Isabel finalmente conseguiu respirar tranquilamente, quando por fim saiu daquele ambiente cheio de pessoas falsas e sem caráter.
−Se sente bem milady? -Frederico perguntou ao ver o rosto dela voltar a ter cor e ela não falou nada, apenas assentiu.
−Vou chamar o cocheiro, aguarde alguns minutos. -Isabel silenciosa estava e silenciosa continuou.
Ela olhou ao redor e várias carruagens estavam posicionadas nas terras de Nicolas. Isabel caminhou até um pequeno banco que ficava próximo a fonte do jardim, sentou-se e tentou conter o sentimento de humilhação que começara a invadir seu coração.
−Respire fundo Isabel. -Em um solavanco virou-se ao ouvir a voz de sua irmã, contudo, foi Frederico que ela avistou.
Isabel estava tão exaltada que nem mesmo havia percebido, a elegância com a qual o causador de sua raiva caminhava, ela não tivera notado o quão charmoso e másculo era aquele cavalheiro. A cada passo, o vento desalinhava seus belos e longos cabelos negros que lhe tocava os ombros. Isabel sentiu-se intimidada diante da imagem daquele homem que parecia um verdadeiro predador caminhando em sua direção.
−Vamos? -A voz de Frederico foi suave, mas não aos ouvidos dela.
Isabel estava verdadeiramente intimidada diante daquele homenzarrão, que sentiu sua voz falhar, preferiu então caminhar em silencio até a carruagem.
−Se apoie em minha mão milady. -Mesmo ele tendo um ar de predador, ela não podia negar que era gentil e muito educado.
−Obrigada! -Ela sorriu fraco e com sua ajuda entrou na carruagem e logo em seguida o conde sentou-se a sua frente.
Conde Frederico durante todo o trajeto, analisava atentamente cada expressão feita por ela. E por mais que Isabel diligenciasse, fugindo de seu olhar sagaz, era inevitável, afinal, eles estavam em um cubículo, separados apenas por um pequeno espaço, inclusive ela estava se sentindo embriagada com o perfume "Eau de Toilette" que invadia todo o ambiente.
‒ Pensei que era uma colônia feminina. -Isabel fala chamando a atenção do conde que sorriu surpreso pela observação dela.
‒Foi um presente, não pude rejeitar. -Ela não questionou, apenas virou-se para a janela.
‒Rosas brancas e camomilas são comuns aqui? -Essa foi a vez de Isabel ficar surpresa.
‒Também foi um presente, da mesma forma que o senhor, eu não pude rejeitar.
‒Deve ter sido de alguém muito especial. -Ela encarou seus olhos e sorriu.
‒Conde, acho que não estou com bom humor essa noite. -Não que Frederico estivesse interessado em saber quem havia lhe presenciado, afinal ele ajudara Nicolas a escolher aquela colônia, contudo ele estava curioso para saber se Isabel nutria algum tipo de sentimento reprimido por seu amigo.
‒Sinto muito pelo seu vestido.
‒Não se preocupe, estou um pouco agradecida por ter me tirado daquele ninho de víboras.
‒Sério milady! Pensei que estava gostando da festa. -Frederico falou zombando e por alguns segundos Isabel se pegou observando o sorriso daquele cavalheiro, o rosto de Frederico transmitia confiança e atrevimento quando ele sorria.
‒ O senhor não faz ideia. -Ela sorriu de lado e voltou-se novamente para a janela.
O silencio predominou novamente no ambiente, enquanto a brisa invadia e tocava os cabelos de Isabel fazendo os fios dançarem lentamente e Frederico estava se contendo para não os tocar.
Devo dizer meu caro leitor, que enquanto Isabel e Frederico percorriam o trajeto para o centro da cidade, Nicolas estava quase sendo fatiado e dividido entre as mães presentes.
‒Com sua permissão, acho que agora é a hora de vossa alteza dançar com minha filha.
‒Com todo respeito que tenho pela senhora lady Audrey, suas duas filhas mais jovens já dançaram com vossa alteza. -Lady Charlote argumentou, entretanto, lady Audrey não perderia para alguém como Charlote.
‒Qual é mesmo o nome de sua serviçal que fugiu com seu marido o visconde Carlos? -Lady Audrey era velha e experiente quando se tratava de ofender as pessoas, porém, ela foi surpreendida quando lady Charlote respondeu a altura.
‒É engraçado a senhora mencionar isso, porque eu sempre me perguntei que doença misteriosa é essa que todos os seus genros são acometidos. Vossa graça acho que o senhor não irá querer ser o próximo a casar com uma das filhas de lady Audrey e morrer com dois anos de casado. -Nicolas arregalou os olhos e segurou uma risada, ao ver lady Audrey furiosa como se soltasse fogo pelas narinas.
Eu diria que Nicolas é muito bom em não perder a compostura, porque neste exato momento estou dando altas gargalhadas. Mal conheço lady Charlote, mas, amei seu humor ácido, ela com toda certeza acabara de colocar lady Audrey em seu devido lugar.
‒Me desculpe vossa graça. -Lady Charlote voltou-se para o conde que olhava para a doce lady Emma filha de lady Charlote e ambos tentavam não sorrir.
‒Não se preocupe lady Charlote, isso foi o mais perto de diversão que presenciei hoje. -Ele sorriu elegantemente para lady Emma e beijou sua mão graciosamente.
‒Obrigado pela dança lady Emma, sua companhia foi muito agradável! Quanto a senhora... Obrigado por ter me avisado sobre os a doença contagiosa dos genros de lady Audrey, serei eternamente grato por não morrer tão jovem. -Ele beijou a mão de lady Charlote de saiu sorrindo.
Thomas se aproximou de lady Audrey que estava emburrada ao lado da biblioteca.
‒Você está bem Audrey? – Ela revirou os olhos.
‒Para você é SENHORA AUDREY e não Audrey! -Ela o repreendeu.
‒Eu pensei que... -Lady Audrey colocou a mão na boca dele tentando lhe silenciar.
‒Shiiii ... Não sei o que pensou nem mesmo quero saber e acho bom você ficar quieto! -Ela se afastou de Thomas, antes que alguém os vissem juntos, pegou suas filhas e foram embora sem nem mesmo se despedir do duque.
É meu leitor, pelo que vejo lady Audrey tem muitos segredos.
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Mezon Blanch
RomanceEm "Mezon Blanch", uma cidade costeira no ano de 1758, segredos sombrios envolvem os cidadãos da comunidade. À medida que mães desesperadas buscam arranjar casamentos para suas filhas, um enigma perturbador emerge relacionado à morte repentina dos m...