༺ 𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 1 ༻

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"Dᴇғɪɴɪᴛɪᴠᴀᴍᴇɴᴛᴇ, ᴇᴜ ᴀ ϙᴜᴇʀᴏ ᴍᴀɪs ϙᴜᴇ ᴛᴜᴅᴏ. Qᴜᴇʀᴏ ϙᴜᴇ sᴇᴊᴀ ᴍɪɴʜᴀ, ɴᴀ̃ᴏ ᴄᴏᴍᴏ ᴜᴍ ᴏʙᴊᴇᴛᴏ... Mᴀs ᴘᴏʀϙᴜᴇ̂ ᴅᴇsᴅᴇ ᴀϙᴜᴇʟᴇ ᴅɪᴀ, ᴇᴜ ᴍᴇ ᴛᴏʀɴᴇɪ ᴜᴍ sᴏ́ ᴄᴏᴍ ᴠᴏᴄᴇ̂. Eᴜ ᴛᴇɴʜᴏ ᴄᴇʀᴛᴇᴢᴀ ϙᴜᴇ ᴇ́ ᴀᴏ sᴇᴜ ʟᴀᴅᴏ ϙᴜᴇ ᴇᴜ ϙᴜᴇʀᴏ ᴘᴀssᴀʀ ᴄᴀᴅᴀ ᴅɪᴀ ᴅᴀ ᴍɪɴʜᴀ ᴠɪᴅᴀ ᴇ ϙᴜᴇ ᴇᴜ ᴛᴇ ᴀᴍᴀʀᴇɪ ᴀᴛᴇ́ ᴍᴇᴜ ᴜ́ʟᴛɪᴍᴏ sᴜsᴘɪʀᴏ. Isᴛᴏ ɴᴀ̃ᴏ sᴀ̃ᴏ ᴀᴘᴇɴᴀs ᴘᴀʟᴀᴠʀᴀs ʙᴏɴɪᴛᴀs... Sᴀ̃ᴏ ᴀ ᴠᴇʀᴅᴀᴅᴇ. Vᴏᴄᴇ̂ sᴀʙᴇ ᴅɪssᴏ. Aᴍᴏ ᴠᴏᴄᴇ̂."

— Hᴀɪᴛᴀɴɪ Rᴀɴ.

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ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 1
ʜᴀɴɴᴀ ᴋᴜʀᴏᴋᴀᴡᴀ
8 ᴀɴᴏs ᴅᴇ ɪᴅᴀᴅᴇ

     Haviam pessoas ali. Pessoas que eu nunca havia visto na vida. Horas antes, minha mãe havia dito que eu e meus irmãos iríamos morar com pessoas que pudessem cuidar melhor da gente. Meu irmão, Izana— o qual era dois anos mais velho que eu — estava apreensivo até demais. Um homem se aproximou de mim, haviam três crianças com eles, um parecia ser poucos anos mais velho que o Izana, já o outro, parecia ter a mesma idade que minha irmã Emma e havia uma outra garotinha que se escondia atrás dele, que parecia ser um ano mais nova que ele.

     Eu encarei meu irmão mais velho. Não me deixe ir... era o que eu queria gritar. Não deixe que me levem pra longe de você.

Olá Hanna. Eu me chamo Yato Akashi. Esses são meus filhos: Takeomi Akashi, Haruchiyo Akashi e Senju Akashi. São seus novos irmãos. - falou carinhoso, tentando levar a mão até minha cabeça para me acariciar.

Meus irmãos são Izana e Emma. - falei, tentando me aproximar de Izana, que segurou minha mão fortemente assim que consegui.

    Emma estava no colo de nossa mãe. Enquanto a mesma nos entregava para aquelas pessoas... Como se não fossemos nada para ela. Eu apertei a mão de Izana cada vez mais. O mesmo se virou pra mim e entregou uma caixinha.

Mamãe me levou a uma joalheria... Eu me apaixonei por um par de brincos e pedi dois pares. Aqui. - estendeu pra mim. - Use. Eu vou encontrar você, vamos ficar juntos de novo. É através dele que vamos nos reconhecer.

   Assim que eu peguei a caixa... O homem se aproximou novamente pegando meu braço e tentando me afastar de meu irmão.

   Não me solta...  eu implorei silenciosamente.

  Ele me soltou, com os olhos cheios de lágrimas... meu irmão me entregou, mas eu senti uma parte dele se despedaçar assim como uma parte de mim havia despedaçado. Nosso mundo caiu. Nós não éramos nada longe do outro. Eu só aceitei a escolha daquela que eu tanto amava e fui com aquela família. Talvez não fosse tão ruim... Mas eu ainda preferia ficar perto do meu irmão. Eu entrei no carro e os meus novos irmãos também. Eles tentavam puxar assunto comigo, mas eu não estava afim de conversar. Eles talvez soubessem o que eu sentia, só de imaginar se fossem separados do outro, ou talvez não. O mais velho parecia se importa apenas com a garota de cabelos claros iguais aos meus. Mas quem havia me chamado atenção, tinha sido o garoto de cabelos loiros — tão claros que chegavam a ser quase brancos como os meus.

   Durante os meses que passaram, eu me forcei a me adaptar com aquela nova vida e pedi pra que me colocassem para treinar. Meu pai adotivo contratou um professor que dava aulas para mim e para Haruchiyo. Senju jamais se quer chegou perto da sala de treino que usávamos. Eu tinha alguns sonhos todas as noites e acordava chorando baixinho. Como se ele adivinhasse... Sempre aparecia no meu quarto e me fazia companhia. Haruchiyo se tornou meu amigo naquela casa, a companhia que eu precisava pra aprender a lidar com o novo mundo que me recebeu com tons cinzentos que estavam — ao que parece, se tornando de fato coloridos com era antes.
   Eu nunca ousei perguntar ao homem, a razão pela qual minha mãe havia me mandado para aquela casa, para aquela família. Mas eu agradecia... Pois encontrei um amigo, mais novo que eu, mas era meu amigo. A razão pela qual eu lutava todos os dias pra sobreviver, depois da vontade que ardia em mim para encontrar meu irmão. A única pista que eu tinha sobre ele, além de nossas características — as quais eram praticamente únicas naquela região —, eram aqueles brincos... Brincos idênticos.
    E quanto a Emma... Eu sabia que ela estava bem. Eu já havia visto ela novamente, na casa dos Sano, amigos de meus irmãos adotivos. Mas eu jamais ousei contar aquelas crianças que Emma era minha irmã. Ela nem se quer me reconheceu. Pois as vezes que me viu, eu usava um capuz que escondia a maior parte de meu rosto ou simplesmente a evitava. Eu não queria de jeito nenhum que ela se sentisse pior do que talvez tivesse ficado ao ter ido para aquela casa.

   Eu jamais tirava aqueles brincos.
   Eles me levariam de volta para o abraço do meu irmão. Não importava quanto tempo fosse demorar.

Dois Anos Depois...

Cuida logo Haruchiyo! Eu não quero me atrasar! - gritei para o menino.

  Eu já estava com 10 anos.
  Dois anos haviam se passado e nem um lampejo se quer, de onde meu irmão estava. Mas eu não perdia as esperanças... Ou pelo menos, tentava mantê-la.
  Eu acabei me adaptando aquela casa, a minha nova família. Mas eu jamais ousei tirar aquele capuz na frente de Emma. Não enquanto eu sabia que as lembranças dela sobre mim estavam— ainda, bem vivas na mente dela.
  Eu havia descoberto que tinha mais dois irmãos, além de Emma e Izana. Mas jamais revelei a eles a minha familiaridade com Emma e havia pedido aos meus irmãos que também não falassem. Eu só reinvindicaria Emma quando encontrasse Izana. Pois aí poderiamos ficar juntos. Sabia que ela era bem cuidada, agora o meu irmão... Ele havia sumido. Mas uma parte de mim dizia que ele estava bem.

  Eu torcia pra ser verdade.
  Torcia pra reencontrar ele.

  Vi o loiro descer as escadas com tédio.
 
Vamos.

— Tá bom... - respondeu sem interesse.

   Saímos de casa e fomos andando pra escola. Quando chegamos lá, havia um grupo de pessoas em torno de dois garotos e as pessoas por perto murmuravam algumas coisas que não me dei ao trabalho de entender. Apenas passei andando em direção ao prédio que ficava a minha classe, enquanto Haruchiyo seguiu para o prédio ao lado.

  Quando eu passei pelo aglomerado de pessoas que estavam em torno dos dois garotos, por um instante, o olhar do mais velho encontrou o meu. Eu apenas fiz uma expressão de desinteresse e segui meu caminho, mas o sorriso no rosto do menino não me passou despercebido.

Garotos estranhos... - murmurei para mim mesma.








Notas da autora:

Primeiro capítulo bem curtinho... no próximo pretendo trabalhar melhor...
Estou reescrevendo a história, vou mudar poucas coisas ok? Amo vocês!

𝙰𝚏𝚝𝚎𝚛 𝚃𝚑𝚎 𝚂𝚝𝚘𝚛𝚖 - 𝚁𝚊𝚗 𝙷𝚊𝚒𝚝𝚊𝚗𝚒 (𝘗𝘢𝘳𝘵. 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora