Capítulo 07

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‒Dei-me sua mão senhorita! ‒Nicolas estendeu a mão para auxiliar Emma.

A verdade é que eu estou neste exato momento dando risada, o plano de lady Emma fora por água abaixo. É meu estimado leitor, não foi dessa vez que o golpe do desmaio deu certo e a expressão de frustração estampada no rosto dela, com toda certeza foi o que fizera Berenice e Dolores sussurrarem.

‒Desculpe-me lady Emma, sei que não se sente bem, porém, a senhorita seria motivo de fofocas caso dormisse aqui.‒O duque estava certíssimo, mesmo que isso não tenha sido o real motivo.

‒Eu que peço desculpas Nicolas, causei um alvoroço. ‒Ele sorriu fraco tentando fingir que ouvir ela falar com informalidade não lhe deixara desconfortável.

‒Não se preocupe tanto lady Emma, o duque só está se precavendo. ‒Thomas falou e olhou para Nicolas.

Lady Emma não ficara tão insatisfeita, mas, a atitude de levar ela para casa, parecia que o duque estava preocupado com ela e com sua reputação. Talvez seu plano não tenha dado errado no todo, um fio de esperança brilhou nos olhos de Emma e ela deu um leve sorriso, estava satisfeita por sua ótima atuação, contudo, mal sabia ela que Nicolas fizera isso apenas pensando em Isabel.

Talvez as palavras do conde Frederico não tenha sido totalmente piada e eu poderia usar nesse momento as palavras da falecida Marien: Nesse angu tem caroço!

Quando a carruagem do duque adentrou as terras da família de lady Emma, Nicolas sentiu-se aliviado, ele já não sabia o que fazer para sua acompanhante parar de fofocar sobre as demais damas da cidade. Ele nem imaginara que aquela jovem sorridente e meiga com quem dançara praticamente toda a noite, era tão fofoqueira e inquieta.

Lady Emma passara todo o trajeto tagarelando sem parar, nem mesmo parecia que a algum tempo atrás estava desmaiada nos braços de seu anfitrião. Ele então percebeu que tudo o que acontecera não havia passado de um teatrinho encenado por lady Emma e organizado por sua mãe. ‒Até que ponto as mulheres eram capazes de chegar por um casamento? ‒Nicolas questionou-se durante as duas longas horas e quando finalmente avistaram as terras da família de lady Emma, ele agradeceu em pensamento.

Thomas já tivera percebido que o repentino desmaio dela era suspeito, entretanto, agora estava certo de seus pensamentos. Quando cruzaram a enorme porteira que dava para a casa principal, não havia nem um sinal de sua mãe ou qualquer serviçal, com toda certeza eles já estavam deitados em seus aposentos.

‒Como é possível que a senhora sua mãe não tenha notado sua ausência, ou será que ela não está em casa? ‒Thomas falou fazendo Emma ficar ruborizada.

‒Eu não sei dizer, mas, mamãe tem andado fora da mente nesses últimos dias, nem sei como explicar. ‒Mentira tem pernas curtas. ‒Pensou Thomas.

‒O que está querendo falar com "está andando fora da mente"? ‒Thomas estava tentado ver até onde ela seguiria com aquela mentira.

‒Não sei explicar bem, mas, desde que meu pai fugiu com nossa serviçal, minha mãe anda muito distraída. ‒Thomas sorriu de lado e continuou insistindo.

‒É lady Emma agora não duvido mais das palavras do padre Juan, ele realmente estava certo... Pode uma mãe esquecer o filho que amamenta, porém, Deus nunca esquecerá de nós!‒Thomas falou com ar de deboche e por mais que Nicolas tenha tentado segurar a risada, foi impossível não rir alto.

O duque não foi o único a dá risada pela referência usada por Thomas, devo dizer que essa escritora está neste exato momento sorrindo alto. Posso a firmar com toda certeza de que a única que não encontrou graça nas palavras de Thomas, foi lady Emma, pois ela revirou os olhos várias vezes para o mordo do duque.

‒Depois desse imprevisto, eu acredito que o jantar esteja sendo cancelado...‒Thomas falou tentando ajudar Nicolas do problema que ele mesmo havia se envolvido.

‒Não é para tanto Thomas, posso muito bem acompanhar o duque.‒Emma falou tentando se desvencilhar das palavras do mordomo, contudo, Nicolas se adiantou.

‒Nem se preocupe senhorita! Irei jantar com meu amigo Frederico e com lady Isabel, afinal, preciso saber como ela está.‒Antes que ela contestasse Thomas fala:

‒Chegamos vossa graça!‒Ela estava frustrada, porém, segurou forte a mão de Nicolas para descer, e como Thomas havia imaginado, a mãe de lady Emma não esperava ver a filha naquela noite, pois ela saiu surpresa segurando uma vela e pelas roupas que estava usando, ela já se preparava para dormir.

‒O que aconteceu minha filha!?‒Ela correu até a carruagem fingindo preocupação e Thomas revirou os olhos.

‒Não se preocupe lady Charlote, foi apenas um mal estar, sua filha já esta melhor.‒Nicolas fala enquanto guia Emma até os degraus da entrada de sua casa.

‒Vossa graça sempre tão gentil, obrigada por trazer minha filha.‒Charlote sorria forçado, mas, ao mesmo tempo questionava sua filha com o olhar.

‒Não precisa agradecer, desculpe trazê-la nesse estado, mas, se dormisse em minha casa, seria o assunto da semana.‒Thomas observava de longe.

‒Vamos vossa graça?‒Thomas fala antes que Nicolas seja coagido a entrar.

Nicolas apenas acena para as damas e volta para a carruagem.

‒Essa foi por pouco.‒Thomas sorrir das palavras de alivio que o duque suspira.

‒É bom vossa graça já ir se acostumando, os próximos dias serão os mais agitados de sua vida.‒Nicolas frase o senho.

‒Vossa graça esta solteiro e as mães estão loucas para casar suas filhas e porque não com um viúvo rico?‒ Nicolas sorrio, mas, estava ciente que as palavras de Thomas eram reais.

‒Me desculpe o atrevimento, mas, está pensando em um casamento? Afinal sua filha precisa de uma figura feminina para lhe guiar.‒O duque ponderou por alguns segundos e falou:

‒Acho que não consigo pensar sobre isso agora, nem mesmo falei direito com minha filha, eu sou com certeza um estranho para ela.

‒Eu entendo, mas, aconselho vossa graça começar a pensar sobre esse assunto, afinal precisamos de alguém para organizar o palacete principalmente para educar sua filha.

‒Prometo pensar sobre isso depois, essa noite já me deixou esgotado.‒Nicolas sorriu fraco dando o assunto por encerrado.

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