6. Hortênsias.

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Capítulo 6.
Hortênsias: Representação da amizade e do sentimento de respeito.

Na manhã seguinte da consulta Sirius estava parado diante do espelho que havia instalado no quarto com a ajuda de Remus, camisa erguida e mãos sobre a barriguinha, tinha um leve inchaço ali, imperceptível para qualquer pessoa que não fosse o próprio ômega, que tinha certeza que era o seu pequeno brotinho dando sinais de que estava ali. Perceber algumas das mudanças que estavam acontecendo em seu corpo só faziam o coração de Sirius aquecer ainda mais na espera para ter seu filhote em seus braços.

Sirius gostaria de dividir essa felicidade com sua mãe e irmãs, mas muito tempo havia se passado desde a última vez que viu sua família, e ele nunca voltaria atrás. Agora a única família que ele podia desejar ao seu lado era James, o alfa que lhe deu abrigo quando o mundo parecia querer desmoronar sobre sua cabeça. O alfa havia respondido suas últimas mensagens informando que ainda hoje estaria de volta e isso deixou o ômega ansioso, já que era a primeira vez que via o melhor amigo desde o dia que terminou seu relacionamento com Rodolphus, cerca de uma semana e meia atrás. O que, na opinião de Sirius, parecia uma vida toda.

Dentro de seu carro, não muitas casas longe de onde Sirius morava agora, estava um James totalmente ansioso em rever o amigo. Tudo que o alfa desejava para Sirius era uma vida feliz e tranquila e aparentemente ele havia conseguido isso, mesmo que tenha sido necessário passar por um trauma com Rodolphus. Não que James fosse deixar tudo que o outro alfa fez com o amigo barato, ele iria pagar caro por ter ferido os sentimentos de Sirius.

James encarava com o lábio entre os dentes um pequeno embrulho sobre o estofado do banco do passageiro, um pequeno presente para seu sobrinho ou sobrinha que estava a caminho. O alfa já se sentia apaixonado pelo filhote que nem havia nascido ainda, e tudo que ele conseguia pensar era na felicidade que seu melhor amigo estava lhe proporcionando. A verdade é que o alfa não via a hora de poder pedir desculpas para Sirius por ter sido um idiota enquanto estava longe, ele não queria ter machucado o ômega e isso estava o matando um pouco todos os dias.

Então o alfa tomou coragem, desceu do carro e começou a caminhar na direção da nova casa do amigo, ele obviamente ainda iria visitar Remus, mas a prioridade era o ômega e o brotinho — como Sirius carinhosamente apelidou o filhote.

Sirius estava deitado no sofá acariciando sua barriga quando escutou alguém bater na porta, levantou rápido e correu desajeitado até a porta, lembrando de tentar não cair mais nenhuma vez, já que seus joelhos agora estavam roxos, fora que também não era muito seguro cair durante a gravidez. "Quem é?" Ele resolveu perguntar antes de abrir a porta, podia não ser seguro.

"O tio prefe-" E James não conseguiu terminar de falar, pois logo sentiu um corpo pequeno se chocar contra o seu, deu dois passos para trás, segurando com força o corpo de Sirius que agora mais parecia um coala. "Ei, Siri, eu voltei." James, que só vestia uma blusa fina, conseguiu sentir as lágrimas de Sirius molharem sua roupa. "Não chora, Boo, eu tô aqui pra você agora." O ômega resmungou ainda com o rosto enfiado no peito do amigo. "Não vai me convidar pra conhecer sua casa?" O ômega se soltou do aperto do amigo e o puxou para dentro da casa.

"Você tá cheio de marcas roxas, Jay." Sirius agora tinha um bico nos lábios, magoado. "Tá todo machucado, alfa." James se acomodou no sofá e se permitiu descansar a coluna. "Foi muito difícil?" Ele sabia que sim, não era fácil passar por um cio sozinho, ainda mais depois de ficar anos sendo acompanhado por um parceiro.

"Yeah, Six, foi complicado." Sirius prestava atenção no alfa enquanto servia um pouco de chá para ele. "Estou bem dolorido, mas vou superar." James sorriu grande, confortando o ômega.

Kindness | Wolfstar (Sirius Bottom)¹Onde histórias criam vida. Descubra agora