𝑇𝒉𝑖𝑛𝑘 𝐼 𝑀𝑖𝑠𝑠 𝑌𝑜𝑢 𝐹𝑜𝑟𝑒𝑣𝑒𝑟 •Rinney•

Capítulo Único

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09/11/1985

                       Finney Blake

09 de novembro.

Como eu odeio essa data...

Hoje está fazendo 7 anos que Robin se foi. 7 anos sem ouvir sua voz, sem sentir seu abraço, sem cuidar de seus machucados quando ele se metia em alguma briga... Hoje está fazendo a porra de 7 anos que estou sem o meu melhor amigo, meu mexicano...

Eu sinto tanta falta dele... Sinto que meu coração pode explodir a qualquer momento. Eu só queria ouvi-lo só mais uma vez, só mais cinco minutos...

Lembro-me muito bem de como foi o enterro dos garotos; chorei horrores e agora estou aqui, prestes a chorar novamente igual àquele dia.. Estou andando a caminho do cemitério com cinco rosas brancas, cada uma dentro de um saquinho transparente, nos braços; vou deixá-las no túmulo dos outros meninos - que também foram vítimas - e claro, no do Robin.

As ruas estão vazias e o dia parece estar cabisbaixo hoje. Olho para o céu e vejo apenas nuvens cinzas prontas para derramar uma bela chuva na cidade. As calçadas? Quase todas enfeitadas por algumas flores e folhas que caíram de suas respectivas árvores.
Os carros passam em alta velocidade ansiando chegar logo em quaisquer que sejam seus destinos, e as poucas pessoas que passam por mim com pressa parecem estar distantes da nossa realidade, ouvindo música com fones de ouvido, lendo livros, revistas, ou só pensando... Todo mundo em seu próprio mundinho.

Hoje tudo parece estar colaborando e batendo com meu péssimo estado emocional. Todos parecem estar deprimidos e vivendo no modo automático, assim como eu.

Estou muito bem ciente que Robin não gostaria de me ver assim. Ele provavelmente diria para superar e viver o máximo que eu conseguir, mas é essa a questão: eu não consigo.
É difícil pra' caralho viver sem o Robin ao meu lado. Sei que segui até aqui sozinho mas em todo esse tempo, não teve sequer 1 dia, 1 dia, que eu não chorasse ao apenas lembrar que meu melhor amigo não está mais entre nós. Dói, dói muito querer contar uma novidade incrível para ele e segundos depois cair a ficha que não tem mais Robin para compartilhar as notícias boas da minha vida.

É uma dor imensa.

Está vendo? Sinto meus olhos se encherem d'água com esses pensamentos. É incontrolável.

Pressionei a manga do meu suéter preto em meus olhos, tentando evitar que as lágrimas desçam novamente pela segunda vez só nessa tarde.
Acabei me dando conta que já havia chegado no lugar que queria. Adentrei pelos muros brancos e várias cruzes tomaram conta de minha visão.

O lugar está vazio, é realmente assustador estar aqui. Eu não gosto, entretanto, passo por cima desse medinho bobo - para um adulto de vinte anos - pelos meninos sem hesitar.

Sem demora, subi um pouco mais longe da entrada e já cheguei no espaço onde eles ficam, um ao lado do outro. Deixei uma rosa para Griffin Stagg, o garotinho que me ajudou, assim como todos os outros, a sair daquele inferno de porão. Ele infelizmente também foi vítima do maldito Grabber e foi assassinado por ele.
Não o conheci. Não sei nem como ele era, na verdade, mas sou imensamente grato por ele ter me ligado naquela noite. Afinal, dando certo ou não, sua intensão foi boa e eu nunca esquecerei disso.

Billy Showalter, o famoso paper-boy. Ele entregava jornais para os moradores de Denver. Inclusive, foi fazendo isso que toda sua tragédia aconteceu...
Ele costumava levar seu cachorrinho de estimação consigo nas entregas dos jornais e naquela tarde não foi diferente; o animalzinho estava lá quando Billy foi sequestrado e pelo que soube, ele ficou lá esperando seu dono voltar por vários dias, mas Showalter nunca retornou...