i bet on losing dogs - vegaspete

you're my baby

Desde quando Pete começou a trabalhar com a família Theerapanyakun, uma das principais no ramo de máfia do país, ele estava bem consciente que perigo seria sua nova realidade mas ainda assim se assustava em como se saía nas missões, não importava se ele teria que torturar alguém para obter informações ou trocar tiro com várias gangues de uma vez só para proteger os chefes, Pete sempre executava seu trabalho maravilhosamente bem, por isso não foi tão difícil assumir o cargo de chefe da segurança.

As vezes quando voltava de mais uma vigia ou ordem dada, com sangue da vítima ainda em seus dedos enquanto acendia um cigarro e dirigia pela soturna cidade de madrugada de volta para a mansão, Pete questionava em seu coração se toda essa adrenalina não era o que ele estava destinado a sentir e fazer acontecer, e como não sentia nenhum remorso em ser recompensado em boa quantia por isso, enquanto ele não deixasse de seguir sua principal regra, nunca se envolver com alguém da família, ele estaria a salvo.

Mas havia uma ameaça entre as duas famílias, principal e secundária, a qual ninguém ousaria falar seu nome em vão, ela sentava a mesa de reuniões, opinava sobre os futuros contratos entre as empresas e eles, não tinha guarda pessoal pois sabia muito bem como se defender, e tinha as histórias mais macabras que todos os outros guardas se borravam só de pensar.

Esse tormento era chamado de Vegas Theerapanyakun.
E foi por ele que Pete quebrou sua primeira e única regra.

Pete não conseguia tirar seus olhos do outro, era como imãs.
E lá no fundo, mesmo que não admitisse por puro orgulho, observar Vegas deixara a muito tempo de ser uma missão, havia se tornado inevitável, sempre que ouvia a voz intoxicante de Vegas sua mente se tornava vazia, apenas o eco da voz do outro que ecoava lá dentro, Pete chegara até pensar que Vegas pudesse ser um bruxo pois jamais ninguém antes havia deixado-o assim, tão hipnotizado.

Desde que Vegas entrara na vida do segurança, tudo virou uma bagunça.
Começou com uma simples vigia, só para dar tranquilidade à primeira família de que ele estava andando na linha, e é claro que Pete já ouvira as histórias do mesmo mas quando começou a acompanhar sua rotina de perto não se parecia com nada do que tinha imaginado.
Ele era…normal.

Sua vida consistia em ir para faculdade, passear com seu irmão mais novo e voltar para casa, não havia nada fora do usual, sem amigos nem paqueras, era tudo muito simples se não fosse por umas duas vezes na semana que ele saia de madrugada da casa com destino a um hotel cinco estrelas no centro, onde ficava lá por horas e sempre quando saia Pete observava que ele mancava bastante e passava mais algum tempo sentado no meio-fio chorando alto.
Pete sentia um impulso de ir até lá e lhe tocar, mas pensava que isso só iria machucá-lo ainda mais.

E numa noite qualquer, sem pensar nas consequências e já farto de ver Vegas naquela situação, Pete saiu do carro deixando seu disfarce e missão para trás pois nada disso importava senão fosse pelo seus braços envolvendo o corpo frio e marcado de Vegas.

Para Pete, Vegas era sempre atencioso, um pouco bruto, mas sensível à sua maneira.
Sim, é verdade que estando com Vegas os perigos envolvendo não só Pete mas os dois em si aumentaram drasticamente, não havia só gangues inimigas para lutar contra, agora tinha o peso das duas famílias mas nenhum deles trocaria qualquer senso de paz em troca do que eles tinham agora.

Talvez eles estivessem acostumados com o caos.

“ Está tudo bem ” Pete dizia a si mesmo como um mantra, talvez se repetisse muitas vezes ele iria acreditar que realmente estava tudo certo.
De dia ele se mantinha ocupado com os compromissos da segurança dos chefes, tão absorto nisso para assim não se perguntar onde ele estava.

Logo no começo, a ânsia para ver o outro era tanta que tudo o que Pete fazia era chorar até dormir, mas ultimamente quando se pegava assim ele fazia de tudo para ocupar sua mente ou cansar o corpo para não voltar a aquele ínicio novamente, pelos menos ele não estava bebendo.