MEUS ESPELHOS

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Um me disse até logo, outro me disse bom te ver

Um falou que um dia amaria querer ser

E me esforçaria, e transbordaria e me inundaria do querer.

Meus espelhos me mostram o tempo: passado, presente e futuro.

E se do meio do lodo, ressurjo um dia para falar

Digo que minhas três moiras vivem fortes, resplandecentes e indecifráveis.

Ninguém vai me estudar como uma coisa

Tentar me decifrar como um mapa

Cuspir em minha história como pedaços que se põe na mesa

Ninguém me fará de alimento

Ninguém terá nada de mim, não da minha essência, não do meu ser

Não de quem eu sou, ninguém!

As três de mim sorriem pois agora se conhecem

Sabem que são guardiãs do tempo que me cerca

Da vida que me embala

Da luz que em mim transborda

São espada, escudo e magia

Meus três tempos falam de mim um dia, um fui, um era

Como uma canção só minha que jamais se encerra

Partes do meu eu que ninguém tem permissão de conhecer.

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