Capítulo: 18

83 8 0
                                    

Benjamin Narrando

Acabei despertando com um passarinho irritante que estava na minha janela. Esfreguei os olhos, peguei meu celular e ainda faltava meia hora para que eu pudesse me levantar para ir trabalhar.

Mesmo faltando meia hora resolvi levantar da cama, caminhei até minha janela e espantei o passarinho que estava ali. Assim que ele saiu voando, sai de meu quarto entrei no banheiro escovei meus dentes e em seguida sai, desci as escadas, minha mae já estava na cozinha preparando o café da manhã, dei um beijo na bochecha dela que sorriu lindamente.

- como está se sentindo ? - perguntou me encarando

- estou como uma dor de cabeça horrível, nunca mais bebo daquele jeito - disse dando um meio sorriso

- tome esse café amargo, vai lhe fazer bem isso lhe garanto- falou colocando uma xícara em cima da mesa

Beberiquei o café, e por um momento senti que a bebida da noite passada estava querendo voltar, aquilo era extremamente horrível.

- seu pai ficou estressado por que chegou tarde ontem. Mas eu consegui acalmar ele

- eu não deveria ter chegado aquele horário. Desculpa ter feito você esperar mas- disse abaixando a cabeça

- não se preocupe, as vezes é bom sair um pouco para tirar alguns pesos das costas - disse dando um meio sorriso

Nesse momento meu pai aparece na cozinha, não sabia o que ele estava fazendo ali, mas não questionei apenas beberiquei novamente meu café. O homem se sentou em minha frente e deu um meio sorriso.

- parabéns pelo novo emprego, fico feliz que conseguiu arrumar alguma coisa

- obrigado- falei sorrindo

Não sabia o que estava acontecendo com meu pai, ele nunca foi de falar daquele modo comigo, mas devo admitir que estava gostando daquele novo "eu" dele.

Fiquei ali na mesa conversando com meus pais, um pouco sobre como é cuidar do Donatello, logo o motorista buzina. Já havia subido em meu quarto, e coloquei apenas um short jeans básico.

- se estiver precisando de roupas, pode me ligar que eu levo, ou o seu pai leva - falou minha mãe me abraçando

- não precisa se preocupar, se estiver precisando de alguma coisa, eu peço para o motorista vir buscar para mim. Mas antes eu aviso para a senhora, agora tenho que ir - disse dando um beijo na bochecha da mulher

Sai da casa e entrei no carro, Maurício estava com uma cara extremamente fechada, e eu imaginei que estava acontecendo algo de ruim na casa, por esse motivo decido não perguntar.

Após alguns quilômetros de estrada, chegamos em frente a mansão dos Johnsons, abri a porta do carro, e quando estava saindo da garagem, sou segurado por Maurício.

- senhor Ben, parece que hoje, a família Johnson vai receber a visita de alguns parentes. Eu peço a você, cuide bem do Dony, por que o primo dele gosta muito de maltratar o garoto

- pode deixar, vou ficar de olho - falei dando um meio sorriso

Comecei a caminhar, entrei na casa e Leninha já estava na porta, com um pano de prato em mãos como sempre.

- Dony, está na cozinha, ele tem aula hoje - disse apontando para a cozinha

Acabei esquecendo que ainda estávamos no meio da semana, acho que minha cabeça estava carregada com muitos pensamentos. Caminhei em direção a cozinha, e Leninha seguiu para o escritório do senhor Johnson.

Dony estava na cadeira, sua cabeça estava em cima dos seus braços, dava para perceber que ele estava bem pensativo. Me sentei ao lado dele, e ele nem me notou.

- Dony, o que tanto pensa ?- perguntei chamando a atenção dele

- Ben, que bom que chegou - disse abraçando meu pescoço

Confesso que para mim aquilo foi uma imensa surpresa, não estava esperando um abraço. Mas não devo dizer que foi ruim.

- desculpa por te abraçar desse jeito, é que eu senti sua falta- disse abaixando a cabeça

Pela primeira vez, percebi que Donatello estava com as bochechas coradas, e de nenhum modo ficou feio.

- ei, não tem problema, eu gostei - falei sorrindo - agora me diz, o que estava pensando ?- perguntei curioso

- minha tia Mel está na cidade, eles chegaram de viagem ontem e ficaram hospedados em um hotel. Meu primo acabou vindo com ela, e eu não sei o que pode me acontecer com ele dentro dessa casa

- o que seu primo fez, para que um não goste do outro ?- perguntei franzindo o cenho

- quando éramos crianças, eu e Alex, costumávamos brincar de casinha, eu era sempre a mãe, e ele o pai. Um dia na mesma brincadeira, acabamos dando um selinho, depois disso ele ficou estranho comigo, não brincava mais comigo, nem sequer conversávamos como antes. O tempo foi passando e ele foi se distanciando cada vez mais, a última vez que falei com ele foi no velório da minha mãe, e foi apenas um "meus pêsames" - explicou calmamente

- então, como você e seu primo deram um selinho, ele de certa forma deve ter gostado. Deve ter deixado os pensamentos dele confuso, e parar de falar com você foi a melhor solução que ele encontrou

- promete que quando ele passar por aquela porta, não vai sair do meu lado - pediu com cara de cachorro que caiu da mudança

- estou sempre aqui. Mas agora me diz,  por que que o Maurício me disse para tomar conta de você que o seu primo gostava de te maltratar ?- perguntei arqueando a sobrancelha

- obra cada um deles eu disse uma mentira. A Leninha acha que eu não gosto do Alex, por que como diz ela o nosso santo não bateu, já o Maurício, acredita que ele me maltrata, coisa que nunca fez, e o meu pai, acha que eu não gosto dele por causa das piadinhas sem noção

- mas por que contou uma mentira para cada um ? - perguntei encarando ele

- não sei, acho que na minha cabeça, isso poderia estar certo

- se eles conversarem entre eles e descobrirem que contou uma mentira para cada um. Vão saber que está escondendo algo - falei dando um meio sorriso

- eles não vão, a não ser que alguém peça para que eles façam isso

Eu sabia que Alex era o mesmo garoto que me abordou na rua na noite passada. Não estava com medo dele, pois eu estava de folga do serviço, ele não teria como usar aquela noite contra mim.

O Babá Dos Sonhos Onde histórias criam vida. Descubra agora