Corria descalça pela rua fria com o ar que saia queimando de seus pulmões, enquanto o gelo do chão fazia cortes em seus pés deixando para trás rastros de pegadas ensanguentadas.
Para onde iria? Com quem iria?
Estava sozinha novamente, na verdade sempre esteve, mas tentava se enganar.
Na verdade ela sabia por que estava ali, e sabia por que corria com todas as suas forças até a beira do precipício.
Ao se aproximar da beirada olhou para queda, as águas revoltas pareciam gélidas, e batiam contra as rochas, assim como o vento cortava seu rosto.
Adiara por muito tempo essa decisão.
Olhou para trás uma última e viu as luzes da cidade ao longe, que não se apagavam nunca, nem um minuto se quer.
Estava cansada ...
E com um sorriso no rosto se virou de costa para o precipício fez uma reverência para cidade e então se deixou engolir pela escuridão da noite.
O som da respiração pesada cessou, agora só se ouve as ondas e da chuva que começa a cair, ambas levando para o mar a dentro os rastros de sangue que escorriam pelas rochas.
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Desabafos de uma Depressiva
Short StorySão contos, pensamentos e frases e passam pela minha cabeça. Talvez vocês gostem, talvez não, as queria de alguma forma compartilhar com alguém.