Capítulo Único

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"Ah... ah... ATCHIM!!"

Ao lado do som de um barulhento espirro, vem o eco estrondoso do impacto.

Izuku Midoriya se desprende abruptamente do teto, caindo de cara no chão. Assustado com seu despertar repentino, o mesmo se levanta e olha ao redor por um breve momento: está no seu próprio quarto na U.A. Pôsteres e brinquedos de All Might dominam o espaço. A desorganização na mesa recheada de cadernos é notável, e as cortinas levemente abertas revelam uma lua brilhante lá no céu.

Midoriya até poderia dizer que seu quarto permanece o mesmo de sempre, mesmo com o rombo assustador no teto, preenchido com a marca de uma silhueta.

Pensando bem, isso não é "o mesmo de sempre".

– E-ehh... ? – O garoto gemia em confusão, antes de fungar seu próprio nariz por um breve momento. – O-o que é isso?

O coitado encara o teto por tempo até demais, afundado nos próprios pensamentos de sua mente cheia de adrenalina.

– T-tá... eu parei ali... é claro, e-eu estava dormindo... e eu acordei no teto... e-e caí. Sim. Ahã. – Chacoalhou sua cabeça. – E-eu talvez tenha sido lançado da minha cama. Ahã...

Certamente, essa é a melhor forma possível de se acordar num dia de prova teórica.

Estava tão imerso no susto que levara ao acordar, e também tão focado nas suas formulações, que nem sequer notou sua cama completamente arregaçada bem ao seu lado.

– S-sim... teto esmagado... cama quebrada... ok-... E-EU QUEBREI MINHA C-CAMA?!

Quase de imediato após gritar, Midoriya tampa sua própria boca enquanto arregala seus olhos. Seu santuário do descanso... completamente destruído. E junto dele, também sua reputação. Como iria explicar para a coordenação da U.A. sobre essa situação? Como sequer sairia sem alguma penalidade grave? Como iria dormir de novo?

– O-OK... foco... e-eu não posso ficar nervoso agora! – Destampou sua boca e fungou o nariz. – E-eu também não posso gritar de novo, n-não posso acordar ninguém do dormitório... q-que horas são, afinal?

O garoto vira seus olhos em direção pro relógio na mesa... eram três e meia da manhã. Isso não ajudou no estado mental já defasado de Izuku. Apenas tampou sua boca antes que gritasse de novo.

– A-ahhhh... – Destampou sua boca lentamente. – P-pelo menos ninguém acordou-

– Aí Midoriya, tá tudo bem? Eu ouvi o grito que cê deu, cara. – A voz de Eijiro Kirishima veio de trás da porta do quarto.

– AHHHHHHHHHHHHHHH! – O coitado de cabelo verde tampa sua boca e grita. Cafunga o nariz logo em seguida. – T-tá tudo b-bem, Kirishima! T-t-tudo mesmo!

– Err... por quê a sua voz tá toda abafada? Parece que tá com uma venda na boca...

– A-ah! Isso? É-é q-que eu tô testando u-u-uma nova máscara p-parecida com uma venda p-pro meu uniforme de herói! A-aí eu gritei com ela porque... err... – Disse Izuku, com a boca já destampada. Fungou ainda mais o nariz.

– Você... tá testando uma máscara de venda?

– É... ?

Silêncio.

– E gritando parecendo que tá sofrendo. – Kirishima afirma.

– S-sim. – Izuku responde com confiança.

– ... Estranho essa parada aí, ein Midoriya?

– Não é! E-eu só tô gritando com uma máscara!

– ... T-tá, mesmo assim... na madrugada?

Os Espirros de MidoriyaOnde histórias criam vida. Descubra agora