Capítulo 11

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Ana achou mesmo que tinha uma chance? Em algum momento ela acreditou de verdade que não sentiria aquela avalanche de sensações e sentimentos tão intensos dentro de si que pareciam que iriam implodir dentro dela? Que pareciam que iria se tornar tudo físico e assustador de repente?

Ela não era mais uma adolescente, não tinha mais como ser tão ingênua assim.

Ela passou toda a apresentação olhando para frente, parecendo muito dedicada, mas não se lembra de nenhuma palavra dita em momento algum porque sua mente foi complemente apagada e todos os comandos de seu corpo foram perdidos no instante em que seus olhos cruzaram com os de Christian.

E ali ficaram.

E ali mesmo Ana ficou também.

Ela achou que era o limite das batidas de seu coração durante aquela uma hora, mas quando os oficiais começaram a sair do palco no encerramento para ir encontrar a família, ela sentiu literalmente tudo desandar e sair do lugar dentro de si. Inclusive seu coração.

Grace foi na frente, claro, não aguentava mais de saudade, e Carrick a seguiu também.

Pais.

Ana não podia julgar, até ela queria simplesmente seguir aqueles passos e se jogar em Christian e nunca mais soltar.

Nunca mais soltar mesmo!

Ela saiu do transe em que estava presa quando sentiu o amontoado de cabelos negros e olhos cinzentos de pessoa em miniatura da sua vida sair correndo de perto de si.

_ Meu Deus, Sarah! - Ana gritou, indo atrás da menina. - Nunca mais faça isso! - ralhou, puxando sua mão, chamando atenção dos pais e de Christian que ainda permaneciam abraçados.

_ Desculpa - Sarah pediu baixinho, assustada e envergonhada pela repreensão. - Só estava indo até o titio Christian.

Ana suspirou, o coração doendo em ter tido Sarah correndo naquele amontoado de pessoas estranhas, perdendo o ar por um instante.

_ Princesinha, não faça mais isso, é perigoso - Carrick falou, e eles estavam indo até elas agora, após terem visto a cena, a expressão séria.

Sarah assentiu com a cabeça, as mãozinhas a frente num gesto de quem se arrepende muito.

_ Desculpa, desculpa, por favorzinho - ela pediu de forma insistente, só querendo que todos parassem de brigar com ela logo porque ela não sabia lidar com aquilo, os olhos já marejados.

_ Tudo bem, minha querida, tenho certeza que sabe que não pode correr de ninguém assim, e que se arrepende - Grace falou gentilmente, ainda agarrada a Christian, o rosto vermelho das lágrimas de emoção.

_ Sim, eu juro - a menina falou, levando os dedinhos cruzados aos lábios numa promessa, e então voltou a abrir um sorriso largo ao perceber quem estava tão perto dela agora. - Você... Voce! - ela deu um gritinho animado em meio a pulinhos.

Christian sorriu para a menina, complemente confuso, mas havia emoção demais em volta para ele querer explicação naquele momento. Uma emoção e tanto parada a sua frente. E outra ainda maior.

Ele passou os últimos dias - cinco anos - pensando naquele encontro, no faria, no que podia ser permitido a fazer, no que podia permitir a ela a fazer. Mas ali, naquele momento, não importava quantas vezes ele tenha ensaiada aquilo, tudo havia sumido de sua mente no instante em seus olhos cruzaram com os dela, e até agora tudo em seu corpo só implorava para toca-la, pra abraçá-la, para sentir seu cheiro, a maciez do seu corpo, os braços ela em volta do seu e a cabeça contra seu peito como ela sempre fazia.

50 Tons de EscolhasOnde histórias criam vida. Descubra agora