Capítulo 1

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Autora narrando

Clary Rossi, aos 20 anos, é uma jovem doce e determinada, com uma ousadia silenciosa que a impulsiona a estudar medicina. Dois anos atrás, sua vida mudou drasticamente quando seus pais morreram em um trágico acidente de carro em Nova Iorque, a cidade onde nasceu e viveu até então. Clary foi a única sobrevivente. Desde aquele dia, carregando a dor da perda e o peso da sobrevivência, ela tomou a decisão de se dedicar à medicina, prometendo a si mesma que ninguém mais perderia a vida em suas mãos. Seattle se tornou seu novo lar, onde ela luta para transformar a tragédia em propósito.

Vivendo em Seattle desde os 18 anos, Clary leva uma vida simples e tranquila, típica de uma jovem da sua idade. De manhã, trabalha em um consultório médico, e à tarde, dedica-se aos estudos na faculdade, equilibrando a rotina entre o trabalho e a busca por seus sonhos.

Clary é uma jovem deslumbrante, com a pele clara como neve, olhos castanhos suaves, e longos cabelos escuros que emolduram seu rosto. Apesar de chamar a atenção por onde passa e despertar o interesse de muitos rapazes, ela prefere não se envolver facilmente. Mantém-se sempre centrada em si mesma e em seus objetivos. Desde que foi traída pelo namorado aos 16 anos, Clary teve alguns relacionamentos, mas nenhum foi capaz de florescer de verdade. Ela aprendeu a não se apressar em entregar o coração.

Hoje, Clary decidiu aproveitar os últimos dias de férias ao lado de suas amigas da faculdade, Emily e Bianca. Elas combinaram de se encontrar numa das baladas mais populares da cidade. Já passa da 1h28 da manhã, e Clary, sentada no táxi, observa a cidade iluminada enquanto se dirige ao encontro das amigas. De repente, pela janela, seu olhar se fixa em um rosto familiar, um rosto que ela não via há quatro anos, mas que conhecia profundamente.

Muito tempo se passou desde o fim do relacionamento com Nathaniel Banks, e nesse intervalo, Clary amadureceu profundamente. A dor e as experiências a transformaram, moldando-a de maneiras que ela jamais imaginou.

-- Nathaniel - sussurra Clary, incrédula ao reconhecer o rosto pela janela - Pare aqui, por favor - pede educadamente ao senhor de cabelos grisalhos.

-- Claro, mocinha - responde ele, com um sorriso gentil.

Clary paga rapidamente a corrida e desce do táxi, sentindo o coração acelerar. Ela caminha apressada até onde Nathaniel está e, ao encontrá-lo, não consegue evitar chamá-lo.

-- Nathaniel Banks. - diz, com a voz firme, enquanto por dentro questiona se fez a escolha certa aoir até ele depois de tantos anos.

-- Clary Rossi? - responde ele, surpreso, ao vê-la diante de si.

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Nathaniel Banks, aos 22 anos, é um homem reservado e emocionalmente distante. Empresário de sucesso e amplamente conhecido, ele atrai olhares por onde passa. Alto, com um físico impecável e cabelos negros, desperta o desejo de muitas mulheres. No entanto, desde Clary, ele nunca mais se envolveu seriamente com ninguém. Para ele, uma noite é o suficiente - e nada além disso, como costuma dizer.

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Após alguns segundos de um silêncio desconfortável, Clary finalmente percebe que Nathaniel não está sozinho. Dois homens o acompanham: um ruivo incrivelmente atraente e um loiro igualmente bonito, embora nenhum deles se compare a Nathaniel. O ruivo segura uma garrafa de vodca na mão direita, e, sem pensar muito, Clary fixa o olhar na garrafa e pensa: 'É disso que eu preciso agora.' Sem cerimônias, ela pega a garrafa da mão do ruivo e dá um longo gole. Os três a observam, surpresos, mas logo sorrisos surgem em seus rostos. Clary devolve a garrafa ao loiro e, sem hesitar, senta-se no colo de Nathaniel. Apesar de tudo - do tempo que passou e da traição - ela ainda sente aquele desejo sutil de estar perto o suficiente para ouvir sua respiração.

-- Depois de tanto tempo, você conseguiu ficar ainda mais irresistível, Senhor Banks . - sussurra Clary em seu ouvido, de forma que só ele possa ouvir.

-- E você, mais ousada do que nunca. E só Nathaniel, por favor - responde ele com um sorriso, ainda sem acreditar que Clary Rossi está sentada em seu colo, a mesma Clary que um dia foi sua.

Seus olhares se cruzam como se o mundo ao redor tivesse desaparecido, deixando apenas os dois. O momento dura alguns minutos, mas para eles parece uma eternidade.

Depois de quatro longos anos, ambos mudaram muito, mas não podem negar o quanto é bom estar ali, tão próximos que podem sentir o DOCE DESEJO antigo ainda pulsando, mesmo que de forma distante.

Clary, sem perceber, morde o lábio inferior, tensionada. Nathaniel rapidamente desvia o olhar para seus lábios, tomado pelo desejo. Ele tenta se conter, mas é inútil. Sem pensar, ele a beija, com urgência, e o beijo parece não ter fim. ((Entre nós, eles sempre esperaram que isso pudesse acontecer mais uma vez.))

Clary corresponde, continuando o beijo até que a falta de ar a obriga a parar. Ela sorri para ele, e Nathaniel logo retribui o sorriso. No entanto, a realidade do que acabaram de fazer a atinge, e, constrangida, ela se levanta rapidamente do colo dele.

-- Desculpa, eu não sei o que deu em mim. - murmura Clary, de cabeça baixa - Eu já vou. - ela se vira e começa a se afastar.

Nathaniel leva alguns segundos para processar o que acabou de acontecer, mas logo se levanta e corre atrás dela, deixando os outros dois para trás.

-- Clary, espera! - ele grita, fazendo-a parar e olhar para trás. - Para onde você vai sozinha a essa hora?

-- Vou me encontrar com duas amigas - responde Clary, em um tom educado.

-- Estamos dentro. - diz Nathaniel, já decidido a ir junto.

-- Acho que não, Nathaniel. Depois de tanto tempo, talvez seja melhor deixar as coisas como estão. - ela fala, olhando diretamente nos olhos dele.

-- Vai ser só uma noite, Clary, entre amigos que não se veem há quatro anos. Não vai acontecer nada, prometo. - ele a convence com um sorriso maroto.

Nathaniel chama os amigos e os apresenta a Clary.

-- Esses são Lucas. - ele aponta para o ruivo . - E Matheo. - aponta para o loiro. - E, meninos, essa é Clary Rossi. - diz, olhando para ela.

-- Clary Rossi... a ex que você nunca conseguiu esquecer? - provoca Matheo com um sorriso.

Nathaniel imediatamente lança um olhar mortal para Matheo, que se cala rapidamente.

-- Vamos no meu carro, está logo ali. - diz Nathaniel, apontando para um elegante carro preto, claramente tentando desviardo comentário inconveniente.

Todos concordam e seguem em direção ao carro. Nathaniel assume o volante, com Clary ao seu lado, enquanto Lucas e Matheo se acomodam no banco de trás. Enquanto dirige, Nathaniel mantém uma mão no volante, mas a outra desliza suavemente até a coxa de Clary, exposta pelo vestido curto que ela veste. Ela sente o toque e, por um instante, seu corpo se enrijece, mas logo relaxa ao perceber a familiaridade daquele gesto. Nathaniel olha para ela, notando que seus pensamentos estão distantes, enquanto ela observa a paisagem pela janela.

Ao chegarem ao ponto de encontro com Emily e Bianca, Lucas e Matheo saem rapidamente do carro para cumprimentar as meninas. Quando Nathaniel faz menção de sair também, Clary o segura pelo braço, forçando-o a olhá-la. Ele a encara, confuso.

-- O que foi?  Aconteceu alguma coisa? - pergunta Nathaniel, sem entender.

-- Vamos sair daqui, só nós dois, Nathan? - diz Clary, percebendo que o chamou pelo apelido que usava no passado.

-- E para onde você gostaria de ir, senhorita Rossi? - responde ele, sorrindo.

-- Eu dirijo. É uma surpresa. Se vai ser apenas uma noite, então que seja algo melhordo que passar a noite em uma balada - diz ela, estendendo a mão, pedindo as chaves.

-- Tudo bem, princesa. As chaves são suas. - Nathaniel entrega as chaves e sai do carro, cedendo o lugar para ela no banco do motorista. Assim que se acomoda ao lado dela, ele comenta, com um sorriso - Você continua linda e incrível como sempre.

Clary dá partida no carro e, antes de se concentrar na estrada, sorri para ele, cúmplice.

((Onde será que eles vão??))

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ᶜᵘʳᵗᵃ ᶜᵒᵐᵉⁿᵗᵉ ˢᵃˡᵛᵉ ᶜᵒᵐᵖᵃʳᵗⁱˡʰᵉ

Meu doce DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora