Imperatriz

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Banhado o corpo pelas águas cristalinas, qual escolha teria à ela, senão abraçar seu ínfimo amor por quem lhe jurava o mundo?

Ao secar seu corpo que, em declinio de tempo em tempo, permanecia como uma obra de mármore de michelangelo, intocável e tão real quanto um ser humano.

Com a mão sobre seu delicado peito, tragando o vapor da água quente, sucumbindo sobre pensamentos mórbidos e de paranoia. Ela sabe, sente e confia que não deveria entregar sua alma e corpo ao cão indomável que lhe chamava de "minha".

Desnuda naquele sublime local, sob o flagelo de suas ações, se reprime e odeia. Não importanto quantos lhe devotassem os olhares de cobiça.

Seu fiel cachorro não estava mais lá.

Pois já haviam milhares de infiéis que estariam lá para lhe admirar, proteger e saciar sua fome indomável da corpórea afeição.

Sob a luz do crepúsculo, ela deita em sua reservada cama, indagando-se sobre algo que lhe trazia falta. Falta da angústia e ansiedade do seu amável cão.

O amor incodicional da criatura que sem uma palavra, saberia lhe dar o conforto de prometer com ações, sua fidelidade e permanência ao seu lado.

Hoje se completam quantos anos? 

Quantas estações?

Quando foi que alguém realmente se importou em saber se você era realmente feliz?

Quem seria o tolo em tentar usurpar coração daquela imperatriz?


Do meu universo, para tiOnde histórias criam vida. Descubra agora