Capítulo 3 - Missão traidor pt.1

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      O dia segue, foram tantas coisas que nem percebi quando a noite chegou, depois do que aconteceu no café, passei o resto das refeições comento na laje do QG da tropa, é o lugar mais tranquilo em todo esse prédio, tenho só a lua e as estrelas e isso pra mim basta, minha vontade é só dormir bastante, mas ainda tenho que limpar todo o refeitório como o Capitão mandou

—O Levi ainda me paga - Resmungo terminando meu jantar, repouso sobre o chão e aprecio a paisagem, aquilo me trazia paz, sentir a brisa fria da noite, naquele pequeno momento eu pude esquecer todo o peso de ser um membro da tropa, pude esquecer o peso de ser eu, ali, sozinha eu só era como outra pessoa igual a cem outras "Eu podia ficar só nesse momento pra sempre" , pensei por uns segundos, isso seria ótimo mas a vida não é como queremos, volto a realidade pegando meu prato e indo ao refeitório.

    Quase todos já haviam ido aos seus dormitórios, temos horários rígidos pra deitar e levantar, então logo logo tudo já estaria vazio, enquanto alguns terminavam seu jantar procuro na dispensa o que eu preciso para a entediante limpeza, volto e começo meu trabalho, começo pelo chão, o que demorou bastante, limpo todas as mesas, mas eu sinto alguém me observando.

—Algum problema Capitão? -Paro a limpeza e olho para o ser pequeno escorado na parede com braços cruzados.

—Estou avaliando seu trabalho, pelo visto está uma merda, só vejo sujeira aqui 

"Então faz você" Minha boca coça pra eu responder pra ele, mas me controlo —Senhor ao meu ver está bem limpo 

—O "seu ver" é uma porcaria, consigo ver daqui as manchas de suco e comida em cima da mesa - Ele fala ainda encostado na parede

"Eu estou com a porra do braço enfaixado e tô fazendo força aqui" Talvez ter um Levi na minha vida seja a minha punição por todos os meus pecados até hoje —Senhor - Respiro pra manter a calma —Meu braço ainda não se recuperou da ferida, se eu forçar meus pontos vão abrir, já vi que o senhor não gostou de merd-... da limpeza, mas eu não posso me forçar

—Como você é chorona -Ele vai até a mesa e pega o pano molhado que estava sobre ela, eu junto todos os resquícios de paciência que tenho pra não responder nenhuma merda — Você está limpando com esse pano imundo, só está passando sujeira em cima de porcaria fique aqui -Ele saí e eu rezo aos céus pra que ele não volte

—Que castigo é esse que o Erwin me colocou? -Choramingo comigo mesma

—Sou um castigo pra você? -Ele fala alto voltando com alguns utensílios na mão.

—Eu não falei seu nome, mas se o senhor entendeu assim, não posso fazer nada - Falo em um tom sarcástico

Ele não responde nada e começa a esfregar a mesa com uma escova —Sua sorte é que eu senti pena de você

—Pelo menos eu sei que o senhor sente algo - Ele me encara sério —Desculpa senhor, exagerei na brincadeira 

  O Capitão me ajudou com o resto da limpeza e se ofereceu a lavar as louças, o que é realmente estranho, nunca ficamos no mesmo ambiente por muito tempo, mas não vou questionar se não vou fazer tudo sozinha, terminamos tudo e ficamos sentado em uma mesa descansando.

—Você não vai dormir? - Ele pergunta enquanto secava o suor do rosto com um pano

—Meu sono passou faz tempo, eu queria na verdade comer algo, o senhor não vai dormir também?

—Não preciso dormir muito, vou fazer um chá, você quer? -Ele pergunta enquanto caminha até a cozinha

—Quero -Espero um tempo e ele volta com uma bandeja com um bule, xicaras e uns pães que sobraram do jantar, "O capitão está simpático demais é estranho"

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