Prólogo

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2 meses antes da guerra de Edrielle.

- Há 800 anos, nossos antepassados chegaram neste rico continente e o nomearam de Gemma, devido às grandes riquezas aqui existentes, eles ficaram surpresos por encontrarem uma terra tão grande e rica.- O chefe Timóteo faz uma breve pausa em seu discurso para umedecer seus lábios ressecados.- Nós, habitantes dessa terra fomos privilegiados pela deusa da vida. Lendas dizem que esse continente, um dia já foi, habitado pela própria deusa Edrielle, o que não é tão difícil de acreditar, sabendo que esse continente é como um paraíso, sem comparações.
  Então, quando nossos antepassados chegaram aqui e encontraram esse paraíso sem nenhum habitante, mas, abundante em água, terra fértil e joias raras e preciosas, entenderam que era um presente da nossa querida deusa Edrielle, porque nosso sangue é especial. Possuímos magia, magia pura.- O chefe faz mais uma pausa e pigarreia. -Meus irmãos, a magia que manipula os elementos. E só nós que somos puros o suficiente, podemos dominá-la.
  Então hoje, nessa importante reunião entre nossas casas, comemoraremos 800 anos habitando em Gemma, celebraremos aos nossos antepassados e a nossa gloriosa deusa Edrielle, a deusa da vida.- O chefe da casa das turmalinas fala de maneira empolgada sobre a história de seu continente e já com a intenção de finalizar sua fala, levanta sua taça de prata.- Então, agora podemos brindar pelas nossas quatro casas, por sempre nos mantermos unidos e entendermos que precisamos uns dos outros para nos mantermos equilibrados e fortes.- Agora, ainda mais empolgado o chefe levanta sua voz mais ainda.

- Um brinde à minha casa, a casa da terra, a casa das Turmalinas negras. - Então gritos de festejo ecoam por todo o campo onde a reunião entre as casas está sendo realizada.

Junto aos gritos, surgem uma demonstração de magia pura da terra, pedras de todos os tamanhos e formatos flutuam entre todos, formando um pequeno montinho ao lado de Timóteo.

O chefe continua.- Um brinde à casa do chefe Argus, a casa do fogo, a casa dos rubis.- Mais uma algazarra de taças sendo levantadas e gritos eufóricos ocorre.

O chefe Argus se move entre a multidão e com um leve meneio de cabeça cumprimenta Timóteo. Logo depois, todas as chamas das fogueiras espalhadas pelo campo crescem, fazendo movimentos harmônicos, como numa dança.

Após a demonstração do chefe do fogo, Timóteo segue com seus discurso.- Um brinde à casa do chefe Milo, a casa do ar, a casa do topázios imperiais.

Uma brisa sopra fortemente por todos presentes ali no local, não é possível vê-lo, mas, é possível sentir o vento trazendo consigo pétalas de rosas dançado no ritmo  da brisa. Depois dessa demonstração o chefe Milo da um passo a frente cumprimentando o chefe Timóteo.

- E por fim, um brinde à casa do chefe Marvin, a casa da água, a casa das aquamarine.

Com isso pequenas gotículas de água flutuam lentamente entre todos, fazendo movimentos sincronizados que brincavam com a luz das fogueiras, dando um toque mágico na apresentação, logo as gotículas se juntam formando uma grande bolha de água que logo em seguida explode em pequenos chuviscos, molhando levemente as pessoas ao redor. Marvin surge e cumprimenta o chefe Timóteo.

Após a etapa de apresentações, os chefes costumam se reunir e fazer demonstrações dos seus poderes trabalhando juntos, com o objetivo de mostrar para os quatro povos como funciona o equilíbrio entre os seus poderes e a importância de tal equilíbrio, logo em seguida um banquete enorme é liberado para que eles passem toda a noite comendo em comemoração ao equilíbrio e a deusa Edrielle, a deusa da vida. Essas reuniões eram organizadas em casas diferentes todos os anos, esse ano a casa da terra era a anfitriã, próximo ano seria a  casa do fogo e nos anos seguintes as outras duas casas, ocorria assim sucessivamente há muitos anos.

Além de mostrar a importância da harmonia entre os quatros poderes, as reuniões também explicavam o motivo de uma só pessoal não poder dominar os quatro elementos.

A magia é vida e quando se há muita vida em um pequeno hospedeiro, o hospedeiro é consumido e se torna algo irreconhecível, a magia portanto passaria a ser destrutiva, deste modo, seria reconhecida por magia impura, o total oposto da magia pura dos elementos.

As noites dessas reuniões eram as mais belas, as estrelas brilhavam mais fortes e era possível sentir uma magia especial e diferente no ar, as florestas se iluminavam  com vaga-lumes e os cogumelos brilhavam, as pedras nos fundos dos lagos se tornavam como luzes, iluminando os lagos, era possível ouvir nos campos, entre as flores uma cantoria, que alguns diziam ser espíritos do bem enviados pela deusa Edrielle para comemorar junto aos mortais. Era a noite perfeita para dançar até o primeiro raio do sol surgir. A noite perfeita para girar entre as fogueiras com as músicas animadas. Os sons de tambores e flautas ecoavam por todo o campo.

Nesta noite não só os mortais comemoravam, mas, também a natureza comemorava e em algum lugar desconhecido a deusa também comemorava, todos eram felizes.

Mas, a felicidade não costuma ser permanente quando um sistema evolutivo se desenvolve.

Rainha da LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora