The deal-Malila (G!P)

Capítulo 5

Maraisa Pereira POV

Se eu fosse destacar um dos sentimentos mais perversos que eu odeio em mim mesma, que não envolvem minha baixa autoestima, seria o quanto eu posso ser cruel quando estou com raiva de alguém. Não meço minhas atitudes ou as
consequências delas, simplesmente falo ou faço.

Esses sentimentos começaram a aflorar em mim depois que fui traída por Marilia. Eu já tinha perdoado ela por uma traição antes, mas aquela foi a gota d'água. Ver ela com uma garota totalmente diferente de mim, não só esteticamente, mas também em relação a caráter, me destruiu tanto que, confesso, até hoje não conseguia mais acreditar em amor verdadeiro. Talvez esse fosse mais um dos motivos para que eu aceitasse me casar com Danilo.

Agora ela estava de volta, trazendo não só esses sentimentos esmagadores, mas também outro que a muito tempo eu não sentia e rezava todas as noites para não o sentir novamente.

Não! Mil vezes não! Eu não deixaria que noites de sexo me cegassem novamente. Em menos de uma semana aquilo tudo acabaria, Marilia seria ou não minha substituta enquanto eu tivesse fora e depois ela passaria a ser a diretora geral de alguns projetos. Não tocaríamos mais naquele assunto e eu evitaria o máximo a ver pelos corredores da empresa. Talvez colocasse ela em alguns projetos com a Maiara, no laboratório. Isso tudo estaria acabado, me apaixonar por Danilo era a coisa mais sensata a se fazer.

Quanta ingenuidade, Maraisa! Você já acordou aquele sentimento e mostrou isso quando surtou ao ver que Marilia poderia ter outra pessoa.

Certo, isso era verdade! Dei a louca ao ver que ela já tinha se envolvido com aquela boneca de porcelana chamada Lauana. Droga! Eu precisava voltar a focar nos negócios e não nessa merda de sentimento.

Meu corpo todo estava dolorido, mas não poderia estar mais satisfeita. Rolei na cama procurando por Marilia, mas ela não estava mais ali. Melhor assim.

Juntei minhas roupas e corri para casa, teria que sair com Danilo para que a imprensa nos visse e fotografasse o quanto nós nos amávamos. Grande piada! Além de fazer isso tinha que sorrir, beijar e as vezes mentir em entrevistas sobre o quanto eu estava feliz de estar com ele.

Avistei meu pai conversando com a empregada. Tentei passar sem ser percebida por ela, mas foi em vão.

- Maraisa? - Cesar puxou meu braço me fazendo descer o degrau.

-Bom dia, papai! -Sorri forçado.

-Bom dia, filha! Onde esteve?

-Ah, eu...eu estava no laboratório. - Cesar arqueou a sobrancelha. -Estou trabalhando em um novo projeto.

-Ótimo, suba e arrume-se. Danilo está esperando você.

-Sim papai!

Corri para o meu quarto. Sabia que meu pai não tinha engolido a história de que eu estava trabalhando até tarde. O cheiro de sexo e os meus cabelos desgrenhados deixavam claros o quanto eu havia trabalhado aquela noite.

Devidamente arrumada entrei na sala de jantar. Danilo mexia no celular enquanto meu pai falava e falava. Revirei os olhos, quanta interação entre genro e sogro.

-Bom dia! -Desejei chamando a atenção dos dois. Danilo largou o celular e sorriu. Bobão!

-Bom dia, Maraisa! -Veio até mim e beijou meu rosto. -Está linda!

-Obrigado! -Sorri amarelo e encarei meu pai. -Vamos?

-Vamos!

Meu pai explicou tudo o que Danilo e eu deveria fazer e falar na frente dos fotógrafos. Eu só queria que tudo isso acabasse para me ver livre dessas pessoas falsas e de toda essa encenação.