eu

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Ultimamente tenho pensado demais.

E com demais quero dizer demais mesmo, tanto que as vezes me perco dentro de mim mesma.

O grande problema é que grande parte dessas coisas que passam pela minha cabeça não faz, e nem deveria fazer, sentido pra ninguém além de mim mesma.

E isso tem me matado.

Como explicar o que nem eu mesma entendo? Como falar sobre isso sem que as pessoas entendam errado e me julguem?

Tento muito achar uma alternativa pra isso mas nunca chego a nada.

Estou a 8 meses em tratamento. 8 meses. Mais de 30 sessões e não estamos nem perto de descobrir o que me deixou assim, quem me deixou assim.

Meu psicólogo não gosta que eu falei isso, mas, para mim, quem fez isso comigo foi eu mesma. Ninguém teve mais culpa do que eu mesma.

E é aí que está a parte mais podre disso tudo, a pior e mais difícil de aceitar:

Não consigo melhorar porque eu me piorei.

Meus amigos estão namorando, saindo, curtindo o que chamamos de melhor fase da vida enquanto eu estou deitada na minha cama, chorando, e querendo que tudo isso acabe.

E nesses momentos tenho vontade de sumir. Porque eu fiz isso, eu me matei, eu me machuquei, eu fiz os cortes que hoje são cicatrizes das quais nunca vou poder me esquecer. Eu. Eu. Eu.

Acabo sozinha. Sempre. Em todos os sentidos. Como disse: meus amigos tem uma vida longe de mim, longe dos meus problemas, mas eu não, eu não tenho uma vida interessante nem alguém que fique comigo.

Alguns deles falam o que pensam sobre mim entre eles, nunca comigo, mas não posso sentir raiva porque sou tudo o que dizem.

Talvez esse texto não faça o menor sentido, não espero que faça, mas é bom escrever. Me sinto menos sozinha.

E solidão é tudo o que tenho sentido ultimamente.

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