IV

8 1 0
                                    

Imani Ember

Após observar os rebeldes por mais ou menos 15 minutos, cheguei a conclusão de que colocar sonífero em suas bebidas seria mais fácil do que o esperado.

Na verdade, são todos um bando de idiotas e por mais que isso fosse bom para mim e para Leo,  uma parte minha se sentiu ofendida por eles não aparentarem preocupados com a ameaça que eu poderia representar para eles, é como se para eles eu fosse frágil e fácil de vencer.

E isso quase fez com que eu mudasse de ideia e entrasse lá para lutar contra todos eles, porém, como futura rainha tenho que ser mais estratégica e menos impulsiva.

Então, observei a posição de cada rebelde e literalmente todos estavam bêbados. No acampamento havia uma enorme fogueira iluminando o local, mas ainda assim, os imbecis posicionaram tochas ao redor do acampamento como se formasse um círculo, o barril de cerveja ficava próximo a uma tenda em que todos eles entravam e saiam a todo o momento, provavelmente a tenda de mantimentos.

Olho para Leo já sabendo como pôr o plano em prática.

- Vejam todos eles, são bêbados miseráveis certo?- Questiono Leo sentando-me no chão.

- É meio óbvio.- Responde Leo de maneira sombria, ainda chateado comigo.

- Certo, isso significa que mesmo que algo de ruim aconteça e que não ameace a vida deles exatamente, eles continuarão bebendo até secarem aquele barril.

- E?- O capitão ergue uma de suas espessas sobrancelhas.

- Veja aquela tocha ali, está próxima de algumas roupas estendidas, se acidentalmente ela cair aquela camisa pegará fogo. - Digo apontando para a tocha, depois volto a encara-lo.- E se você gritar fogo, ninguém saberá que foi alguém de fora, afinal existem muitos homens aqui.

Ele bufa.

- O plano é simples, você vai se esgueirar até aquela tocha e vai fazer com que ela caia em direção a roupa, enquanto eu irei até o barril de cerveja e lá colocarei o sonífero. Vai ser rápido e fácil.

- A sua parte é mais arriscada, é melhor trocarmos.- Ele aponta seu dedo indicador em minha direção.

-Ei, eu sou sua princesa, não me aponte seu dedo indicador como seu eu fosse uma criança.- Estreito os olhos.- E eu não tenho voz masculina.

- Tanto faz.- Diz Leo suspirando. - Você é terrivelmente teimosa.

- Vai logo!

Ele revira os olhos e se vai. Usando as sombras, ele se esgueira em passos leves com maestria, usando árvores para se posicionar e observar cada inimigo, traçando pequenas rotas seguras para que não seja visto.

Os bêbados estão em uma cantoria desafinada e insuportável, por isso, eles não veem Leo na sombra, eles não veem Leo por trás das árvores e nem veem quando Leo sorrateiramente empurra a tocha em direção a camisa.

O caos está instaurado, a tocha cai perfeitamente na camisa fazendo seu trabalho, a camisa começa a pegar fogo e eu conto cinco segundos até ouvir.

- Fogo!

A cantoria cessa dando espaço para uma confusão de vozes procurando o fogo, logo em seguida a correria para evitar que ele se espalhe, porque o fogo é como uma semente que se alimenta para crescer e deixar sua marca no mundo, seja ela boa ou ruim.

Agora é a minha vez, enquanto os rebeldes se atrapalham com baldes de água e correm o mais rápido possível para apagar o fogo, eu entro em ação com agilidade, não posso perder tempo, então assim como Leo fez, uso as sombras ao meu favor, chegando atrás da tenda em que o barril estava próximo, do lado oposto do incêndio.

Rainha da LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora