EPÍLOGO

138 8 7
                                    


Olhei para o céu azul, enquanto estava deitado de costas na grama verde. As poucas nuvens no céu flutuavam acima de mim, dançando enquanto faziam seu caminho pelo céu. Eu distraidamente puxei um fio de grama, rolando a lâmina entre o polegar e o indicador.

- Hoje está bom. - eu disse baixinho, com medo de que o velho sentado no banco com buquê de flores nos ouvisse. - Eu saí com minhas irmãs a maior parte de hoje. - eu disse, tentando focar nas nuvens. Talvez se olhasse bem, eu pudesse vê-lo.

Ele sempre quis ser jovem para sempre, agora ele nunca viverá além de suas lágrimas de adolescente. Ele será eternamente jovem.

- Eu penso muito em você. - eu disse, virando de lado para ver o nome que eu conhecia muito bem. Tracei seu nome cursivo com a ponta dos dedos, a pedra estava fria contra minha pele. - Eu me pergunto onde você estaria, o que estaria fazendo...- eu disse baixinho. Mesmo depois de três anos, não consigo controlar as lágrimas.

- Eu me pergunto por que você se foi tão cedo. Você não teve a chance de uma vida longa. - Limpei uma lágrima caída do meu rosto, olhando em volta para ter certeza de que não havia ninguém por perto. O velho com as flores acaba de colocá-las no túmulo de sua esposa. Eu o vejo aqui com frequência. Eu me pergunto o que ele pensa de mim, lamentando minha própria perda...

- Às vezes eu não quero envelhecer sem você... Por que você não pode ficar mais tempo?- Suspirei enquanto rastreava seu nome várias vezes.

- É difícil seguir em frente, sabe? - Eu disse um pouco. Eu não queria admitir isso para ele. - Conheci essa garota outro dia... Ela é muito doce e acho que gosto dela. O nome dela é Hailee. Mas eu não acho que estou pronto para um novo relacionamento. - Eu me senti um pouco melhor dizendo a ele tudo isso. Era quase como se eu o estivesse traindo, não importa o quanto me dissesse diferente.

Suspirei, desejando que ele voltasse para mim, mas sei que ele nunca voltaria. Olhei de volta para o céu. Estava tão bonito hoje, mas ele nunca o veria.

- Acho que nunca vou deixar de te amar. - admiti baixinho.

- Provavelmente vou me apaixonar novamente em algum momento no futuro, mas sempre saiba que você foi meu verdadeiro amor. No fundo, eu sempre vou te amar. Não importa o que. Você foi o meu primeiro amor.

Eu ensaiei isso na minha cabeça por horas, mas por algum motivo, não foi suficiente. Eu gostaria de poder segurá-lo em meus braços, sussurrar doce em seu ouvido até que ele adormecesse. Eu gostaria de poder beijá-lo em cada centímetro quadrado dele, sussurrando um suave 'eu te amo' entre cada beijo.

Talvez então, ele realmente soubesse o quanto eu o amava...

Mas agora, tudo que eu tinha era seu nome gravado em um pedaço de pedra fria, e seu corpo sem vida enterrado três metros abaixo de onde eu estava. Eu me pergunto se ele está confortável lá embaixo. Eu esperava que ele não fosse colocado de uma forma que encolhesse seu pescoço. Eu esperava que ele se sentisse como se estivesse deitado em uma nuvem. Isso seria legal. Ele merece.

Levantei-me lentamente, recolhi o lixo do meu almoço habitual e dobrei o pequeno cobertor. Fui até lá e coloquei tudo no meu baú, antes de voltar para o túmulo de Liam, para um rápido adeus.

Beijei as pontas dos meus dedos antes de pressioná-los em seu nome. Limpei as lágrimas caídas do meu rosto.

- Vejo você amanhã, Li. Eu te amo para todo sempre.

ACIDENTAL - Ziam ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora