Capítulo VI

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O reino estava em luto pela morte de seu rei.

Sua família usava preto enquanto assistiam às irmãs silenciosas trabalharem. Cobrindo o corpo desfalecido do rei com cuidado e gentileza. Sua mãe e meia-irmã choravam, Rhaenyra sendo abraçada pelo marido e com os filhos mais velhos e as filhas de seu marido ao seu redor. Lucerys parecia fora de orbita enquanto observava o rosto do avô ser enfaixado, olhos inchados e vermelhos, nariz rosado e lábios frouxos, ele parecia perdido em sua capa negra. Quando as irmãs se afastaram do corpo, Lucerys ergueu os olhos tristes para Aemond, que já o encarava.

Seus olhos marejados brilharam mesmo na penumbra da sala, seus lábios pressionaram um contra o outro até se formar uma linha fina. Ele estava tentando ser forte, pela mãe e pelo pai. Daemon não estava chorando, embora desse para sentir o tormento dele saindo em um raio de devastação. Jacaerys não chorava mais, seus olhos estavam um pouco inchados, mas agora ele apenas tocava o braço da mãe em consolo, enquanto o outro envolvia a cintura de Baela, mantendo sua noiva colada contra ele como uma segunda pele.

Aegon, Helaena e Aemond eram os únicos que não mostravam sinal algum de tristeza. Sua irmã estava cantarolando baixinho uma canção de ninar, Aegon parecia dormi em pé, suspirando entediado a cada minuto. Escorado na parede fria, Aemond estava ao lado da mãe, que chorava em silêncio. Seu avô segurava o ombro dela, Aemond ficou aliviado por ter alguém ali para segurá-la, porque isso significava que não precisava ser ele a fazê-lo. Não que Aemond tivesse noção do que fazer, nunca precisou consolar ninguém.

As irmãs se foram após uma reverência profunda para Rhaenyra, e o silêncio foi quebrado apenas pelo som dos fungados e soluços baixos.

A coroa do rei estava sobre seu corpo na mesa de pedra, sua mãe suspirou em angustia, antes de caminhar até o corpo completamente enfaixado do marido. Alicent beijou o lugar onde deveria estar sua testa, e depois de um minuto, se recompôs pegando a coroa e indo em direção a Rhaenyra, com o metal estendido.

Rhaenyra se soltou do marido para encarar Alicent. Com os dedos trêmulos, sua mãe ergueu a coroa para a herdeira legítima do trono. Rhaenyra, sendo mais alta, se curvou e Alicent encaixou a coroa no topo de sua cabeça. O metal escuro chamava atenção no meio dos cabelos brancos e esvoaçantes.

Seu avô ficou tenso ao seu lado, Otto queria seu neto como herdeiro, e não Rhaenyra, uma mulher não deveria subir ao trono, era o que Otto acreditava. Mas Aemond não concordava, ele já havia percebido o quanto sua irmã era decidida, seu pulso era firme, ela tinha o dom natural de comandar. Rhaenyra era inteligente e justa, e seria uma boa rainha.

Sua mãe e a rainha se encararam por um longo segundo, seus olhos e narizes vermelhos. Alicent fez uma reverência rápida e caminhou para fora da sala, seus filhos a seguindo. Aemond teve que dá um ponta-pé em Aegon que cochilava.


[☆]

- Você deve ir a ponta tempestade comigo. - Aemond não nota a presença de Lucerys até que ele fale. Seu tom duro e frio como o inverno nortenho.

Aemond estava treinando novamente, mesmo cedo, não havia ninguém nos fundos da Fortaleza, todos estavam no salão principal, se despedindo do rei em uma cerimônia aberta para todo o reino. Exceto por Aemond que conseguiu se esgueirar para longe dos parentes e fugir desapercebido. Ou pelos menos, foi o que pensava, pois seu sobrinho estava ali, tenso como uma lança e com os olhos fixos na nova espada de Aemond.

Aemond jogou sua espada de uma mão para a outra, a lâmina refletindo a luz do sol.

- Sobrinho, o que devo a honra? - Seu tom era zombeteiro. Lucerys não se abalou, ele ergueu uma sobrancelha negra.

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⏰ Última atualização: Apr 06 ⏰

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The House Of Sky and Sea [Lucerys/Aemond]Onde histórias criam vida. Descubra agora