Amor, drogas e rock n' roll - Taekook

5

[Agosto, 2009. Busan]

Quase nunca uso o ônibus para voltar para casa agora, nas últimas semanas sempre tem algum dos meninos esperando a gente na porta da escola. Passamos quase todas as tarde juntos, ou no galpão ou as vezes vamos àquele restaurante outras vezes só andamos pela cidade. Jimin e Taehyung têm me ensinado a tocar guitarra, aprendi alguns acordes.

Hoje não foi diferente, Hoseok e eu cruzamos a porta da escola e lá estava ele.

O chevelle estacionado na frente da escola e Taehyung escorado no capô trajado com uma jaqueta jeans, as madeixas tingidas dançando com o vento, atraindo atenção das garotas do colégio.

Quando caminhamos o suficiente para que ele consiga nos identificar no meio de tantos alunos, ele acena e sua feição impassível se desfaz em um sorriso morno.

— Você tem que parar de vir com tanta frequência, está deixando as meninas obcecadas. - Hoseok disse depois de trocarem um soquinho.

— Não é por elas que venho aqui, seu mal agradecido. - Taehyung abre a porta e empurra o banco do passageiro pra frente. — Só por causa da sua gracinha, você vai atrás hoje.

Depois que Hoseok se acomoda no banco traseiro, Taehyung volta o banco da frente ao lugar e se vira pra mim.

— Como vai, Jungkook? - e sem esperar que eu responda ele continua falando enquanto da a volta no carro — Avisou sua mãe que vai almoçar lá em casa?

— Estou bem e avisei sim. - me sentei e fechei a porta.

A essa altura, já me sinto bem mais entrosado com ele, com todos eles, na verdade.

— E sobre o bar, avisou? - Taehyung deu partida no carro — Lembrou de trazer outra roupa?

— Avisei também, Hyung. Não precisa me tratar como criança, temos quase a mesma idade. - Resmunguei me afundando no banco, envergonhado.

— É mas eu já estou na faculdade. - piscou de forma implicante antes de ligar o toca fitas.

— Isso não significa nada, Hoseok Hyung é mais velho e ainda está no colégio.

— Isso porque ele é um preguiçoso e matava muita aula.

— Cala a boca, você que é adiantado! - Hoseok tira sua atenção do celular apenas para repreende-lo

— Não chute o banco, Hyung, vai estragar o couro! - Taehyung resmunga e eu só faço rir. — Não tem graça.

— É engraçado como suas sobrancelhas franzem quando está bravo. - retruco dando de ombros.

Taehyung finge que não me ouve e aumenta o som fazendo com que até mesmo as pessoas na rua escutem a voz de David Bowie cantando.

Durante o resto do caminho não falamos muito. Implico Hoseok hyung por estar sempre no celular: "falando com sua namorada né" é o que digo.

— Não seja bobo. Meu coração só tem espaço pra vocês e pra música. Não seja ciumento. — é o que ele diz.

E logo estamos estacionando na casa dos pais do Taehyung, noto que o Celica vermelho já está parado ali. É a primeira vez que venho aqui.

Não posso negar que estou nervoso. Sempre fico quando envolve conhecer novas pessoas. Mas o fato de estarem todos aqui me deixa muito mais confortável, é como uma rede de segurança, somos sete, a atenção nunca vai ficar só em mim e isso é um verdadeiro alivio.