Prólogo

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Caros leitores, bem-vindos ou, bem vindos de volta.

Essa história ficou fora por um tempo após alguns acontecimentos estressantes, mas ela está aqui.

Irei postar os capítulos como se fosse a primeira vez, e pra quem já leu, recomendo fortemente que leia de novo pois terá cenas e diálogos novos adicionados à história.

Espero que gostem e que me acompanhem de volta nessa jornada de amor!

Aproveite a leitura🤍

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Aemond não lembra em detalhes de como tudo aconteceu.

Ele tem flash's, lapsos de memória, às vezes quando vira à cabeça bruscamente, ou quando está treinando no pátio, ou quando segura sua adaga, ele pode sentir em seus ossos um reconhecimento, à náusea que se estala em seu estômago, o gosto amargo em sua garganta. A sensação de deja vú.

Ele lembra de voar com Vhagar pela primeira vez, do esplendor, da alegria que cravou sua pele mais profundamente que uma adaga, da liberdade que transbordou em seu peito, do orgulho que o cegou, e do alívio.

O depois é apenas um borrão em sua memoria. Algo distorcido, feio, uma tela suja de tinta preta, com linhas em vermelho sangue, e dor, tanta dor que ele não pode suportar olhar.

Há os gritos incessantes que rasgam sua garganta como uma lixa, há luta, há uma lamina que acerta seu alvo, há tanto tormento, há uma grande quantidade de sangue que escorre por seu rosto quente, e há a escuridão que vem com a inconsciência.

É como se estivesse desligado o resto. Ele tenta lembrar e acaba em um lugar escuro e úmido, ele está sozinho e perdido, ele está com medo. Como se fosse uma criança novamente. Aemond não gosta de se sentir amedrontado, então ele apenas para de tentar recordar da noite que algo lhe foi roubado, arrancado.

Foi um preço a ser pago, ele repete, como uma forma de se conformar. Não funciona tão bem quanto deseja. Ele ainda sente falta do que lhe falta.

Aemond lembra do que veio depois, no entanto.

Houve mais gritos, mais lutas, mais golpes e mais sangue, mas dessa vez, era sua mãe que segurava a adaga, e sua meia-irmã na mira dela.

Seu pai ficou furioso com o sangue de Rhaenyra manchando o chão de pedra, mas ele não se importou com o olho perdido de Aemond e seu sangue espalhado pelas masmorras como uma pintura grotesca de caos. Seu pai nunca ligou para ele, nunca ligou para nenhum deles, tudo foi dado a sua primeira esposa e filha, e a única família que o rei amava.

O que veio depois delas, foram meros estranhos que de nada lhe importava. Eles não eram nada. Sua esposa não podia ser substituída. E o que nasceu fora do útero dela, não era seu. Sangue significava tudo para às famílias de Westeros, mas não para o rei, uma enorme ironia.

Aemond havia se acostumado com a rejeição. Já sabia que nunca seria amado, ou sequer, estimado por Viserys. Ele superou. Sua mãe estava lá por ele. Alicent tinha um jeito estranho de amar, e ainda assim, foi o suficiente para Aemond quando criança. Sua irmã Helaena, também estava lá por ele, do jeito dela, ela era complexa, e todos a viam como louca. No entanto, Aemond sempre soube o que ela era – extraordinária. Helaena era a melhor coisa de seu mundo, a única coisa que ele se importava de verdade.

Sua raiva, sua busca por vingança, seu anseio pela glória foi o que lhe manteve forte, mas, Helaena foi o que lhe manteve vivo.

Aemond tem memorias razoáveis da infância. Ele foi infernizando pelo irmão mais velho, mas se divertiu com os primos, ele lembra das risadas, dos jogos e travessuras, do companheirismo e de nunca se sentir sozinho quando tinha os sobrinhos ao seu redor. Eles eram apenas crianças naquela época e não enxergavam a tensão em sua casa. Foram bons tempos aqueles que tiveram antes de tudo, antes de haver os gritos.

The House Of Sky and Sea [Lucerys/Aemond]Onde histórias criam vida. Descubra agora