Summer Breeze » Kim Taehyung

01 | Brisa

Fazia anos que Bae Joohyun não tirava férias. Talvez esse fosse um dos males de ser uma verdadeira workaholic: ganhar muito, mas aproveitar pouco. E não era porque a Bae não pudesse, pois além de férias ser um direito garantido por lei, mas porque ela não queria. A presidente da multinacional de fast food não queria deixar o comando da sua empresa em nenhum minuto.

Não confiava muito nos sócios, além de realmente gostar do que fazia. Era uma mulher dedicada, atenta ao mercado. Gostava da adrenalina de montar estratégias contra os concorrentes, e usar até mesmo táticas de guerrilha em promoções.

Mas então veio a pandemia mundial, e as pessoas ficaram privadas de viagens que não fossem urgentes por anos, até que todos fossem vacinados e o quadro emergencial se revertesse.

Quando essa situação passou, Joohyun achou que aquela era a hora de se afastar um pouco da sua presidência, e viajar. O fato de não poder despertou a vontade de viajar na controladora Bae, que depois de quase enlouquecer o consultor da agenda de viagens, optou por uma ilha havaiana, pra justamente não ter nenhum contato com aparelhos, email ou qualquer coisa relacionada ao seu trabalho.

Só de entrar no avião que decolava de Seul para o Havaí, sofreu por não estar conectada. Mas ao menos, conseguiu tirar umas fotos do céu.

Era incrível conseguir fotografar algo sem exatamente pensar em como postar no Instagram, se teria likes ou não. Porque enquanto tinha internet, tirou foto do seu look do dia, uma calça Jeans com uma regata branca e cardigan borboleta, bem diferente do blazer e saia risca de giz que costumava usar pra trabalhar, e ficou feliz com os comentários lhe desejando boa viagem. De fato, ela era viciada em números, pois até seu hobbie de fotografar começou a ser apagado pela quantidade de likes ou não.

Foi bom tirar fotos sem publicar imediatamente, se preocupando com a composição e sem se preocupar com números. Mais relaxada, Bae foi tirando fotos desde o aeroporto do Havaii, até quando pegou o táxi pra chegar ao hotel resort a beira mar.

Os deques de madeira eram incrivelmente lindos! Ainda que a estrutura fosse pequena (provavelmente por restrição do país), os quartos em formato de chalés na beira da praia do hotel formavam uma paisagem linda de se ver.

Tem nunca tinha visto nada parecido, pois só estava acostumada com os grandes edifícios de Seul, pois na capital da Coreia do sul era raro encontrar espaço horizontal cultivável.

Joohyun parou de tirar fotos e olhou para a tela do celular, suspirando de alivio ao ver que o sinal já tinha sido restabelecido. Digitou então o numero que sabia de cor, e felizmente não demorou a ser atendida.

— Mas você já chegou? – uma voz masculina falou do outro lado da linha.

— Já... esqueceu que Coreia do Sul e o Havaí são quase vizinhos? – ela debochou.

— Desculpa, eu era péssimo em geografia e política. — o homem riu.

— Você é péssimo em qualquer coisa, Minho. – a morena riu.

— Que bom que você chegou sem enjoo nem nada, pra me atacar assim...

— é, eu 'tô ótima. – ela falou. – amei de verdade o hotel horizontal que hospedei, tive até umas ideias...

— Joohyun, não me diga que você me ligou pra falar de trabalho?

— Óbvio, você é meu sócio! – ela protestou. – e tem oportunidades que não posso deixar passar.

— pelo amor de Deus, você foi viajar justamente pra parar de pensar em trabalho! – o rapaz elevou muito o tom de voz no telefone. – sério, que em uma ilha paradisíaca, não tem nada melhor pra você falar?