Capítulo 1

627 51 29
                                    


Num quarto extremamente grande em tons frios, onde apenas as cores verde e marrom se destacavam, estava o garoto de quinze anos loiro cantando enquanto dançava uma melodia de Michael Jackson.

Uma toalha branca estava presente sob sua sintura e o mesmo secava seus fios claros com outra toalha.

- Da próxima vez que Louis Agreste Cheng me pedir em cima da hora uma peça exclusiva da Agreste's junto da Balenciaga, ele vai ficar sem comer queijo pro resto da vida! - uma voz doce levemente irritada soa no quarto do loiro.

Aquela voz... ele conseguiria distingui-la mesmo se outras cem pessoas estivessem falando naquele momento.

Era Marinette Agreste Cheng, a designer mais famosa do continente europeu ou "a melhor mãe do mundo" como Louis costuma dizer.

A mulher de quarenta anos tem madeixas escuras que descem um pouco a baixo dos ombros, os olhos intensamente escuros no tom azul, a estatura um tanto pequena e o corpo muito jovial para sua idade. Em seu corpo está presente um simples vestido rosa claro de verão e no cabelo um delicado coque.

- Você não seria tão má assim, senhora Agreste! - um biquinho se forma nos lábios do garoto.

- "Senhora Agreste", olha como fala comigo, senhor Louis! - um sorriso brincalhão cede nos lábios da mulher.

- Obrigada, "mamãe". - ele revira os olhos ao dizer o último termo e deposita um selar na testa da mais velha.

A azulada entrega as peças de roupas para o menino e sorri, mas encerra quando nota algo no filho mais novo.

- Não acredito que lavou o cabelo nesse frio, Louis! - ela leva os dedos até os fios sentindo o local úmido.

- Nem está tão frio assim - o menino diz sem dar tanta importância.

- Vamos - ela guia o garoto de olhos azuis até o banheiro e deixa o mesmo sentado.

A mulher roda os olhos pelo local e encontra o utensílio que precisa.

- Mãe, eu não tenho tempo pra isso, Suzie ficará brava se eu demorar, sabe como ela é! - ele cruza os braços desanimado.

A franco chinesa encaixa o fio do secador na tomada, mas antes de ligá-lo se pronuncia.

- Suzie só ficará brava caso você atrasar por bobeiras.

O garoto iria falar algo, mas a mulher o interrompe.

- A sua imunidade é muito baixa, igual a de seu pai, Lou. Não quero que você adoeça, meu gatinho - ela leva os dedos até o rosto do filho e faz um leve carinho.

Pequenos atos como esse fazem Louis se lembrar do quanto é sortudo em ter a mãe que tem. Ela sempre de uma forma ou de outra deixava claro do quanto ele era amado. E por mais que ele pisasse na bola, ela sempre estaria ao seu lado.

Pensando nisso, logo, o garoto consegue ouvir o barulho do secador e sentir uma leve mão deslizar nos fios dourados.

Ele ergue seu olhar ao espelho a sua frente e se depara a imagem mais linda de sua vida. Sua mãe concentrada nos fios de seu cabelo com um leve sorriso no rosto.

Sem a mais velha perceber, ele captura aquela imagem com o celular que estava no bolso. Uma mania que pegou de seu pai.

- Prontinho - ela desliga o aparelho e olha para o espelho - Meu gatinho está prontinho para o seu encontro com minha afilhada.

- Miau-ravilhoso - ele sorri para ela pelo espelho.

- Miau-ravilhoso - ela repete acenando com a cabeça e deixa o cômodo quando percebe a notificação no celular do filho.

Too late, mama. ( Imagine Louis Agreste )Onde histórias criam vida. Descubra agora