Caem aos montes e não são montanhas, são pessoas
como uma chuva de meteoritos formada por gente que desistiu
Caem, caem, caem e ninguém sabe para onde
só se sabe que não voltaram mais para a pátria mãe
Nem toda mãe nos dá colo, nem toda mãe é boa
que eles encontrem uma terra que seja melhor para eles
quem desiste da guerra, da luta, desiste de tentar
então cai.
Cai e cai e cai, gente eterna, centelhas sujas
caem caem e caem, porque não obedeceram a ordem de Deus:
LIMPEM-SE!
Caem, caem, caem porque não se achavam sujos
esses caem gritando xingamentos a todos
caem em revolta e ainda tentam puxar os que estão limpos
assim tem sido a limpeza da Terra, tem muita gente viva, encarnada
que nem mais nesse orbe está, elas caíram.
Vivem, mas não habitam.
Me pergunto quando essa chuva de gente vai acabar e
porque eu consigo ver.
Continuo lutando, os segundos são sempre novas guerras,
novas batalhas. Minha escolha sempre foi a guerra, então aqui estou.
Ou por ter me limpado, ou por ser boa, ou simplesmente por já estar
tão acostumada a lutar que continua lutando.
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RETICÊNCIAS
PoetrySe os três pontos falassem, eles diriam que nada tem um FIM Apenas recomeços. Então começo novamente e me re-faço me re-invento me re-começo.