capítulo 16

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•Sn on•

Como já tinha previsto, muitos sonhos estranho me visitaram aquela noite, sonhos envolvendo um casamento entre Stela e Stan, que logo era interferido pelo palhaço, que invadia a cerimônia, e devorava Stan e Stela, não, na verdade, engolia eles, em apenas uma bocada, logo após eu ia até o altar, e me casava com aquela coisa. Richie, Ben e Bill, eram meus padrinho e aplaudiam, enquanto Beverly chorava de emoção.

Acordei atordoada e confusa, esse era sem dúvida o sonho mais estranho que já tive. Fiquei ali deitada pensando no sonho, atravéz disso me lembrei da noite anterior, da briga com Stela, da visão, das luzes do caos....

Sn: Luzes do caos...

Repeti para mim mesma, nada parecia real, mas sabia que não era sonho. Me aconteceu tanta coisa na noite anterior, que não parei para assimilar os acontecimentos, mas agora com calma, podia ver a gravidade deles.

Eu estava morrendo, destinada ao sofrimento, decadência, infelicidade e tudo que derivasse disso. Estava com medo, pois pela primeira vez, eu queria viver, tinha um motivo para tal desejo, agora eu tinha amigos, amigos que gostavam de mim, e me queriam por perto, sentia que estava mais próxima de minha vó, e a mesma me entendia, sempre me acompanhou em minhas crises e momentos ruins. E o maior de todos, estava apaixonada, apaixonada era pouco, oque eu sentia era tão forte, que não sabia denominar oque era, só sabia que era amor, estava amando uma pessoa incrível, que me entendia completamente, era meu amigo, meu pai, meu amparo, era meu tudo, nele eu encontrava conforto, forças, tudo que eu precisava para viver, encontrava nele. Meu medo não era de morrer, e sim de deixá-lo para traz, deixar todos para traz, e ficar novamente sozinha.

Nunca pensei na morte com tanto pesar, como pensava agora, lembro-me de ter refletido sobre ela, no dia do velório de meu pai, mas ali ela não passava de uma desconhecida que vinha sem motivo, e levava pessoas que por nós, eram queridas. Agora, eu a via como um ser, tal ser este que tinha um motivo para vir, e ir, tinha a obrigação de dar um fim a vida das pessoas, quando achava que está por sua vez, já havia sofrido o suficiente. Se era este o motivo, quanto mais tempo de sofrimento me restava?

Uma amargura, vazio, desânimo, era tudo oque tinha naquele momento, não conseguia acreditar que a morte estava tão próxima, e isso não era o pior, o pior era não saber quando ela viria.

Sofrimento..., ver todas as pessoas que amava, morrer, e eu não iria poder fazer nada, a não ser chorar pela lembranças que elas deichariam, ou não, já que eu mesma também iria partir.

Cenas nítidas, de como meus amigos iriam morrer viam em minha mente, para cada um, várias probabilidades. Aquilo estava me deixando, atônita, aos poucos podia sentir o desespero e a raiva tomar conta de mim, meus sentimentos estavam uma bagunça.

A falta de ar, aos poucos ia se alastrando pelo meu corpo, junto de uma forte vontade de chorar e gritar, sabia oque isso significava, mais uma de minhas crises, porém eu não podia permitir que tal ato acontecesse, estava na hora de ser forte, e de tomar as rédeas da minha vida, decidir oque aconteceria, e quando aconteceria. Levantei rapidamente, como se minha vida dependesse daquilo.

Fui até a janela, a abri bruscamente, uma brisa bateu contra meu rosto, invadindo meus pulmões, aquele oxigênio, que entrava em meu corpo, e refrescava meus pensamentos, era um sinal, o sinal que eu estava procurando.

Era muito cedo ainda, era possível ver a neblina pairando sobre a cidade, ali da janela do meu quarto podia ver o sol nascer, lindo, glorioso, imponente, talvez ele não soubesse oque o aguardava no dia seguinte, mas sempre se levantava com seu total explendor, mostrando para todos que ele ainda estava alí.

Assim como o Sol, eu também queria mostrar que eu estava ali, respirando, VIVA. Meus medos, inseguranças, indecisões, podiam esperar para me fazerem visitas. Enquanto eu ainda respirasse, eu iria fazer de todos meus dias, únicos, pois a incerteza sobre o amanhã, era grande, mais isso não me abalaria. Não mais.

it a coisa: uma nova loserOnde histórias criam vida. Descubra agora