I am ready to love? (Chaelisa)

Park Family

            Los Angeles, Malibu 8:45 pm

Eu estava na sala de jantar, sozinha, sentada de frente a comida que sequer foi tocada, e eu me sentia miserável.

Sozinha.

Abandonada.

Traída.

E mesmo sabendo que havia chão abaixo dos meus pés, eu me sentia sem ele.

Imagens de alguns dias atrás, não tão distantes se formavam a minha frente.

Era como assistir a um filme.

Havia uma família feliz, comendo junto naquela mesma mesa, rindo junto.

Havia amor, confiança, alegria, gratidão.

Paz.

Paz?

A imagem deles se apagavam e restava novamente apenas a minha presença naquela enorme cozinha.

Era uma mentira.

Era tudo uma grande mentira.

Se em algum lugar estivesse acontecendo um espetáculo de um circo na cidade, cheio de palhaços em volta enquanto o público se divertia e ria.

Com certeza o motivo era eu.

Eu era a piada.

E o pior de tudo, é que eu sabia...

Mas me esconder dentro de uma bolha era mais confortável do que encarar a realidade.

Quantas tentativas foram? Quantas lágrimas eu tentei segurar sempre que entendia que algo errado estava acontecendo.

Apoiei meus dois cotovelos na mesa com minha cabeça entre os braços segurando com as mãos em meu coro cabeludo.

Apertei minhas mechas loiras.

Eu as puxava sentindo uma dor se formar na raiz do meu cabelo.

Afim de aliviar a dor que eu sentia em meu peito.

Peito esse que se encontrava pesado, como se houvessem toneladas de qualquer metal dentro.

Era pesado, doía.

Doía muito.

Lágrimas escapavam de meus olhos, e eu podia as sentir cair em meu rosto.

Chorei em silêncio tentando me concentrar.

Eu precisava sair daqui, eu precisava para quelas lágrimas.

Eu precisava ver Louie.

Não deu tempo de impedir que ele ouvisse tudo, mas eu sabia que ele poderia ouvir.

Louie assistiu toda a nossa briga.

Antes da minha decisão definitiva.

Eu o mandei ir embora.

Lee Dongwook não seria mais o meu marido.

Era preciso, e mesmo assim meu peito insistia em doer, eu não achei que esse dia chegaria, mas ele chegou.

E eu não podia ficar bancando a chorona, eu precisava me erguer, afastar, engolir toda aquela dor de alguém que tinha dado a vida para manter uma relação.

E cuidar da única pessoa que me importava naquele momento.

Afrouxei o aperto em meu cabelo, vendo que alguns fios tinha se soltado, limpei as mãos e o rosto, procurei a comida que Louie já deveria ter comido e o coloquei em um prato.

Subi as escadas caminhando até o andar de seu quarto, e bati três vezes na porta.

- Louie, a mamãe pode entrar? - O chamava aguardando sua resposta.