Historietas de uma menina Aleatória

O Conto da Ostra

Óia eu aqui dnv!

Essa história foi baseada na vida do Severo Snape, aquele lá de Harry Potter, eu gosto muito dele pq ele é um personagem muito bom nos livros. A vida dele é bem reflexiva, aí eu dei uma viajada na minha terra de imaginação fértil e imaginei ele como uma ostra. Claro, é o meu ponto de vista mas eu espero q consigam enxergar um pouco dele aqui. Essa história tbm tem um pouco de inspiração no filme Jack e a Mecânica do Coração, em um espetáculo de marionetes que o protagonista faz parte.

Leiam os livros mas n sejam transfóbicos!😃

(eu n sabia q tinha emoji de ostra)

🦪

Enquanto a vida do mundo superior corria agitada por suas próprias questões, abaixo do nível do mar, em uma calmaria quase inquietante, havia um pequeno e solitário ostra. Tão leve e tão simples que só se movia pelo balanço das ondas.

Desde muito tempo, carregado pela vontade do mundo, o ostra se encontrava em corais ou longas extensões de areia com pequenas plantas, apesar de nunca ser encontrado. Sempre assim, enquanto se movia, grãos de areia do chão do mar adentravam por entre as frestas que ficavam na junção das duas abas de sua casinha.

Um dia, o ostra parou em um recife de corais cheio de outros animais, entre eles estavam peixes, águas-vivas, tubarões, arraias e muitas outras espécies marinhas variadas e coloridas, todas cheias de vida. Assim, ele decidiu ficar no recife por mais um tempo, para ver se conseguia dissipar a solidão acumulada de uma vida inteira.

Porém, diferentemente do que o ostra havia imaginado, ele não conseguiu socializar com os outros animais. Ele havia passado a vida toda sozinho e não sabia como interagir com as outras criaturas, como conversar com elas ou como entendê-las. Assim, ele experimentou uma solidão diferente da que ele estava acostumado desde que se entendia por um ostra: a única coisa pior do que estar sozinho é estar sozinho rodeado de pessoas que não se importam com a sua existência. Pessoas tais que não estavam solitárias e assim o faziam pensar que ele conseguiria se enturmar apesar de sempre ter suas esperanças esmagadas impiedosamente pelo que parecia ser o destino a cada nova investida.

Aceitando sua sina, o ostra se escondeu em uma área morta do recife que ninguém habitava por conta da grande quantidade de plástico. E assim, passou-se ainda mais tempo, chegando a temporada de acasalamento de algumas espécies de peixes no recife.

Durante o tempo em que o ostra se escondia, numa história paralela, havia uma peixa muito bonita cujo olhar de vários peixes de sua espécie se voltava para admirá-la. No início, a peixa gostava de ser vista como a mais bela de seu cardume mas, quanto mais se aproximava a época de reprodução, ela ficou cada vez mais assustada com a ideia de dedicar toda a sua vida a qualquer um de seus admiradores não tão secretos assim. Em uma crise de desespero no meio da noite, enquanto todos estavam dormindo, ela saiu de seu esconderijo contra predadores, e pôs-se a nadar angustiadamente para nenhum lugar em especial. Para frente infinitamente. Pelas extensões de areia desertas que se estendiam para além do horizonte.

Cansada, ela parou em um lugar irreconhecível em que nunca estivera antes. Entrou em pânico. Uma pequena peixa sozinha no meio do vasto oceano, fraca, inocente e inteiramente perdida.

Tentando manter a calma, olhou ao redor tentando lembrar do lugar por onde havia vindo, mas encontrando apenas areia. Desolada, começou a nadar para nenhum lado em específico, apenas seguindo um caminho aleatório com a cabeça abaixada, perdida em seus pensamentos. Assim, a jovem pôs-se a nadar mais rápido, as ideias fluindo mais velozmente em sua mente. "Se eu nadar pra qualquer direção que não seja aquela da qual eu vim, eu poderia ir me alimentando das pequenas plantas no caminho até encontrar algum lugar para ficar. Eu com certeza vou achar algum recife no caminho e lá não haverá peixes de minha espécie para me cobiçar. Eu poderia recomeçar minha vida lá, com novos amigos, nova casa, nova família, nova chance" pensou até, coincidentemente, chegar ao mesmo recife de corais onde o ostra estava.