Capítulo 3

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Luca

Não há alívio mesmo após gritar com todas as forças que há em meus pulmões, não há alívio quando minha moto está destruída no chão e não há alívio quando a brisa do mar me atinge repetidamente, há tudo menos alívio. Há um enorme buraco em minha mente, peito e estômago preenchido por medo, o mais puro do terror. Mary tem uma filha... Nossa filha! Seco as lágrimas e corro os dedos pelos meus cabelos, os amarrando, me preparando para voltar para dentro da casa. Nossa filha!

Eu tenho uma filha!

Minha e da mulher que deveria ter longe.

Minha filha!

Minha!

E agora? Eu agia como Dante no início, ou seguia o conselho que lhe dei naquela noite no banheiro na casa do nosso tio e Vic.? Eu sabia qual é o melhor a se fazer, o que devo fazer, mas essa porra rugia dentro de mim, querendo fugir a todo custo das correntes, o maldito monstro egoísta, minha versão podre. Eu o escuto mais uma vez? A imagem de Gabby, de seus olhos se apagando, de sua dor desaparecendo junto com ela, me batem tão forte que me sinto tonto. Não, o monstro não poderia vencer outra vez.

— Senhor? — Bruno chama preocupado.

— Relatório — ignoro sua preocupação.

Os soldados que solicitei estão a minha frente em um barracão no terreno da casa, assim que peguei estrada, somente a necessidade de pôr meus olhos sobre Mary, gritava incessantemente em minha cabeça, mas então, sua segurança gritou mais forte e eu tive que parar um pouco antes de me aproximar de sua casa e ser mais racional, coisa da qual não estava sendo há muito tempo, nem sei se já fui de verdade alguma vez em minha vida, ou era como todo o resto nessa merda, eu sendo uma farsa.

— O Don me enviou tudo que sabe a respeito das ameaças, incluído todos os que já foram investigados — Bruno faz como pedi, assinto e apanho o dossiê que me estende, ignorando seus olhos castanhos que me lembram os da minha mãe. Se a vadia da Emma já não estivesse no inferno, não me satisfaria somente com a diversão que Alison e eu, tivemos algumas vezes com ela, a mandaria de uma vez por todas, menos uma porcaria no mundo. Pensando em Alison, a mulher e meu irmão, tinham muito o que me explicar — Há sobre os seguranças da casa também, senhor — informa.

Abro e dou uma olhada por cima, cerca de quinze homens além do garoto que agia como um homem cheio de si, que é Bruno, esperam em silêncio que eu lhes dê quaisquer que forem às ordens.

— Bruno, se junte a esse tal de Marco na segurança principal. Não importa o que haja, elas ficam bem, entendeu? — ele assente, sua feição demonstrando como entendeu e sua disposição. Na ficha informa que o tal Marco é o segurança principal de Mary e... Gianna. Fecho as minhas mãos em punhos após atirar a pasta para um dos caras que a ampara, eu tive que descobrir o nome da minha própria filha por um relatório, mas bom, só havia um culpado em tudo isso — Isso serve para todos. Sei que não esperam muito de mim, mas tenham em mente a certeza que estarão no inferno antes que eu desça até lá, se algo acontecer com às duas.

Eu não preciso gritar para dar mais ênfase ao meu aviso. Talvez, a primeira coisa que aprendi com Dante, tirando toda a coisa sobre eu poder contar com ele, que seria minha família, é que você não precisa gritar para ser ouvido, só basta ir ao ponto certo. Postura e palavras certeiras, e ações quando chega o momento, principalmente, que quando esse momento chegasse, não recuaria. E sobre isso, eles já sabiam, ainda que o Luca, um dos braços direito do Don, estivesse longe por um bom tempo, no entanto, não nisso. Definitivamente, não nisso!

— Sim, senhor! — vociferam em coro.

Sorrio.

— Ao trabalho então, senhores! — me sento em uma cadeira que tem ali — Vamos começar pela equipe externa...






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⏰ Última atualização: Mar 15 ⏰

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