capítulo 12

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*SN povo*

Voltar foi bem mais rápido do que imaginei. Sem perder tempo entrei em casa, sem mesmo esperar por minha prima. Vozes dispersavam o clima silêncioso do recinto.

{Que milagre! Minha vó com visitas.}

Segui as vozes, até que cheguei na cozinha, e para minha infeliz coincidência, a visita se tratava de dona Rute, uma senhora nem tão gentil ou carismática, amiga de longa data. A única coisa que sabia, era que minha avó gostava muito dela, já que meu pai e o filho da senhora, eram amigos de infância.

Pensei seriamente em sair de mansinho da cozinha, as senhoras estavam conversando sobre algo muito interessante, já que não haviam se quer notado minha presença.

{Se a vovó descobrir que você chegou, e não deu nem um "boa tarde", ela ficará triste.}

Odiava minha consciência por me condenar tanto.

Sn: Benção vó, Olá dona Rute, boa tarde.

Comprimentei de longe, de maneira meio tímida, prendendo a atenção delas a mim.

Vó: Olá meu amor, Deus que abençoe. Nossa, chegou cedo, Stela está com você? Quero que ela conheça a Rute.

Sn: Eu acho que ela foi no banheiro, já que ela vem aqui.

A senhora rechonchuda e de cabelos grisalhos me olhava de maneira avaliativa, me deixando mais sem jeito ainda.

Rute: Sn, olha só para você, não mudou nada desde a última vez que te vi, isso faz o que? 5 anos? É realmente igual a seu pai, parece que parou no tempo. Continua com esse rostinho de garotinha.

Apenas sorri de maneira educada. Não sabia se aquilo era um elogio ou uma crítica. Olhei para minha vó, queria saber se ela havia captado meu sinal.

Vó: Ela não está linda? Cada dia se torna mais bela, meu pequeno mundinho. Sempre com esse ar de delicadeza, minha menina.

Neste momento minha avó se levantou, e veio em minha direção, logo em seguida, me abraçou e meu deu um beijo carinhoso no rosto. Amava esses momentos, me sentia amada.

Minha avó, sempre meu amparou. Ela sabia exatamente quando não estava me sentindo bem, ou quando simplesmente queria fugir de certo lugar, ou situação. Desde pequena, sempre tive muita dificuldade em socializar, e ela sempre respeitou meu espaço, nunca me forçou a nada, queria ser uma boa neta, deixá-la orgulhosa, então sempre fazia um esforço para ser educada ou minimamente carismática com suas amigas.

Rute: Realmente Amélia, Sn é muito bonita, e também muito educada. Só acho que se você continuar tratando ela como se fosse criança, vai acabar prejudicando a garota no futuro.

Vó: Não trato ela como se fosse criança, sua aparência pude enganar, ela já é bem madura para a idade dela, e também muito responsável. Não vejo necessidade de ser dura com uma garota tão doce, e que não me dá trabalho.

Podia sentir uma tensão crescer ali, não queria que elas discutissem, sabia como a amizade delas era importante para ambas. Dona Rute, não era uma mulher ruim, só não concordava com o modo que minha avó me criava, de acordo com ela mesma, minha avó era muito mole, e não devia deixar uma garota da minha idade ficar cercada por garotos, criaria uma má impressão sobre mim.  Pensei em intervir e falar qualquer coisa, mas não foi necessário.

Stela: Oi vó.. ah! Olá, não sabia que tinha visita.

Olhamos para a porta, e ali estava a figura loira, envolta em um certo brilho, parecia mais disposta e se possível mais bela ainda. Seu sorriso, e a maneira que olhava para nós, era como se ela soubesse exatamente o que estava acontecendo, e tivesse esperado o momento certo para agir.

it a coisa: uma nova loserOnde histórias criam vida. Descubra agora