. Principalmente sobre os bebês, agora como? Ninguém sabia.

Lauren pov.

- As pessoas estão divididas com as informações do Lorran. - escuto Sarah dizer, mas continuo prestando atenção na aula.
- Pessoas falam sobre inseminação, outras falam sobre aquela condição...

Fala a última parte mais baixo.

Suspiro.

- Eu não quero saber do que as pessoas falam, acredite. - sussurro.

Ela da de ombros.

A aula termina e nós vamos em direção ao refeitório, e é claro que iriam me encarar, nada tão novo. Após a volta das aulas, tem sido assim todos os dias, olhares e mais olhares curiosos, outros de confusão, alguns de inveja...

- Que tenso. - diz Sarah.

Múrmuro um "com certeza".

- Mas não liga, eles só querem saber como é namorar  a maravilhosa Camila Cabello.

- Nós não namoramos.

- E vão ter filhos? - fico em silêncio.
- Ah....saquei.

Falando em Camila, percebo que haviam algumas mensagens da mesma. Na verdade era uma mistura de sentimentos, porque em uma mesma mensagem, ela conseguiu dizer que sente minha falta, me xingar e me elogiar ao mesmo tempo. Era algo aparentemente "normal", pelo menos assim achava eu, já que estamos enfrentando uma gravidez.

- Já pensei nisso. - me forço a falar, chamando a atenção da negra.

Ela olha pra mim confusa.

- Digo o namoro. - termino de responder Camila, me virando para Sarah.
- Tenho as coisas encaminhadas, mas se tratando da Camila, preciso montar algo à altura dela.

Sarah coloca as duas mãos na boca, animada e me arrancando uma revirada de olhos.

- Posso ajudar?

- Não. - digo simples.
- Mas é algo qu...-

Sou interrompida com um estrondo vindo do lado direito, uma garota estava no chão gemendo de dor, aparentemente havia tomado uma queda. Claro que houveram algumas risadas, baixas, mas houveram.

Levanto para ajudá-la, e assim como eu, Sarah.

- Se machucou? - pergunto.

A garota nega em silêncio.

Estendo a mão para levantá-la, Sarah pegava suas coisas. A garota ainda não olhara para mim, mantinha sua atenção em sua roupa onde limpava.
De canto de olho, percebo Sarah analisando a outra, ela não tinha jeito.

- Nunca vi você por aqui, é nova? - pergunta.

A garota que agora nos olhava, assente com um sorriso meigo. Seus cabelos negros e os olhos castanhos claro, lhe dava um ar de meiguice e gentileza, mas tenho certeza que Sarah não estava a vendo desse jeito, não só apenas desse jeito.

- Sou sim. - responde educada.
- Obrigada pela ajuda.

- Quer sentar com a gente? - pergunto.

Ela pondera um pouco.

- Talvez...se sua amiga parar de me encarar desse jeito. - responde sorrindo envergonhada.

Cutuco Sarah com o cotovelo.

- Ai! - reclama.
- Desculpa, mas você é linda! - da de ombros.

- Obrigada, são seus olhos...- sorri.

- Não, não faça isso. - chamo sua atenção.
- Ela não vai parar de dar em cima de você.

A garota solta uma risada baixa.

- Talvez eu goste disso, vai saber...- diz passando por nós indo sentar.

Olho para Sarah surpresa e ela sorria com o lábio inferior ainda olhando a outra.

- Para com isso. - aponto o dedo pra ela.

- Parar? Eu to só começando...

[....]

Narrador pov.

Longe da Lauren, para a infelicidade dela. Camila terminava seu banho relaxante que Sinuh havia preparado para a mesma, óbvio que debaixo de reclamações, já que a latina tinha total condições de preparar seu banho, pelo menos era o que achava.

Falando em Sinuh, a mulher aos poucos estava se acostumando a vida diferente que estava tendo, digo diferente por estar em uma casa onde não havia empregadas, jardineiros, cozinheiros e etceteras. Ali quem fazia as coisas era ela, e Camila que o que podia, fazia.

Ela não reclamava, muito pelo contrário. Gostava de fazer as coisas ela mesma, até porque não tinha nascido em um berço de ouro, o básico ela sabia fazer.

Alejandro estava bloqueado, mas tentava ligar quando podia, porém, sem sucesso. As redes e jornais locais de Nova Iorque mostravam uma nova parceria entre ele e a Halsey, no caso o homem estaria patrocinando também o suposto trabalho criado pela mulher. Camila ao ficar sabendo tentou evitar que aquilo a ferisse, por tanta coisa em questão, então limitou-se a respirar fundo, o que faria?

- Você não sai? - pergunta ao descer as escadas.

Sinuh que assistia a novela mexicana que começara, apenas olha para trás por cima do ombro. Camila vestia uma camisola da sua marca, óbvio, mas a barriga já marcada a deixava mais bonita ainda.

- O que foi? - pergunta se aproximando.

- Sua barriga...- sorri terna.
- Está linda.

Camila a olha, a mais velha ergue o braço e leva a mão tocando a barriga da filha. Camila não recua ao toque.

Sinuh fecha os olhos, sentindo algo que só ela sentia naquele momento, tudo isso debaixo dos olhos atentos de Camila.

- Tudo bem?

Pergunta ao notar lágrimas descerem pelos olhos.

- Sim...eu só...- se afasta enxugando as lágrimas.
- ...não esperava te ver grávida, ou então nunca pensei que poderia sentir isso.

Camila franze as sobrancelhas ainda confusa.

- Você não vai entender, ainda não teve os bebês. - diz levantando-se e saindo dali.

- Louca...- fala um tanto baixo.

- Eu escutei!

HIPOCRISIA Onde histórias criam vida. Descubra agora