Cap XII

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Tamaki Amajiki (on)

Ficamos um bom tempo conversando.
Falamos sobre músicas, desenhos. E o passado.
Falando em passado...
_O Mirio? Eu conheci ele no fundamental, eu tinha me transferido e ele foi falar comigo. Ele dizia que eu era incrível, tentava sempre me alegrar. Começou a ir assim na minha casa, começamos a nos tornar amigos e quando menos esperávamos éramos melhores amigos. E depois chegou a Hadou.
_Ele não estava errado
_Sobre o que? Questionei
_Você é incrível, sorriu de forma tímida
Espera o que? Incrível? Eu? Aí meu Deus, eu vou corar.
Socorro.
_Qual seu sonho? Perguntei a ela
_Ajudar a todos, respondeu _E você?
_Também, e ter mais confiança, sorri
_Eu entendo, também era assim, comentou
_Sério? Questionei
Caramba, não dá para imaginar tal coisa.
_Sério
_E como mudou isso? Perguntei curioso
_Mudei para o Japão, deu uma risada leve e retribui sorrindo também
_Desculpe perguntar mas por que veio para cá? Questionei_Não precisa responder se não quiser, na verdade nem precisa, me desculpa.
_Não ta tudo bem, eu vim para cá com a minha mãe depois que meu pai morreu. Ela era daqui antes de ir para o Brasil fazer intercâmbio e ficar por lá. A família dela é daqui, então viemos.
_Entendi, desculpa perguntar
_Ta tudo bem, sorriu para mostrar que estava tudo bem _ Meu pai era policial, e eu cresci vendo ele ajudar as pessoas. E eu queria ser como ele, começou a contar olhando para a frente como se conseguisse visualizar _Então fiz o estágio para a polícia aqui depois que eu cheguei, um ano e meio depois. E estou ali, quero ajudar quem eu puder.
_Isso é legal, respondi admirado
_É... respondeu cabisbaixa
Sei que ela não possui individualidade, mas ela não sabe que eu possuo. Talvez desconfie.
Queria que soubesse que ela é incrível mesmo não possuindo individualidade.
Será que eu consigo dizer isso a ela? Talvez se eu olhar para o chão, saía.
_Eu acho você incrível, falei evitando olhar para seu rosto
_Obrigada, falou
_Não, eu realmente acho, não é para te animar. É minha sincera opinião, confessei
Aí, não acredito no que eu disse.
Aí quero minha casa.
_Obrigada Tamaki, disse dando um sorriso fraco
Até que valeu a pena dizer...
_Gente, eu estava pensando, que tal irmos na festa todos juntos?! Sugeriu a Hadou parando na nossa frente para compartilhar sua ideia
_Eu acho legal, falou Yumi _Vamos amor? Perguntou a mesma olhando para deu namorado
_Vamos, e aí S/n? Perguntou menino para ela que o olhou com tédio
_Togata? Perguntou nossa amiga para o loiro
_Eu tô dentro, e aí Tamaki? Vamos? Perguntou olhando para mim que também olhei com desânimo
_Vamos pessoal, tentou animar a menina de cabelos azuis _S/n se você for o Tamaki também vai, disse a mesma
Ela me olhou por um instante.
_Ta bem, disse se levantando
O que ? Festa? Aaah não!
Fazer o que? Vamos, não é?
_Se ela estiver chata a gente foge, disse S/n cochichando como sugestão, enquanto digitava avisando sua mãe
_Eu aceito, falei sorrindo
Fomos da onde estávamos até a direção da festa, não era longe. Aproveitamos para irmos caminhando.
Ao chegarmos podemos ver o quão movimentado era. Tinha muitas pessoas.
Quase toda nossa turma e alguns das outras, sem contar os amigos dos amigos.
Tinha desde bebidas alcoólicas, até as sem. Músicas, jogos, e pegação.
Tudo que uma típica festa de adolescentes poderia ter.
_Vamos sentar em algum lugar? Perguntou S/n falando próxima por conta da música alta
_Vamos, falei a seguindo
Os nossos amigos, se separaram cada um para um lado. A Hadou encontrou as meninas da turma e se juntou com elas. Mirio estava com os meninos, afinal ele era meio popular. Já Yumi e Yamato, estavam dançando juntos.
Quanto a mim e a S/n, éramos peixes fora da água.
Estávamos sentados em um canto comendo salgadinhos e tomando os poucos refrigerantes que havia na festa.
_Me sinto velha, comentou
_Por que?
_Estou comendo salgadinhos em vez de estar dançando. Estou vivendo minha vida do jeito errado, será?
_ Eu acho que não, cada um tem sua vibe. Respondi _Mas se quiser dançar, eu vou ficar aqui
_O que? Não, não vou te deixar sozinho, disse a mesma bebendo um pouco de refrigerante
Obrigado! Eu sei que é egoísmo mas eu não queria ficar sozinho...
_Estou me sentindo egoísta de te prender aqui, comentei
_Não se sinta, eu já gostei mais de festas. Hoje não consigo ver mais graça nelas.
_Essa é minha primeira vez em uma festa assim, confessei
_Sério? Ai meu Deus, você quer dançar?
_O que? N-não, eu não sei dançar
_Eu posso ensinar você
_Sério ?
_Sim, quer tentar? Perguntou me estendendo a mão
_Pode ser, corei
_Vem, disse me conduzindo até a pista _Mexe o corpo assim, disse mostrando como era
_Assim? Perguntei todo tímido
_Isso, sorriu _Vem, você está todo sem jeito, não é?
_Um pouco, mas foi legal
_Você é um fofo
Corei. Suas palavras gentis eram certeiras, automaticamente me faziam corar e ficar sem ação.
Nós voltamos para onde estávamos sentados, e ficamos ali mais um tempo olhando para as pessoas.
Não sei da onde vinha tanta energia para dançarem tanto.
Como não ficavam tímidos, ao dançar na frente de outras pessoas?
Parecia tão fácil.
_S/n? Chamei a mesma que olhava perplexa para sua frente parece que havia visto uma assombração _S/n? Chamei de novo
_S/n é você? Falou um cara que se aproximou dali _Caramba é você mesma, disse se aproximando
_Fica longe, falou séria
_S/n não faz assim, vamos conversar
_Não temos nada para conversar, respondeu a menina
_Quem é ele? Perguntei
_Sou o namorado dela e você?
_Ex- namorado, a gente terminou faz tempo
_Isso são detalhes, falou o rapaz
_Só fica longe de mim, falou se levantando _Vamos Tamaki, disse me pegando pela mão e me conduzindo até a porta
_Você está bem? Perguntei
_S/n? Chamou o rapaz tentando acha-lá
_Vamos, depois eu explico, pediu a menina que tremia
_Vamos, falei acompanhando seu passo
Paramos quando estávamos um pouco longe.
_Desculpa te arrastar assim, pediu ela cabisbaixa
_Não tem problema, mas vamos para casa primeiro. Lá a gente conversa sugeri afinal ele podia ter vindo atrás um pedaço e pode nos achar aqui na rua
Caminhamos até o prédio lado a lado, nossas mãos se tocavam, e a dela tremia e suava. Ela só olhava para frente e sua respiração era ofegante.
Entramos no elevador e nem por um momento soltamos as mãos, nem falei sobre, afinal era bom segura-la, suas mãos são tão macias.
Por um breve momento lembrei dele a chamando, e dizendo algo sobre ser namorado, senti algo em mim doer.
Como se aquelas palavras fossem alfinetadas no meu peito.
Que sentimento é esse? Por que me sinto assim em relação a você?

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